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Segundo a publicitária e pesquisadora Júlia Rinaldi, as tatuagens evidenciam os padrões existentes na sociedade
Por: Felipe Bertochi
“O sistema influencia muito o corpo das pessoas, e a necessidade do aparecer, nos moldes da sociedade atual, é maior que a de ser”. Essa afirmação é de Júlia Rinaldi, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Linguagens, Mídia e Arte (Limiar) da PUC-Campinas e autora da pesquisa “Práticas contemporâneas da tatuagem: Do corpo culturizado ao corpo capitalizado”, sob orientação do professor Tarcísio Torres Silva.
Segundo ela, as tatuagens reforçam padrões na sociedade, que muitas vezes se associam ao machismo e à erotização da mulher. Segundo Júlia, os homens são representados no estilo “lenhador”, ou seja, barba cheia e braços fechados, enquanto as mulheres geralmente aparecem seminuas ou de biquini, como mostra a curadoria que fez ao final da dissertação.
Para Júlia, que escolheu o tema por gostar muito de tatuagens, embora não tenha nenhuma no corpo, o significado dessas representações sofreu muitas alterações ao longo do tempo. “Inicialmente as tatuagens tinham significados mais culturais e, nos dias de hoje, elas têm um significado mais mercadológico, muito influenciado pelas redes sociais”, apurou.
Ainda para a publicitária formada pela PUC-Campinas, a identidade das pessoas e as tatuagens dão origem a uma curiosa questão paradoxal. “A identidade das pessoas é muito fluida na contemporaneidade, onde não se apegam a uma identidade fixa. E isso é totalmente oposto ao que ocorre com a tatuagem, já que se trata de uma inscrição que fica para sempre no corpo das pessoas”, avaliou, com alguma surpresa na entrevista que concedeu ao Digitais.
A entrevista com Júlia Rinaldi, na íntegra, está disponível abaixo:
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: João Vitor Bueno
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