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Diante da guerra, Gaspar relata suas experiências

Jornalista da TV Cultura, Alberto Gaspar Filho analisa as mudanças da imprensa em conflitos internacionais

Jornalista de 64 anos compartilha suas experiências com estudantes da PUC-Campinas (Foto: Lucas Ardito)

Por: Lucas Ardito, Luís Felipe Buzzetti e Marina Fávaro

Na manhã desta quinta-feira (28), o jornalista Alberto Gaspar Filho, da TV Cultura, palestrou para os alunos do curso de jornalismo da PUC-Campinas. Com o tema “Guerra e Imprensa. Nunca foi tão difícil”, e diante do contexto bélico entre Rússia e Ucrânia, o profissional expôs as suas experiências na cobertura de conflitos e os atuais desafios da atividade jornalística.

Gaspar é jornalista formado pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Foi repórter da TV Globo por 39 anos, atuando como correspondente internacional em Buenos Aires e Jerusalém. Atualmente, apresenta o programa Legião Estrangeira, na TV Cultura.

A principal cobertura de guerra feita por Alberto Gaspar foi durante o conflito na Faixa de Gaza, no qual o jornalista esteve em Israel, país fronteiriço com a Palestina, local da guerra. Ao falar sobre sua atuação jornalística, ele afirma que, antigamente, era mais difícil fazer uma cobertura do tipo, pois a internet e os meios de comunicação móveis não haviam se consolidado como hoje, o que dificultava o tráfego de informações.

Antes da consolidação da internet, os jornalistas dependiam de equipamentos técnicos, que eram fornecidos por empresas locais ou por suas próprias emissoras. Atualmente, os profissionais conseguem produzir imagens e outros conteúdos através de seus próprios celulares. Gaspar vê essa situação como um retrocesso na qualidade do produto. “Há 15 anos, no máximo, todas as imagens vistas na televisão eram profissionais, feitas por profissionais. Hoje não é assim. Foi vulgarizado”, explica o jornalista.

Ao fim da palestra, houve um momento de interação entre os alunos e o palestrante (Foto: Lucas Ardito)

Segundo Gaspar, além da possível falta de qualidade técnica da imagem, também há a questão da ética jornalística que acaba sendo comprometida, já que qualquer pessoa portando um aparelho móvel é capaz de publicar conteúdos em suas redes sociais. Prova disso é que, hoje, as imagens são veiculadas e, rapidamente, viralizam, sendo que não necessariamente são portadoras do factual. Ele ressalta que apenas o jornalista possui qualificação necessária para verificar a veracidade do material.

Para explicar a queda na qualidade do material, o jornalista também acredita que as empresas não estão investindo na produção de reportagens, uma vez que o custo operacional é elevado. “Hoje há uma maior facilidade em termos técnicos, mas, em investimentos, estamos muito abaixo”, afirma Gaspar. Conforme o jornalista, o noticiário brasileiro oferece pouco destaque para a cobertura internacional, justamente em razão do custo.

Outro dilema enfrentado pelos jornalistas que fazem a cobertura de conflitos envolve a questão linguística, segundo Alberto. Em grandes coberturas internacionais, é necessária a presença de tradutores para auxiliar os jornalistas, o que aumenta ainda mais o gasto da emissora.

Sobre o atual conflito entre Rússia e Ucrânia, Gaspar afirma que está “preocupado com o fato da guerra se estender por muito tempo e se espalhar”, uma vez que, além da iminente preocupação com as regiões separatistas, também há a possibilidade do uso de armamento nuclear.

Orientação: Profa. Amanda Artioli

Edição: Oscar Nucci


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