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Artesãos se dizem otimistas com final do ano

Na feira do Centro de Convivência, Ana Lúcia vende roupas personalizadas para animais de estimação

Por: Carlos Alexandre Furlan Mendonça

“A tendência é que o faturamento seja o dobro do ano passado, ou pelo menos perto disso, estou bem otimista”, disse o artesão Maurício Godoy, 51 anos, que há 22 anos monta barraca para vender bijuterias personalizadas e miniaturas de motos Harley Davidson na feira de artesanato do Centro de Convivência.

O otimismo também está presente na barraca da costureira Ana Lucia Pinto, que vende peças de roupas para animais de estimação. Uma das roupas que mais vende nesta esta época do ano é a vestimenta de Papai Noel, para que os donos coloquem seus cachorrinhos no espírito natalino.

A costureira Ana Lúcia Pinto: “Está todo mundo com vontade de sair de casa, de comprar, de ver a família” (Foto: Carlos Alexandre Furlan)

Em função da pandemia, a exemplo de seus colegas, Ana Lúcia ficou sem frequentar a feira do final de março a agosto do ano passado. Neste ano, com a liberação das restrições de circulação, Ana afirma que “está todo mundo com vontade de sair de casa, de comprar, de ver a família. Então, vai ser legal”.

Suspensa diversas vezes ao longo da pandemia, a feira do Convivência – a mais concorrida de Campinas – teve suas atividades retomadas só em maio de 2021, mas com restrição de 25% de presença de público no local. A baixa movimentação vinha, até então, mantendo os comerciantes em estado de alerta sobre as vendas do fim de ano.

Mas a animação e o otimismo de Ana e Mauricio tem uma explicação: o último levantamento da Associação comercial e industrial de Campinas (Acic) mostrou que o quarto semestre de 2021 será impulsionado pelo 13º salário. Serão injetados R$ 5,1 bilhões na região metropolitana de Campinas, o que representa 5,2% acima das vendas para o período. O valor – aponta a Acic – deverá esquentar as compras de Natal. 

Para o professor da rede estadual Alexandre Melo, 50 anos, que é pintor e expõe suas telas na feira hippie há mais de 20 anos, “historicamente sempre houve uma melhora no fim de ano. Então, a gente torce, até por conta da situação, que para reverter essa paradeira que foi dada, e que consigamos reverter esse momento, trazendo o público de volta”. 

O professor e artista plástico Alexandre Melo: “Historicamente sempre houve uma melhora no fim de ano” (Foto: Carlos Alexandre Furlan)

De acordo com a Acic, o desejo do artista e professor Alexandre será atendido. Somente na cidade de Campinas, a expectativa é de que R$ 2 bilhões sejam injetados na economia, o que representa 5,8% acima do ano passado. A expansão do varejo deve corresponder a 3,5%, movimentando R$ 2,7 bilhões, contra os R$ 2,6 bilhões faturados no Natal de 2020, o que pode proporcionar um alivio nas contas de quem passou meses sem obter rendimento algum.

No período de distanciamento social mais intenso, só conseguiram arcar com as contas do dia a dia os artesãos que têm algum tipo de renda fixa, como foi o caso do casal de aposentados Célia e Ronaldo Buzolli, de 71 e 75 anos. Célia é artesã e Ronaldo é aposentado da área da metalurgia. Os dois trabalham juntos desde o início da feira, há 33 anos.

“Como aposentado, a gente tinha recurso, mas não tínhamos material para trabalhar. Aí, fomos fazendo estoque, ficamos 5 meses parados, ficamos fazendo material, fizemos nosso estoque”, diz Célia, quando perguntada como foi a passagem pelo fechamento do comércio.

O casal de aposentados Célia e Ronaldo Buzolli aproveitou o distanciamento social para ampliar o estoque (Foto: Carlos Alexandre Furlan)

Já com Ana Lucia foi diferente. “Eu tive que me virar um pouco vendendo pela internet. Porém, como eu não tinha nada preparado, foi tudo assim de última hora. Não tive um planejamento, então não dá para comparar as vendas que eu tive nesse período com a feira”, disse ao afirmar que o retorno “foi mínimo” com os negócios virtuais. 

Godoy – que não é aposentado e não possuía nenhum qualificativo que o colocasse como beneficiário de qualquer programa assistencial – se viu em situação de penúria. Ele teve que vender carro, moto e resgatar uma previdência privada.

“Durante a pandemia eu fiquei totalmente parado. Até tentei vender pela internet, mas o retorno foi mínimo. Fiz uma única venda, o tempo todo fiquei sobrevivendo de reservas”, disse.

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Beatriz Mota Furtado


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