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Brasil é um dos favoritos na Copa do Mundo

Opinião dos jornalistas Carolina Albertini e Luiz Felipe Castro, que participaram de palestras na PUC-Campinas

Por Gabriel Leite e Leonardo Crivelaro

Se depender da avaliação dos jornalistas Carolina Albertini, do UOL esporte e Luiz Felipe Castro, das revistas Veja e Placar, a seleção comandada por Tite pode voltar do Catar com a Taça da Copa do Mundo FIFA. A disputa com a Argentina e times europeus não será fácil para a Seleção Brasileira, segundo eles, mas o Brasil poderá ser hexacampeão nesta Copa do Mundo. Castro ainda é mais otimista do que Carolina, para quem a seleção brasileira ainda não enfrentou uma seleção do mesmo nível. Mesmo assim, ela aposta no bom desempenho do time brasileiro.

Os jornalistas abriram na manhã de ontem (19) a Jornada de Jornalismo Esportivo, promovida pela Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas. O evento, que termina hoje, tem como objetivo discutir a cobertura jornalística na Copa do Mundo.

Com experiência jornalística em eventos esportivos de grande porte, como as Olimpíadas, Carolina participará pela primeira vez da cobertura de uma Copa do Mundo. Ela não viajará para o Catar, mas trabalhará intensamente na redação do UOL ao lado de uma equipe especialmente criada para o evento. “A gente respira Copa do Mundo desde o começo do ano. A rotina de trabalho na cobertura muda muito e por isso já estamos nos planejando faz tempo. Temos que estar muito bem preparados”, afirma. 

Luiz Felipe Castro: “Há um excesso de opinião e debates no jornalismo esportivo, principalmente na TV” (Foto: Gabriel Leite)

Já o jornalista Luiz Felipe foi escalado para viajar a Catar. Seu primeiro trabalho, na cobertura de uma Copa do Mundo foi em 2010, na África do Sul. Mas, ao contrário desta vez, ele cobriu os jogos da redação. Agora, ele foi selecionado para viajar para o Oriente Médio.

Segundo ele, para que uma cobertura jornalística de um evento deste porte seja bem sucedido, é fundamental o trabalho em equipe. Empolgado com a experiência, ele está se preparando para a viagem, já sabendo que também terá que fazer outras matérias para as redações onde trabalha, além da cobertura esportiva. “Tenho que estar preparado para o trabalho, que será intenso”.

Como está sendo a preparação da cobertura desta Copa do Mundo?

Carolina Albertini: Faz tempo que estamos nos preparando para esta Copa. Na redação, nós respiramos Copa do Mundo desse janeiro. A rotina muda muito e tudo tem que ser muito planejado.

Luiz Felipe Castro: Vou sozinho ao Catar [sem outros repórteres das empresas onde trabalha] e estou me preparando para isso. Ainda é uma incógnita o que vou encontrar no Catar, porque a cultura do país é bem contestável em relação a liberdade dos homossexuais e até o uso de álcool nos estádios, por exemplo. Vamos descobrir isso quando chegarmos lá.

Na opinião de vocês, como a imprensa pode se diferenciar em eventos esportivos de grande porte, como a Copa do Mundo, para atrair mais leitores?

Carolina: Temos que nos atentar aos detalhes, buscar o diferente, uma história que ainda não foi contada. Ou, se ela já é conhecida, precisamos achar um diferencial.

Carolina Albertini: “Temos que aprender a conviver com o olhar da desconfiança, principalmente no futebol” (Foto: Gustavo Seneme)

Luiz Felipe: É preciso antecipar uma história, uma notícia e também sermos mais rápidos na pós-divulgação. Isso exige muito preparação do jornalista, muita pesquisa, mas é necessário para atrairmos a atenção do leitor. Temos que ter sacadas e isso exige conhecimento, pesquisa.

Vocês já tinham em mente que queriam fazer jornalismo esportivo quando estavam na faculdade?

Carolina: Por ser apaixonada pelo futebol desde pequena, sempre quis trabalhar com o jornalismo esportivo, mas minha primeira experiência foi em uma agência de comunicação, onde eu nem tocava em assunto de esporte. Depois fui estagiária no Lance, cobrindo esporte olímpico. No portal UOL, sou redatora de esporte em geral.

Luiz Felipe: Sempre gostei muito de escrever, desde a adolescência e entrei na faculdade querendo trabalhar com o jornalismo esportivo. Mas também cobri outras áreas na profissão nas redações e isso foi muito importante para minha formação. Acho que todo que quer ser jornalista tem que estar aberto a trabalhar em outras editorias, mesmo que seja apaixonado pelo esporte. Há 4 anos estou na editoria de esportes.

Quais são as maiores dificuldades que o jornalista enfrenta hoje na cobertura jornalística?

Carolina: Acho que hoje é mais fácilfazer cobertura esportiva do que antigamente, mas, como mulher, a situação sempre foi mais complicada. Temos que aprender a conviver com o olhar da desconfiança, principalmente no futebol. Já no esporte olímpico é mais tranquilo, onde os dirigentes e atletas querem conversar com os jornalistas. Outro problema que percebo é que o jornalismo esportivo brasileiro é um jornalismo de resultado. É preciso uma mudança de cultura para que isso seja diferente. E temos ainda a audiência. Tem horas em que ela manda no jornalismo.

Luiz Felipe: Um dos problemas que vejo, além da questão da audiência, é um excesso de opinião e debates no jornalismo esportivo, principalmente na TV. Há muita opinião, mas nem sempre bem embasada. Mas ela [a opinião] gera audiência.

Qual a importância para vocês de terem participado da cobertura de jogos olímpicos?

Carolina:  Este tipo de esporte oferece muito mais histórias para o jornalista. É muito mais fácil conseguir uma história diferente de um personagem de olimpíada do propriamente do futebol.

Luiz Felipe:  O aspecto humano é o mais legal. Sempre há muitas histórias legais para contar, como foi o caso do medalhista de ouro no salto com vara, Thiago Braz, em 2016, no Rio. Ninguém esperava que ele fosse ganhar a medalha de ouro às 22 horas daquela noite.

Orientação: Profa. Cecília Toledo

Edição: Ana Clara Ornelas


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