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Pandemia gera queda em diagnósticos de doenças graves

Em 2020, mulheres são as mais afetadas e especialistas ressaltam a importância de exames preventivos

Depois de tomar a 2ª dose contra a COVID-19, a aposentada Maria Oneide volta a agendar consultas e exames (Foto: arquivo pessoal)

Por Roberta Galdino e Daniela Andrade

O distanciamento social imposto pela pandemia do coronavírus e o receio em relação a doença afastaram as pessoas de hospitais, clínicas e consultórios, impactando o diagnóstico precoce e tratamento de doenças graves em nível global, principalmente entre as mulheres.

O que você precisa saber

Dados divulgados pelo ‘Radar do Câncer’, revelaram que, entre os meses de março a dezembro do ano de 2020, a procura por exames ginecológicos no sistema público de saúde apresentou queda de até mais de 50% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

Exames estes que detectam desde cânceres mais prevalentes entre as mulheres como o câncer de mama, câncer do colo de útero e câncer de ovário, como os menos recorrentes, câncer do endométrio, vaginal e de vulva.

Isolada desde o início da pandemia do coronavírus, a enfermeira aposentada, Maria Oneide, de 73 anos, adiou todas as consultas. Segundo ela, apesar dos anos de experiência na área de doenças infectocontagiosas da Unicamp, o receio de se expor ao risco de contaminação prevaleceu. “Sei que é perigoso adiar consultas e pode trazer algum fruto negativo, mas o medo de perder a vida para o coronavírus foi maior, perdi muitos amigos.” Afirma.

Agora, enfim, vacinada contra a Covid-19, a aposentada, que tem um histórico vasto de câncer na família, pretende atualizar as consultas médicas e exames de rotina. Ela acredita que em alguns meses estará tudo em dia novamente.

A ginecologista, Isabela Simionatto, afirma: “é fundamental manter uma rotina ginecológica” (Foto: arquivo pessoal)

Como os dados apontam, a história da Dona Maria não é um caso único. Segundo a Ginecologista e Obstetra Isabela Simionatto, esperando que o cenário da COVID-19 melhorasse, as mulheres deixaram de realizar seus exames preventivos. “O tempo passou e observou-se que a situação pouco mudou nesse sentido e, mesmo assim, o cuidado à saúde da mulher manteve-se em segundo plano”, explica.

Simionato reforça ainda que é fundamental manter uma rotina ginecológica uma vez que o papel principal dessa prática é fazer a prevenção e diagnóstico precoce de doenças muito incidentes na população feminina e que apresentam alta morbimortalidade para as mulheres.

Foi justamente em uma consulta de rotina, em abril de 2020, início da pandemia, que a administradora Tati Pizio, de 39 anos, descobriu um câncer de mama em estágio inicial. “Eu faço os exames todos os anos, mas nesse ano tive um pouco de receio antes e cheguei a pensar em não ir, aí decidi segui a recomendação médica e foi por esse cuidado que consegui encontrar bem no início”, conta.

Para Tati Pizio, ter cuidado com a saúde” é um ato de amor a si mesmo” (Foto: arquivo pessoal)

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 66.280 novos casos de câncer de mama foram registrados em 2020, a doença de Pizio entra nessa estatística. Com o diagnóstico em mãos, a administradora começou o tratamento. Ela conta que, com a retirada do nódulo e quatro sessões de quimioterapia, o tumor “praticamente sumiu”, sem a necessidade de fazer cirurgia de reconstrução da mama, já que, segundo ela, a incisão foi pequena.

A oncologista, Rachel Cossetti, reforça a importância de exames preventivos (Foto: arquivo pessoal)

De acordo com o último levantamento do ranking de mortalidade por cânceres em mulheres realizado pelo INCA, o câncer ui de mama ocupa o primeiro lugar. Só em 2019, foram mais de 18 mil vítimas fatais. A oncologista Rachel Cossetti diz que os números reforçam a importância de exames preventivos, essenciais para o diagnóstico e tratamento deste tipo de tumor e de todos os demais. O rastreamento, com exames, é capaz de reduzir em até 70% a taxa de mortalidade.

Orientação: Prof. Gilberto Roldão

Edição: Letícia Almeida


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