Cultura & Espetáculos
Produção brasileira “Ainda estou aqui” reacende debate sobre a importância dessa indústria de entretenimento no país
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Por: Pietra Mesquita e Igor Val
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Com a popularização dos serviços de streaming, as idas ao cinema têm se tornado menos frequentes, já que agora é possível assistir grandes produções em casa. Porém, os grandes artistas afirmam que nada substitui a experiência única de ver uma história ganhar vida na grande tela do cinema, com toda a intensidade do som, das imagens e da vivência coletiva.
De acordo com a indústria cinematográfica, para a valorização da cultura ao cinema, o primeiro final de semana em cartaz é o mais decisivo, quando o fluxo de espectadores pode basicamente determinar se o filme oferecido será um sucesso ou fracasso.
O crítico Eduardo Guimarães, do blog Culture in Pictures, reforça a importância para a produção, do público acatar o filme na primeira semana em cartaz.
“A ida ao cinema na primeira semana é o momento em que o espectador comum tem a oportunidade de transformar a indústria cultural, incentivando produções de qualidade e mostrando que existe público para filmes que representam nossa realidade, fazendo com que esse conteúdo, lazer e informação, retorne para ele como enriquecimento cultural.”, conta Eduardo.
Dessa forma, as distribuidoras analisam o desempenho inicial para decidir o quanto devem investir na continuidade daquele filme nas salas. Esse desempenho também define o tempo de exibição, o que afeta diretamente o acesso do público a esse tipo de cultura – do lazer e do conteúdo que pode ser absorvido ao assistir ao filme.
Para o cinema brasileiro, essa experiência é ainda mais crucial: a indústria nacional enfrenta o desafio constante de conquistar um público que, muitas vezes, valoriza desproporcionalmente as produções hollywoodianas em comparação às nacionais. Em um cenário onde a valorização da arte como um todo, e nela, do cinema nacional, ainda é uma batalha, prestigiar o lançamento de um filme brasileiro na primeira semana não é apenas entretenimento, mas sim um ato que fortalece e sustenta todo o universo de produção da sétima arte no Brasil.
O ator Sérgio Harger, protagonista de “Letícia”, lançado em maio desse ano, no papel de Pietro, trouxe um ponto importante para nós, enfatizando a importância da experiência cinematográfica.
“A experiência dos cinemas é insubstituível. A gente grava cada cena pensando nas telonas. Mesmo sendo legal assistir na TV, o cinema é diferenciado, e essa primeira semana de estreia no cinema nacional é importantíssima, porque é ela que vai definir quanto tempo o filme vai ficar em cartaz, o que é bom tanto para a produção quanto para o público”, comentou o ator.
Ju Roza, conta a visão do telespectador, e a preferência de ver filmes em casa ou nas telonas. Veja a entrevista completa.
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Luta pela valorização do cinema nacional
De acordo com a Agência Nacional de Cinema (ANCINE), em uma pesquisa feita em janeiro desse ano em parceria com o IBGE, apenas 34% dos brasileiros vão ao cinema pelo menos uma vez ao mês, enquanto 54% da população nunca se quer chegou a entrar em uma sala com a telona.
Visado se aproximar do público local e ao mesmo tempo se destacar na luta por reconhecimento, o filme “Ainda estou aqui”, protagonizado por Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro, lançado no começo de novembro, vem reforçando toda a necessidade de apoio ao cinema nacional em sua campanha de divulgação e de pré-estreia. O crítico Guimarães, destacou a importância desse movimento.
“O público brasileiro ainda precisa enxergar e acreditar no valor de suas próprias produções. Filmes como ‘Ainda estou aqui’ mostram que é possível contar boas histórias brasileiras, reais, autênticas e poderosas sem precisar recorrer às fórmulas hollywoodianas”, complementa Eduardo.
Mariana Silva funcionária do “Topázio Cinemas”, conta o dia-dia e os bastidores do cinema. Ouça a entrevista completa
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Busca pelo reconhecimento internacional

O cinema brasileiro já provou seu poder desde o século passado, chegando a grandes competições internacionais e sendo analisado por inúmeros críticos renomados na área. Filmes como “Central do Brasil”, “Cidade de Deus” e “Que Horas Ela Volta?” acumularam muitas indicações e foram indicados a grandes premiações, como o Oscar, Globo de Ouro, BAFTA, Emmy Awards e Festival de Cannes, evidenciando a qualidade e a originalidade que vários trabalhos nacionais apresentam.
Contudo, alcançar reconhecimento de uma forma consolidada não é um desafio novo, e o apoio do público local na estreia de novos filmes é um dos passos mais fortes para garantir que as produções continuem recebendo reconhecimento e visibilidade no cenário mundial – passando a alcançar até mesmo os prêmios – e principalmente valorização nacional.
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Orientação: Profa. Karla Ehrenberg
Edição: Luísa Viana
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