Famílias vulneráveis recebem apoio de fotógrafos que abraçaram a causa          

Público preferencial do projeto são famílias com crianças e idosos em situação de vulnerabilidade (Foto: acervo pessoal)

Por Fernanda Almeida

O fotojornalista André Montejano: “Já recebemos mais de uma centena de contatos de fotógrafos” (Foto: acervo pessoal)

“Além de alimentos e produtos de higiene, estamos também levando cultura e arte para essas famílias”, disse o fotojornalista André Montejano, 27, idealizador do projeto Photo Que Alimenta. O objetivo é ajudar comunidades carentes através da venda de fotografias, sendo o dinheiro convertido em cestas básicas com alimentos, produtos de higiene e uma cópia da foto comprada pelo doador.

O projeto teve início em uma conversa com a enfermeira, doutora em saúde coletiva pela Unicamp e professora Elizabeth Cabral, do curso de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic. Foi de Montejano, jornalista formado pela PUC-Campinas, a ideia de aproveitar sua agenda livre para ajudar as famílias carentes da Região Metropolitana de Campinas (RMC) durante a pandemia. Atualmente, com 16 artistas participando do projeto, Montejano conta que a oferta de voluntários está alta.

Os beneficiados recebem a cesta básica e uma cópia da foto, emoldurada, adquirida pelos doadores (Foto: acervo pessoal)

“Já recebemos mais de uma centena de contatos de fotógrafos amadores e profissionais, tanto dentro quanto fora do Brasil querendo participar”, revelou Montejano, que planeja continuar o projeto no pós-pandemia. Além de artistas, o fotojornalista conta com o apoio de vários voluntários que ajudam na entrega, na montagem dos pacotes e até na elaboração de um controle de receitas e despesas para prestar contas ao público. “É bem transparente nosso projeto, e toda verba está sendo destinada a essas comunidades necessitadas.”

O projeto também conta com patrocinadores, como as empresas Interbrilho e Okinawa, que doaram 200 frascos de álcool em gel e 500 máscaras, respectivamente, para serem incluídas nas cestas.

A cesta também é composta por alimentos como arroz tipo 1, feijão carioquinha, sal, macarrão espaguete, molho de tomate, farinha de mandioca, farinha de trigo, flocos de milho, fubá de milho, óleo de soja, café e leite em pó. Já os itens de higiene contam com sabonete, pasta de dente, papel higiênico, água sanitária, sabão em pedra, um frasco de álcool em gel e cinco máscaras.

O site que promove a campanha apresenta mais de 200 fotos de diferentes temáticas, sendo que mais de 130 já foram vendidas, possibilitando a distribuição de 40 cestas básicas até então. A mais popular, que rendeu 15 cópias, foi a foto intitulada Mão Que Salva, do próprio Montejano.

Cestas contém alimentos e produtos de higiene, que vão de sabão em pedra a creme dental (Foto: acervo pessoal)

O trabalho de seleção das comunidades para doação das cestas é feito pela professora Elizabeth, que possui contato com agentes de saúde da comunidade e faz o mapeamento das famílias necessitadas. “São as que possuem mais idosos e crianças. Essas famílias são o alvo preferencial do projeto”, afirma Montejano, que auxilia na distribuição com um grupo de seis pessoas.

Ele também relata de um problema que ocorreu em uma ação feita por uma amiga, no qual acabou acontecendo uma aglomeração no distrito de Campo Grande, Campinas. “Foi comunicado que a entrega ocorreria no domingo. Quando ela chegou, havia uma fila quilométrica esperando”.
Montejano explica que para que não ocorra situações como essa, o projeto realiza a entrega de casa em casa, assim evitando a aglomeração de pessoas e diminuindo os riscos de propagação do vírus.

A próxima entrega ocorrerá no sábado, 20 de junho, quando serão distribuídas mais 100 cestas básicas. As fotos emolduradas, com tamanho 20cm X 30cm, podem ser adquiridas no site www.photoquealimenta.com.br por R$ 100, e serão enviadas via Correios. O comprador também tem a opção de enviar uma mensagem de apoio à família beneficiada.

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

Edição: Laryssa Holanda