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Com alteração do planejamento estratégico, alunos aprendem a lidar com o mercado em crise
Por: Gabriela Souza
Com o isolamento social, empresas juniores de Campinas passaram a funcionar em home office, e seus integrantes aproveitaram o período para aprender sobre as necessidades de um mercado em crise. A fim de adquirir experiência profissional e desenvolver a capacidade de adaptação a uma nova realidade, estudantes envolvidos nesse tipo de atividade acadêmica têm repensado a estratégia interna de suas empresas, tanto pela necessidade de alcançar novos clientes quanto pela procura inesperada de um serviço.
Empresas juniores são organizações sem fins lucrativos formadas por alunos de um curso superior, para que possam adquirir experiência profissional. Uma empresa júnior geralmente oferta seus produtos com um custo abaixo ao de outras empresas, para atrair clientes, de modo a proporcionar o aprendizado aos alunos. O trabalho é executado pelos discentes, com a supervisão de um professor.
Camila Miras, 19, gerente de finanças da Brain Consultoria Júnior, empresa do curso de relações internacionais da Facamp (Faculdades de Campinas), explica que, devido à crise no mercado, os empresários de pequenas e médias empresas estão reduzindo gastos. A empresa júnior auxilia outras a aumentar as exportações através das análises de mercado, de tendências e de cenários internacionais. Segundo Camila Miras, o serviço, que é caro, passou a ser menos procurado na pandemia e por isso os universitários precisaram de mais empenho para captar possíveis clientes. “Tivemos que acrescentar o serviço de tradução, que é mais barato, para chamar atenção de novos mercados”, diz a gerente.
Segundo Leonardo Gallissio, 20, presidente executivo do Núcleo Campinas, associação de empresas juniores da região, as principais empresas afetadas pela pandemia de Covid-19 e pelo isolamento social foram aquelas que prestam serviço para a indústria e para micro e pequenas empresas e aquelas que dependem do laboratório da universidade para realizar seus projetos, como é o caso das companhias de engenharia de alimentos, química, farmácia e biologia. Entretanto, Leonardo garante que todas as empresas juniores abarcadas pelo Núcleo estão conseguindo reorganizar seu planejamento estratégico e voltar à ativa.
No caso da Odisseia Consultoria Literária e Linguística, empresa júnior da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o cenário é bem diferente. A presidente-executiva Juliana Koga, 19, conta que a pandemia trouxe aumento na procura pelos serviços da empresa: “As pessoas estão aproveitando o período em casa para investir em projetos pessoais, como o de escrever um livro”.
A Odisseia oferece serviços de revisão textual, diagramação, leitura crítica, tradução e tutoria em escrita criativa, sendo este último o produto mais vendido pela empresa durante a pandemia. “Trata-se do acompanhamento do processo de escrita junto do autor. Fazemos reuniões quinzenais para analisar os capítulos e a obra como um todo”, explica. Juliana Koga diz que o produto já existia, mas não era tão procurado como está sendo agora, já que seus clientes possuem mais tempo para escrever.
Sem respostas prontas
Camila Miras conta que o melhor de fazer parte de uma empresa júnior em um momento de pandemia e isolamento social é aprender a lidar com a necessidade de adaptação. Para ela, desenvolver essa habilidade é uma vantagem importante para a economia conseguir se manter em condições adversas.
Já Juliana Koga afirma que seu maior aprendizado foi a resiliência e aponta a necessidade, como presidente, de manter a transparência. “Os membros da empresa precisam saber o que está acontecendo de modo claro.” Ainda segundo a presidente da Odisseia, “está tudo bem em não saber todas as respostas”, pois o aprendizado na prática é a essência de uma empresa júnior.
Orientação: Profa. Juliana Doretto
Edição: Fernanda Almeida
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