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Câncer de mama pode ser diagnosticado dois anos antes

A mamografia deve ser realizada por todas as mulheres acima de 40 anos

Por Roberta Mourão

Flávia Percú Guerra começou o tratamento do câncer de mama há dois meses (Foto: Arquivo Pessoal)

O câncer de mama é o segundo tipo de tumor que mais acomete a população feminina brasileira, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Ele representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas. De acordo com o médico oncologista e sócio proprietário do Centro de Oncologia Campinas, Fernando Medina da Cunha, o câncer de mama é uma doença frequente entre as mulheres e tem um grande apelo, pois a mama é um órgão especial para elas, principalmente em relação ao apelo maternal, devido à amamentação e pela beleza e estética.

A recepcionista, Flavia Percú Guerra, de 44 anos, diagnosticada com câncer de mama em abril deste ano, sentiu o nódulo na mama durante a amamentação. “Minha filha só mamava no peito esquerdo e tinha mania de mexer nele. Fui tirar a mãozinha dela e me deu um estalo para fazer o autoexame. Comecei a fazer e já senti o nódulo”, explica.

No dia seguinte, Flávia marcou uma consulta com o ginecologista e já iniciou os exames até o diagnóstico. “Foi bem doloroso descobrir o câncer durante a amamentação, foi muito difícil”, conta.

Diagnóstico

O oncologista explica que com a mamografia, o diagnóstico do câncer de mama é feito bem no início da doença, conseguindo fazer o diagnóstico dois anos antes do aparecimento do nódulo. Quando é feito o diagnóstico mamográfico, o tumor é pequeno e intracelular, conseguindo cura de quase 100% com o tratamento cirúrgico. “A mamografia é fundamental e deve ser feita em todas as mulheres depois dos 40 anos, com exames anuais, até o resto da vida”, explica.

Fernando Medina da Cunha explica que o câncer de mama é frequente, e tem um grande apelo maternal, devido à amamentação (Foto: Arquivo Pessoal)

Em relação ao autoexame, o médico diz que 70% das vezes quem faz o diagnóstico do câncer de mama é a própria mulher, fazendo o autoexame. Muitas vezes esse nódulo já é grande e a doença já escapou da região mamária e se tornou mais avançada.

O oncologista orienta fazer o autoexame durante o banho, momento fácil de escorregar as mãos nas mamas. Examinando a axila e fossa supraclavicular, fazendo isso pelo menos uma vez no mês. “Isso é muito importante”, afirma.

Fernando Medina ainda ressalta que mulheres que tenham casos de câncer de mama na família, é recomendável a orientação do ginecologista em relação aos exames que devem ser feitos de tempos em tempos. “Todas as mulheres entre os 20 e 40 anos devem fazer uma consulta anual com o ginecologista e ver quais são os exames necessários. Mulheres acima de 40 anos devem fazer o autoexame, exames médicos da mama e a mamografia.”, diz.

A administradora, Larissa Salles Soares, de 23 anos, tem um caso de câncer de mama na família e procurou um ginecologista para conversar e realizar exames. O médico orientou que ela fizesse um ultrassom para detectar algum cisto mamário ou nódulo na mama. “Pela indicação médica, realizei o ultrassom da mama, que inclusive será feito até os meus 29 anos. E a partir dos 30 anos já será realizado em todos os anos, consequente, a mamografia”.

Larissa Salles ainda diz que não foi detectado nenhum nódulo e o ginecologista orientou, agora, sempre fazer o autoexame nas mamas.

Angélica Rodrigues de Oliveira: continuo tomando medicação para diminuir a quantidade de hormônios no corpo (Foto: Arquivo Pessoal)

Tratamento 

A professora Angélica Rodrigues de Oliveira, de 37 anos, que foi diagnosticada com câncer de mama, em março de 2020, conta que descobriu o nódulo durante o autoexame quando estava no banho. 

Angélica já passou por cirurgias e fez 16 sessões de quimioterapia e 18 de radioterapia. “Até hoje continuo tomando medicação para diminuir a quantidade de hormônios no corpo […] também estou realizando muitos exames agora para ver minha situação”, disse.

Já Flávia Guerra explica que começou o processo de tratamento do câncer de mama, em agosto deste ano, pelas sessões de quimioterapias e depois realizará a cirurgia, seguindo as orientações do médico. “Estou indo para a minha 12° sessão de quimioterapia”, afirma.

De acordo com o oncologista, no tratamento do câncer são utilizados quatros pilares, entre eles, a quimioterapia, radioterapia, cirurgia e hormonioterapia. O tratamento vai depender do tempo, do estágio da doença, tamanho do tumor e da idade da paciente. Ele também diz que câncer de mama tem tratamento e cura.

Orientação: Prof. Gilberto Roldão

Edição: Luiz Oliveira


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