Noticiário Geral
Divergências entre as mães aparecem mais quando se trata das questões de gênero nas escolas
Por: Camila de Paula
O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é um momento de reflexão sobre a luta e as conquistas das mulheres por igualdade e respeito ao longo da história. Atualmente a violência contra a mulher e as questões de gênero vem sendo as questões mais presentes nas atividades realizadas durante esta semana. Os dados comprovam que meninas também sofrem com problemas de mulheres adultas. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021, 73,7% dos estupros registrados em 2020 foram contra vulneráveis, sendo que 86,9% das vítimas eram do sexo feminino.
Por outro lado, de acordo com a pesquisa da organização não governamental Plan International realizou uma pesquisa intitulada “Por ser menina no Brasil”, que ouviu 1.771 meninas de 6 a 14 anos em todo país sobre o contexto de direitos, violências e barreiras enfrentadas, 37,7% delas acham que meninas e meninos na prática não têm os mesmos direitos.
A pedagoga, doutora em Ciências Sociais e professora extensionista da PUC-Campinas, Camilla Marcondes Massaro, defende que todo conhecimento que as meninas tiverem sobre essas questões sociais contribuirá de forma positiva, pois abre possibilidades para elas entenderem o mundo de uma forma mais ampla. “Os meninos também devem aprender sobre o Dia da Mulher e porque existe, só vamos combater as desigualdades se educarmos os homens também”, afirma.
A manicure Nágila Betini, de 29 anos, é mãe da Mirelly, de 12 anos, e da Ana Lúcia, de 4 anos. Ela conta que já teve conversas com sua filha Mirelly sobre o Dia da Mulher e a importância da data para sua vida como uma menina. “Antes a mulher só podia trabalhar em casa e servir o homem, hoje não é mais assim, por isso eu sempre falo para a Mirelly como é importante ela lutar pelos seus direitos iguais as mulheres fizeram no passado”, diz Betini.
A manicure diz que fala com suas filhas, principalmente Mirelly que é a mais velha, sobre as questões de gênero, desigualdades e violência de uma forma que não agrida a mente delas. “Essas conversas elas têm que ter de todos os lados, dentro de casa e na escola”, finaliza.
A estudante Mirelly Betini, de 12 anos, relata que aprendeu sobre o Dia da Mulher dentro de casa e na escola. “Sei que a data foi criada porque as mulheres não tinham direitos iguais no trabalho e lutaram por isso”. A estudante afirma que entende a importância que a data tem na vida dela.
A dona de casa Teônia Teodora, de 34 anos, é mãe da Maria Beatriz, de 12 anos, e da Maria Helena, de 9 anos. Ela, ao contrário de Nágila, não concorda que as questões de gênero, uma das principais pautas sociais discutidas no Dia da Mulher, sejam abordadas na escola. Teodora defende que esse é um assunto que deve ser discutido apenas em casa.
“Tem que ter um tempo para tudo, eu passo da maneira que eu quero que elas entendam, pois não sei o que o professor vai falar”, diz. A dona de casa opina que quando falam sobre gênero na escola, muitas dúvidas são colocadas na cabeça da criança, e ela prefere que as filhas vivam uma fase de cada vez.
Teodora diz que já conversou sobre o Dia da Mulher com as filhas, mas que nunca se aprofundou sobre o contexto histórico da data. “Eu falo sobre a importância da mulher mãe, que sem a mulher não tem vida, no contexto familiar mesmo, vou mais na parte de ser matriarca da família”, conta.
Camilla Massaro, que também é mestre em Educação Escolar, diz que ensinar sobre gênero, desigualdades e violências é um papel da sociedade como um todo, da família e das escolas. “As crianças devem ter acesso a esses conhecimentos para que possam perceber os problemas desde novos”, defende. A professora explica que existem formas de ensinar essas questões de acordo com a faixa etária e com o desenvolvimento cognitivo da criança. “Tem materiais pedagógicos, livros infantis e infanto-juvenis, como montar uma peça de teatro que trabalham esses temas com as crianças”, finaliza.
Aqui, acesso para link do áudio da manicure Nágila Betini: https://soundcloud.com/camila-de-paula-742296125/nagila-betini
Orientação e edição: Prof. Gilberto Roldão
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