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Moradores advertem que proposta da Prefeitura se curva aos interesses do setor imobiliário de Campinas
Por Vitória Régia Barros Silva
Uma comissão de moradores de Barão Geraldo, criada para acompanhar a implantação do Polo de Inovação e Desenvolvimento Sustentável (PIDS), proposto pela Prefeitura de Campinas, está contestando a noção de sustentabilidade do projeto. A iniciativa prevê novo zoneamento para uma área de 17 milhões de metros quadrados no entorno da Unicamp, PUC-Campinas e do atual Polo de Tecnologia até os limites do bairro Guará.
“Estamos enfatizando a ideia de que essa área tem que ser uma transição entre o urbano e o rural, e não uma área de ampliação da densidade urbana, com prédios e com aumento muito grande de pessoas que vão ocupar o local”, afirma o professor de ciência política Wagner Romão, da Unicamp, um dos líderes da Comissão de Acompanhamento e morador do distrito. De acordo com ele, a proposta da Prefeitura se curva “à força da expansão imobiliária na cidade, e é contra isso que a gente luta”.
Segundo a proposta da Prefeitura, apresentada publicamente em novembro do ano passado, o Polo prevê remodelar completamente as normas de zoneamento da área, adicionando comércio e residências em um local que é até então rural. Será permitida a construção de edifícios com altura de até 23 metros, o que equivale a um prédio de 7 andares, e autorizadas instalações de indústrias e polos de desenvolvimento científico tecnológico.
De acordo com as estimativas da Prefeitura, o empreendimento poderá levar até 52 mil pessoas para o local, o que causaria um crescimento expressivo da população de Barão Geraldo, segundo avalia da Comissão de Acompanhamento composta por 9 moradores do distrito.
Uma das principais críticas que a Comissão levanta contra o PIDS são os eventuais danos ambientais, de mobilidade e de infraestrutura que essa ocupação do solo pode trazer para Barão Geraldo. Nas oficinas que promove para debater o projeto junto aos moradores do distrito, o grupo discute contrapropostas que tragam uma visão de ocupação do espaço pautada pela ideia de sustentabilidade.
Em defesa do projeto, a secretária de Planejamento e Urbanismo do Município, Carolina Baracat, disse que o PIDS se sustenta no “estímulo ao uso de tecnologias limpas e de soluções baseadas na natureza, desde a fase de parcelamento do solo”.
“A proposta traz um modelo de cidade mais dinâmica, sustentável e com soluções que ajudam a reduzir a dependência do automóvel”, garante Carolina. Para ela, “o PIDS é a consolidação de um polo tecnológico existente desde 1995 e que precisa de regras para uma ocupação mais ordenada, com destinação de áreas e equipamentos públicos”.
Somente neste mês de maio, a Comissão de Acompanhamento dos moradores de Barão Geraldo já promoveu duas oficinas para discutir o assunto com moradores do distrito. Nos próximos dias 16 e 18, outros dois encontros serão realizados com este objetivo, na Comunidade Na. Sra. Das Graças e na Escola Municipal Dulce B. Nascimento, respectivamente, sempre às 18h30.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Melyssa Kell
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