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Cultura ganha destaque com Lula em Campinas

Aula Magna com o petista teve apresentações e manifestações artísticas e culturais de diferentes grupos

Por: Gabriel Domingos e Mariana Neves

Lula (PT) chega ao evento para discursar sobre incentivo à educação, saúde e cultura na universidade e no país (Foto: Mariana Neves)

Ontem (5), movimentos políticos, estudantis e sociais participaram da Aula Magna com o pré-candidato à presidência do Brasil, Lula (PT), no Teatro de Arena da Unicamp. Além destes movimentos, os destaques da noite foram as apresentações culturais, que antecederam a chegada e o discurso do ex-presidente. O evento foi aberto às 15h e terminou por volta das 21h. Segundo os organizadores, a atividade teve a participação de cerca de 10 mil pessoas.

Os rappers Dr. Sinistro, à esquerda, e Mano Tim, à direita, cantaram sobre as periferias de Campinas (Foto: Mariana Neves)

“A gente tá fazendo política constantemente, quando a gente acorda, levanta da cama, a gente já começa a fazer política”, disse o rapper Mano Tim, que está no movimento Hip Hop há 30 anos. Ele se apresentou junto do Dr. Sinistro, filiado ao PT, que ressaltou a importância e a falta da classe artística colocando na prática aquilo que é manifestado nas redes sociais. Na pandemia, o rapper destacou a dificuldade da classe na sobrevivência, principalmente para ele que não estava tão inteirado nas lives, meio muito utilizado graças ao cancelamento de shows e apresentações presenciais devido ao distanciamento social

Ieda Cruz reforça a importância de movimentos artísticos e culturais como maneira de resistência (Foto: Mariana Neves)

Ieda Cruz, 44, também se apresentou na noite. A campineira contou ao Digitais a escolha das músicas para a apresentação, principalmente da canção “Laços”, composta durante a pandemia pelo seu filho, trazendo uma mensagem de união. “É uma forma de expressar a nossa resistência, mas ao mesmo tempo, de força, de como as manifestações culturais e artísticas tem o poder de nos unir”, comenta a artista sobre as apresentações da noite, reforçando a esperança que atos artísticos podem trazer em tempos difíceis. Além de “Laços”, ela cantou e performou “O bêbado e o Equilibrista”, canção sobre a anistia, conhecida na voz de Elis Regina, arrancando a participação do público do Teatro.

“A falta de entendimento dessa galera tinha muito a ver com o porquê eles estavam votando no Bolsonaro”, comenta Brandon Menegon, 27, músico de Rock alternativo, sobre a dificuldade de determinado público e o ódio acerca das leis de incentivo à cultura, como a Lei Rouanet. Para ele, as expressões culturais na quinta-feira são também uma crítica ao atual governo e, além disso, a participação nos movimentos nacionais precisa de pluralidade nos grupos, buscando mudança. Outra lei de incentivo a cultura, a nova Lei Aldir Blanc, foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), após ser aprovada pelo Senado.

Diversidade é tema cantado pelo artista Edh Lorran, que agitou o Teatro antes da chegada do petista (Foto: Mariana Neves)

A canção de Johnny Hooker, “Flutua”, foi apresentada pelo artista Edh Lorran Oliveira, 33. A temática não só desta como de outras músicas selecionadas pelo artista abordavam maior conquista de espaço pela comunidade LGBTQIAP+, principalmente das pessoas transsexuais. “É um evento bastante importante para nós enquanto artistas, enquanto cidadãos, enquanto comunidade LGBT também, eu acho que vem uma representatividade muito forte” disse Edh a respeito não só do Lula como também de todos os presentes no Arena.

De acordo com Glória Pereira, 68, representante do Maracatucá (grupo existente desde 2008, composto principalmente por professores e estudantes) e também representante

Glória da Cunha do Maracatucá e Batuca Mulher, últimos grupos culturais a se apresentarem antes da chegada do petista (Foto: Mariana Neves)

do Baque Mulher, a universidade está cumprindo seu papel e os representantes políticos, independentemente de suas ideologias, têm o direito de frequentá-la. “Inclusive é legal porque eu acho que aí que se vê os sorrisos e as caras feias, o político vê o verdadeiro retorno do que ele fez. Aquele que não fez nada vai levar vaia e aquele que fez vai receber uma festa, vai receber os tambores cantando para ele!”, coloca a artista sobre o espaço da universidade para a política.

Jovens de movimentos sociais, políticos e culturais estiveram presentes na arquibancada e palco. Pedidos por mais investimentos na educação e cultura dentro da universidade  pública e denúncias de sucateamento foram feitas por meio de cartazes e falas. A estudante de dança Laís Breyton, 17, denunciou por meio de um cartaz a falta de investimento do IA, Instituto de Artes da Unicamp.

À esquerda, a jovem Laís Breyton, pede atenção ao Instituto de Arte da Unicamp (IA). (Foto: Gabriel Domingos). À direita, Raphael Soares e os filhos acompanham atrações culturais (Foto: Mariana Neves)

Outro espectador, Raphael Camargo Soares, 31, estava com os filhos Daniel, 11, e Pietra, 7, em frente ao palco do Arena. Mesmo não podendo ver até o final, tiveram como apresentação cultural favorita o Maracatucá. O produtor de eventos contou que sempre acompanha atos como este junto dos filhos, buscando conscientizá-los sobre a classe trabalhadora e também o movimento negro.

Em meio a batuques do Maracatucá e Baque Mulher, Lula (PT) chegou ao Teatro de Arena acompanhado de Fernando Haddad (PT) e outros políticos. O petista discursou sobre como a política brasileira decaiu nos últimos anos nos eixos de educação, cultura e saúde. Com a universidade pública, falou do avanço e importância da ciência principalmente na pandemia, afirmando o quanto foi negada pelo atual governo com mais de meio milhão de mortos pela Covid-19. A entrada que estava programada para às 18h, inicialmente, aconteceu por volta das 20h.

Além da ida à Unicamp, Lula visitou a cidade de Sumaré pela manhã. Políticos como o ex-senador Eduardo Suplicy (PT) e Guilherme Boulos (PSOL), candidato a deputado federal que já esteve no Teatro de Arena da Unicamp este ano, também estavam presentes.

Confira no link as apresentações culturais e artísticas do ato: https://youtu.be/rEuiLHa0CbI

Orientação: Prof. Gilberto Roldão

Edição: Gabriel Domingos e Mariana Neves


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