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A urologista Elaine Bronzatto aponta a importância do diagnóstico precoce
Por: Fernanda Almeida
“Vivemos numa sociedade machista. Então, esse preconceito ainda existe”, afirma a urologista Elaine Bronzatto sobre o tabu em relação ao exame de toque retal, que busca detectar o câncer de próstata. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), essa doença causou 15 mil mortes por ano no biênio de 2018 e 2019, sendo o tipo de câncer mais frequente em homens, após o de pele. No mesmo período, foram mais de 68 mil novos casos para cada ano.
O Novembro Azul, campanha internacional lançada no Brasil pelo Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL) em 2011, tem como objetivo alertar a população sobre a doença e promover a conscientização sobre o câncer de próstata e seu diagnóstico precoce.
Em entrevista ao Digitais, Elaine Bronzatto, urologista pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e especialista em cirurgia urológica minimamente evasiva pelo hospital Sírio-Libanês, fala sobre a importância do exame de próstata, indicando qual é a idade adequada para o início de sua realização, além de falar sobre o tabu do exame de toque retal e de como campanhas de conscientização como a do Novembro Azul ajudam a combater esse preconceito.
Qual é a importância da realização do exame? Quantas vezes é recomendado fazer esse exame e qual é o perfil dos homens que devem realizá-lo?
A importância do exame é o diagnóstico precoce do câncer de próstata, que, quando detectados no início, tem cura em mais de 90% dos casos. Ele também minimiza as sequelas do tratamento, que são menos agressivos quando a doença é detectada no começo.
As sociedades de urologia recomendam que a partir dos 50 anos de idade o homem deve consultar o urologista com a finalidade de detectar um possível câncer de próstata. Exceto quando houver fatores de risco associados, como parentes de primeiro grau com câncer de próstata ou pacientes negros. Nesses casos, deve-se começar essa triagem aos 45 anos.
E em questão às travestis ou transexuais e pessoas que usam hormônios? Os exames, o tratamento e o perfil são os mesmos de homens cisgêneros? Essas pessoas têm mais risco de um câncer de próstata?
Em relação aos travestis e transexuais, não existe mudança de conduta em relação aos cuidados com o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Já sobre o uso de hormônios, também não existe uma resposta científica que determine aumento desse tipo de câncer.
Leia Mais: Homens com câncer de próstata estão sujeitos a depressão
Muitas pessoas apenas realizam o exame de sangue, mas o recomendado é fazer também o de toque. Por que apenas o de sangue não é suficiente? O que cada uma traz de importante para o diagnóstico?
A investigação para a doença deve ser realizada com o exame de sangue, para identifica o nível do PSA. Ele aumenta quando há câncer de próstata, mas também em outras situações, como em casos de prostatite, que é quando ocorre uma infecção, e em casos de hiperplasia prostática benigna, no qual há um aumento da próstata.
O toque retal, no entanto, é muito importante para detectar diretamente nódulos palpáveis na periferia da próstata, que é o local mais acometido pela doença.
Homens negros têm uma chance maior de ter câncer de próstata do que homens brancos. Por que isso ocorre? E isso afeta a idade em que eles devem começar a procurar um médico e a quantidade de vezes que o exame deve ser realizado por ano?
Por enquanto, sabemos que esse maior risco de câncer de próstata em homens negros tem relação com a etnia, mas ainda não há resposta científica sobre o motivo. Eles devem começar então começar a procurar médicos aos 45 anos e realizar o exame, a princípio, anualmente. O médico responsável pode determinar para cada caso mudança nessas orientações, em relação à idade e à frequência de acompanhamento.
O exame de toque é muito rápido e indolor, mas há ainda muito preconceito em volta dele. Isso faz com que muitos homens não realizem o teste, com medo da reação do seu corpo durante o procedimento. Como desconstruir esse preconceito?
Ainda há um tabu relacionado ao toque retal, pois vivemos numa sociedade machista e esse preconceito existe, porém está sendo superado cada vez mais graças a campanhas e veículos de informação que ajudam a diminuir esse preconceito e conscientizam a população.
Como é o exame no SUS? Há um contato fácil com urologista?
Não sei como está a fila no SUS agora, mas tive a oportunidade de trabalhar no SUS há cerca de 5 anos, e meus pacientes faziam exames anuais, sem atraso. Porém, os que tinham câncer tinham que esperar um pouco mais para o tratamento, infelizmente.
Orientação: Juliana Doretto
Edição: Sofia Pontes
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