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Flávia Durante, em debate, defende que sociedade precisa entender a diversidade de corpos
Por: Bianca Velloso
Em um bate-papo em torno do tema “Gordofobia e atividade física para todes”, no YouTube do Sesc, na noite de quarta (26), quatro ativistas discutiram a importância da inclusão das pessoas gordas e as dificuldades encontradas por elas por falta de estruturas atividades cotidianas. Como forma de combate à gordofobia, as ativistas apontam a informação e inclusão do ensino da diversidade de corpos na grade curricular das escolas e universidades.
Maria Jimenez, autora do livro “Lute como uma gorda: gordofobia, resistência e ativismos”, disse que a formação é um mecanismo poderoso no combate ao preconceito contra os obesos. “O profissional deve buscar informações para saber como trabalhar com diferentes corpos. É preciso incluir esse assunto na formação das pessoas”, falou a pesquisadora após expor que, muitas vezes, as pessoas gordas não conseguem sequer se sentar em cadeiras nas salas de espera, invariavelmente próprias para magros, por exemplo.
Jimenez também disse que as pessoas gordas enfrentam dificuldades no transporte público, ao tentar passar pela catraca, e também nos hospitais, pois, segundo ela, nem sempre encontram macas de tamanho adequado.
A fundadora do projeto “Yoga para todes”, Vanessa Joda, afirmou que a gordofobia é estrutural e institucional. Além dos desafios estruturais, ela mencionou a falta de acesso aos equipamentos para praticar atividades físicas. “Não temos acesso às roupas, não tem joelheira nem cotoveleira do nosso tamanho. Não existe”, afirmou a ativista.
Vanessa viu o yoga uma oportunidade de se reconectar consigo mesma e praticar atividade física. “Quando eu era criança me diziam que eu poderia ser qualquer coisa, exceto gorda. Eu fazia exercício físico por punição e passei parte da minha vida brigando com o meu corpo. Até que eu descobri o yoga, e a minha relação com o meu corpo mudou”, afirmou.
Ellen Valias, conhecida como “Atleta de Peso” nas redes sociais, luta pelo fim da ridicularização que as pessoas gordas sofrem ao praticar exercício físico, uma vez que, de acordo com ela, os obesos têm o direito de se movimentar sem ter como objetivo o emagrecimento. “Atividade física não é só para magros, temos que mexer nossos corpos para não sermos sedentários”, afirmou.
Para isso, Ellen defendeu que as academias devem ser mais acolhedoras e ter equipamentos maiores para que as pessoas gordas consigam fazer os exercícios da maneira correta e com conforto. “Pessoas gordas existem, e a sociedade tenta justificar. Estamos lutando para existir”, afirmou. Ela ainda disse que o preconceito está enraizado na sociedade e que é preciso combate-lo com o conhecimento.
“Ficar brigando toda hora, cansa”, afirmou a produtora da feira de moda e cultura plus size Pop Pluz, Flávia Durante. Ela acredita que debates como o de ontem são o caminho para produzir mudanças e educar as pessoas.
Aqui, acesso à íntegra do seminário “Gordofobia e atividade física para todes”
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Oscar Nucci
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