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Escolas têm dificuldades para incluir crianças autistas

Especialistas explicam as diferenças entre inclusão e integração e apontam os desafios diários no acolhimento

Por: Elizabeth Moreira Lins e Gabriella Alves de Oliveira

O mês de abril, também conhecido como Abril Azul, é considerado o mês da conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo o último censo escolar, aumentou 280% a presença de crianças autistas nas salas de aula. Em 2017, havia 77.102 alunos inseridos. Já em 2021, 294.394 alunos com autismo cursaram os ensinos infantil, fundamental ou médio das redes pública e privada. 

Apesar desse aumento significativo, segundo estimativas, no Brasil, seriam mais de 2 milhões de crianças e adolescentes com TEA que deveriam ter seu direito de integração no espaço escolar e inclusão com as devidas adaptações asseguradas conforme o capítulo V da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que aborda a educação especial.

Renata Fray, psicopedagoga especializada em atendimentos pedagógicos a crianças e adolescentes com TEA (Foto: Arquivo pessoal)

Uma das polêmicas entre especialistas da área de educação e psicologia sobre como trabalhar o processo de acolhimento das crianças autistas nas escolas está na diferença que existe entre integração e inclusão. De acordo com especialistas, a integração é muitas vezes realizada a partir da normalização da criança, negligenciando suas individualidades e limitações e dessa maneira a inclusão se faz necessária a fim de respeitar as particularidades do indivíduo.

Segundo Renata Fray, psicopedagoga especializada em atendimentos pedagógicos a crianças e adolescentes com TEA, a inclusão é consideravelmente mais efetiva, saudável e importante do que a integração; uma vez que quando se fala sobre inclusão fala-se de uma esfera mais ampla de acolhimento em que a escola se preocupa além de integrar a criança no espaço. “Inclusão é oferecer todas as adaptações necessárias de espaço físico, de interação saudável, de esquemas de aprendizagem e de conscientização da comunidade escolar”, explica a psicopedagoga.

Aline Belon, vice-diretora da Escola Estadual Maria Esther Bueno de Campinas (Foto: Arquivo pessoal)  

Aline Belon, vice-diretora e acompanhante de sala da Escola Estadual Maria Esther Bueno, escola polo na modalidade do TEA, localizada no bairro Satélite Íris em Campinas diz que assiste dezenove crianças com autismo leve e que seu trabalho consiste em prestar assistência a eles desde a Anamnese ao acompanhamento sistemático da sala de aula.

Apesar da inclusão de alunos autistas ser uma necessidade urgente nas escolas, de acordo com Aline Belon, existe falta de orientação e formação desde as meninas da limpeza, merendeiras até os diretores para que todos os profissionais do ambiente escolar que convivem com as crianças no dia a dia estejam aptos a participar diretamente do processo de inclusão e integração dos alunos.

Em parceria com a escola, a oferta de atendimentos multidisciplinares é fundamental e deve sempre estar ajustada ao momento do desenvolvimento da criança e as prioridades de intervenção, diz Renata Fray.

Ela explica também que os profissionais clínicos mais comuns para a assistência da criança/adolescente com TEA são da área da psicologia que desenvolve o emocional e as habilidades sociais, a terapia ocupacional para o desenvolvimento das Atividades de vida diária e trabalho com a hipersensibilidade sensorial (AVDS), a psicopedagogia nas questões que tangem a aprendizagem e a fonoaudiologia que vai atuar diretamente nas questões que envolvem a linguagem.

Orientação e Edição: Prof. Gilberto Roldão


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