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É paixão que está acabando, lamenta colecionador

Luiz Fernando Duhamel diz que os jovens já não estão mais motivados para o colecionismo

Por Luiza Bouchet

Duhamel, com seus carrinhos: “vai morrer com a gente” (Foto: Luiza Bouchet)

Encontrar colecionadores tem se tornado uma tarefa cada vez mais difícil, especialmente entre os jovens, porque aos poucos essa paixão está deixando de existir. A avaliação foi feita por Luiz Fernando Duhamel, presente em evento voltado a reunir colecionadores que aconteceu neste domingo, 16, nas dependências da Estação Cultura, em Campinas. O encontro reuniu três diferentes modalidades de aficionados: a Feira de Discos de Campinas, a Feira Extravanza e a Troca Nerd, com a intenção de juntar colecionadores de discos em vinil, carros em miniaturas e quadrinhos em um mesmo lugar.

Natural de São Paulo, Luiz Fernando Duhamel é colecionador de carros em miniaturas, trens, maquetes, moedas e cédulas. Ele conta que sua primeira coleção foi de maços de cigarro, quando tinha apenas 4 anos. Hoje, aos 52, sua coleção de miniaturas de carros chega a quase 3 mil itens.

Roselaine, em função do filho, tem 800 miniaturas (Foto: Luiza Bouchet)

Para ele, o colecionismo é uma paixão e qualquer pessoa pode se transformar em colecionador, dentro daquilo que lhe é acessível. “Afinal de contas, algumas peças podem variar de R$ 1 e R$ 1 milhão”, afirmou. Ao mostrar com orgulho e brilho nos olhos as miniaturas que juntou ao longo da vida, Luiz Fernando Duhamel diz que sua motivação é o amor, a restauração, o carinho e a conquista, satisfação que obtém no momento em que consegue o item que queria. Ele participa de todo tipo de encontro voltado ao colecionismo, aonde compra e vende itens de sua coleção para outros colecionadores, que na maioria das vezes estão próximos da terceira idade, já que segundo afirmou, “o colecionismo está morrendo, pois os jovens já não se interessam mais por isso”.

Assim como Luiz Fernando Duhamel, Roselaine Rodrigues coleciona carros em miniaturas. Ela conta que começou a colecionar em 2013 por influência de seu filho pequeno. Hoje, a coleção dela conta com 800 miniaturas, às quais sente apego muito grande. “Você vê uma miniatura e não olha para ela como um brinquedo. Você repara nos detalhes, vê se a pintura está bem feita… Você se torna exigente, já que aquilo tem muito mais valor”, afirma a colecionadora. Atualmente ela faz parte do “Diecast Collectors”, um grupo de conta com mais de 3 mil colecionadores de miniaturas em Campinas, que se reúne para vender, trocar, fazer rifas e leilões de suas coleções.

Ravani e seus discos em vinil: “podem chegar a R$ 10 mil” (Foto: Luiza Bouchet)

Claudio Rovani também é colecionador, mas sua paixão é a música. Desde 1982, quando tinha 14 anos, Claudio conheceu o som pesado do rock e, desde então, começou a colecionar discos em vinil. Hoje, aos 51 anos, sua coleção tem 6 mil discos em vinil e 4 mil CDs. Ele conta que viaja o Brasil inteiro em busca de discos para comprar e vender. E já planeja ir para Europa atrás de preciosidades que faltam à sua coleção.

Para Rovani, o colecionismo é uma prática que descreve como “hobby remunerado”, já que ele consegue complementar a sua renda com os discos que vende nas feiras. Os valores dos seus vinis variam de R$ 90,00 a R$ 200,00, dependendo da banda e do estilo, mas alguns discos podem ultrapassar esse valor. Alguns podem atingir a cifra dos R$ 10 mil.

Também atração no evento sediado pela Estação Cultura, a Troca Nerd reuniu colecionadores de histórias em quadrinhos e bonecos, com a finalidade de vender ou trocar esses itens. Eugênio Alexandre Furtado, de 48 anos, é colecionador de quadrinhos desde 1986. Em seu acervo, possui gibis, HQ’s, Comics e mangás. Eugênio conta que sua paixão pela leitura e pelos personagens foi a motivação para começar a coleção, que hoje tem aproximadamente 600 quadrinhos. Ele diz que começou a colecionar por hobby, mas que hoje trabalha com a venda de alguns itens de suas coleções. Os preços variam de R$ 3,00 a R$ 120,00, se forem obras importadas.

“Se nós, colecionadores, não incentivarmos os jovens a terem o amor que nós temos por isso, o colecionismo vai morrer com a gente, na nossa geração”, adverte Duhamel, ao lado das amizades que, como os brinquedos, vem colecionando pelas feiras que frequenta.

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Gabriela Duarte


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