Jornalistas compartilharam experiências e aconselham os alunos da faculdade de jornalismo da PUC-Campinas

Por Bianca de Freitas e Gabriela Lamas

Para fechar a “Jornada de Jornalismo Cultural” no período da manhã, os alunos da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas receberam os jornalistas Simião Castro, Felipe Brida e Karla Albuquerque. A palestra foi mediada pelo Professor Edson Rossi.

Karla Albuquerque, jornalista do Globo News e natural de Belém do Pará, disse um pouco sobre sua experiência na área profissional desde quando era estagiária e como atua nos dias de hoje. No começo, as pautas culturais, muitas vezes eram consideradas “frias” – que são matérias não factuais, mais leves e que não perdem a validade, por isso podem esperar para serem publicadas e ficam “na gaveta”. O termo gaveta é usado para matérias que ficam guardadas até serem publicadas.

Mas isso fez ela ganhar experiência em criar estratégias, técnicas e criatividade ao longo do tempo. “Eu como repórter tinha esse desafio de tornar as matérias mais importantes para não colocar a matéria em gaveta menos importante”, disse Karla.

A jornalista tem um perfil no Instagram conhecido por “Jornada Polis” que ela atua com mais três amigos jornalistas, onde compartilham informações sobre jornalismo e educação. Ela está há mais de 9 anos no jornal Globo News atuando na edição das 18 horas.

Simião Castro, jornalista no Estadão, contou um pouco da sua trajetória e desde criança participava de teatro. “Eu acho que todo mundo deveria fazer, principalmente jornalista do século 21, porque a gente precisa ter esse traquejo e multi-habilidades”. “Redações estão cada vez mais enxutas”, disse Simião.

Sobre a cultura, para ele, constrói a capacidade dos seres humanos enxergar o mundo e a base da construção de identidade também está dentro da cultura. “Tudo é cultura, as nossas relações pessoais, a maneira como a gente, vive na nossa família, ensinamentos que a gente recebe em casa, as construções sociais que a gente faz na sala de aula com amigos”.

Simião ainda compartilhou com a turma algumas coberturas que ele fez e sobre a técnica de entrevista “junket” que são entrevistas e reportagens de uma forma mais leve, com elencos dos filmes. Na palestra ele compartilhou o “junket” com a atriz do filme da Barbie, Margot Robbie e Ryan Gosling, lançado neste ano.

Felipe Brida, jornalista e crítico de cinema contou sobre sua trajetória desde a Faculdade de Jornalismo, seu primeiro estágio em jornal impresso até os dias de hoje, onde atua como professor de comunicação e artes em três instituições de Catanduva, no interior de São Paulo. Aos 15 anos criou seu primeiro blog, onde publicava resenhas de filmes. Durante sua carreira escreveu resenhas e comentários para diferentes jornais, foi crítico de cinema na rádio Globo e na rádio Bandeirantes e colunista na plataforma digital da Uol.

Atualmente, o jornalista escreve para o portal “DVD Magazine”, onde publica colunas e comentários relacionados às 7 artes. “Não deixe o dvd de lado. Quem trabalha com cinema precisa garimpar muito e não são todos os filmes que estão disponíveis no streaming”, recomendou um dos mais renomados críticos de cinema do país para os estudantes que pretendem seguir nessa área do cinema.

Os palestrantes convidados finalizaram a Jornada de Jornalismo conversando com os alunos sobre inteligência artificial e a insegurança dos profissionais em razão dela. Simião Castro comentou sobre como usar a inteligência artificial ao seu favor e aconselhou os estudantes a usá-la como ferramenta de trabalho para momentos de falta de criatividade. Karla Albuquerque é jornalista há mais de 9 anos e afirma que a inteligência artificial jamais roubará o trabalho de um repórter, já que este é capaz de escutar histórias com um senso de humanidade.

Saiba como foram as outras palestras:

• Painel aponta jornalista como tradutor da realidade
• Cultura é tema de debate na Faculdade de Jornalismo

Orientação: Amanda Artioli

Edição: Gabriela Lamas