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Crianças na primeira infância, expostas a aparelhos digitais, apresentam isolamento social, ansiedade e até depressão
Por Théo Miranda
As crianças estão cada vez mais expostas a telas, sejam elas de celulares, tablets ou televisões. A observação é da psicóloga Nathalia Leite, especializada em tratamento infantil, ao destacar que o excesso de tempo em frente à aparelhos eletrônicos e digitais, pode representar riscos ao desenvolvimento cerebral e social. “Uma exposição excessiva às telas pode ter vários impactos negativos, como interferir no desenvolvimento cognitivo, limitar a interação social, contribuir para problemas de sono e aumentar o risco de problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão”, afirma.
Nathalia detalha outros malefícios causados pelo uso excessivo das telas, como problemas no desenvolvimento cognitivo, dificuldade no desenvolvimento social, problemas de sono e aumento do sedentarismo e aponta o papel dos pais nos cuidados com a internet. “Os pais devem iniciar conversas abertas sobre segurança online e estabelecer regras para o uso da internet. Isso inclui ensinar sobre a importância de não compartilhar informações pessoais, não interagir com estranhos e informar aos pais sobre qualquer experiência online desconfortável.”, afirmou a psicóloga.
O cuidado e o controle de tempo em que elas consomem as mídias em geral, está diretamente relacionado à necessidade dos pais terem mais atenção com a saúde mental, física e social dos filhos. Diante dessa situação, a Prefeitura de Campinas desenvolveu o projeto Primeira Infância Campineira (PIC), que trabalha com crianças entre zero a seis anos de idade. Thiago Ferrari, coordenador do PIC, cita três áreas em que o impacto dessas atitudes é notório. “Tudo se estrutura em três pilares”, sintetiza. O primeiro, explica, é a neurociência, quando é formado 90% do cérebro. “A cada segundo, nessa fase da vida, são 1 milhão de conexões neurais. Isso significa que você está moldando o seu cérebro e nós precisamos estimular essa criança”, frisa. Outro alicerce, aponta, é o da economia, já que investindo na primeira infância, quebra-se o ciclo da pobreza. O terceiro, defende, é reconhecer a criança com direitos a serem respeitados. Ferrari cita também o perigo ao qual as crianças estão expostas. “Se nós adultos não sabemos lidar bem com a internet, imagine uma criança”, destacou.
Todos esses malefícios podem ser controlados e diminuídos com a intervenção dos pais, assim como Bibiana faz. O PIC tem como principal objetivo cuidar de crianças de zero a seis anos, mas não deixa de auxiliar os pais nos cuidados de seus filhos, Ferrari destaca essa importância. “Parte de um princípio que, se queremos construir uma política pública sólida e que gere uma mudança de comportamento, precisamos trabalhar estado, sociedade e a família. Então, é muito importante essa interação com os pais, porque é importante a gente dar informação a esses pais.”, afirmou o coordenador do projeto da Primeira Infância Campineira.
Para ele, a cultura do consumismo também é extremamente introduzida na vida das crianças, logo na primeira infância, muito por conta das propagandas em aplicativos e também com os influenciadores digitais, que divulgam produtos em suas redes sociais. “As crianças são expostas ao consumo de uma forma absurda e elas não tem a percepção do que é bom e do que é ruim e também o quanto custa aquilo. Tem alguns influencers que, quando a gente olha, percebemos que é pura venda e isso gera frustração e excesso de consumismo nos pequenos”, alerta.
Bibiana Souza é mãe de duas meninas, hoje com 8 e 14 anos, e sempre esteve atenta ao tempo de consumo de telas de suas filhas. Ela destacou que, com o passar dos anos, percebeu que suas filhas ficam mais tempo em celulares, tablets e televisões. Hoje, a mãe controla o tempo de uso. “Eu olho quase que diariamente o tempo de uso de tela. Já foi estabelecido um tempo limitado de uso dos aplicativos e, se for ultrapassado, elas ficam sem o celular, que pode variar em horas e dias.” disse.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Théo Miranda
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