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A participação nestas associações promove o desenvolvimento de “soft skills” habilidades socioemocionais exigidas pelo mercado
Por Raquel Santana e Thais Helena
O termo “soft skills” tornou-se comum dentro do ambiente organizacional e ganhou relevância em contratações. A expressão representa as habilidades socioemocionais que se relacionam ao comportamento e interações humanas. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as “soft skills” reúnem características de um profissional que não estão ligadas ao cargo que ocupa, mas que são úteis no dia a dia e classificadas como um diferencial.
Saber trabalhar em equipe, demonstrar criatividade, ser produtivo e exercer liderança são alguns exemplos de “soft skills” que estão entre as competências mais valorizadas pelas empresas na busca por novos profissionais. Uma recente pesquisa feita pela Start Carreiras, plataforma de empregabilidade universitária, analisou que as “soft skills” são as mais requisitadas para contratação de estagiários.
Camila Jurigan, gerente de marketing, considera as “soft skills” como virtudes essenciais e destaca que a inteligência emocional é uma característica exclusivamente humana, enquanto as habilidades técnicas podem ser aprimoradas por meio da tecnologia. Confira os detalhes da conversa com Camila no áudio a seguir.
Onde tudo começa
Desenvolver as “soft skills” começa, muitas vezes, dentro da própria universidade. Uma das formas que os alunos encontram de criar essas habilidades socioemocionais é através das Associações Atléticas: instituições independentes, formadas por estudantes, que incentivam a prática esportiva e fomentam a integração de novos discentes por meio de recepções, festas e eventos.
Bárbara Soares, Diretora de Esportes da Atlética de Linguagem, Comunicação e Artes da PUC Campinas (Comunica), relata ter desenvolvido habilidades como liderança, trabalho em equipe e proatividade após se tornar uma atleta da Comunica. A jovem conta que os treinos foram importantes para manter o foco e lidar com a pressão. “A convivência frequente com jogos e grandes responsabilidades me ajudou a criar maturidade para lidar com diversas situações, me fazendo manter a calma”, explica.
A gestão de tempo também é uma habilidade comumente desenvolvida por estudantes que ingressam nas Associações Atléticas. Conciliar a vida pessoal, estudos e estágio com os treinos pode mostrar-se desafiador, mas, para Mariana Miquelino, Diretora do time de Handebol da Comunica, a rotina foi crucial para seu aprendizado. Ela relata que, assim que ingressou nos treinos, organizar seu tempo de forma eficiente tornou-se mais fácil. Hoje, ela consegue lidar com o esporte e estudos sem grandes desafios.
Já para Julia Mokarzel, publicitária e ex-presidente da Comunica, a Atlética desempenhou um papel fundamental em seu desenvolvimento pessoal, especialmente na superação da timidez, e foi decisiva para sua entrada no mercado de trabalho. Atualmente, sua experiência na associação é um dos aspectos mais elogiados por seus superiores. Confira o vídeo com o relato de Julia:
Do esporte para a carreira profissional
Outra “soft skill” requisitada pelos recrutadores e admiradas por grandes empresas é a empatia. Bárbara afirma que os jogos foram o principal meio que ela encontrou para desenvolver essa habilidade. A atividade exige o relacionamento interpessoal e a conexão com pessoas. Isso, consequentemente, impulsioniou melhorias em sua comunicação e a tornou mais compreensiva.
Caroline Dias, Diretora Geral dos Esportes Individuais da Comunica, assim como Bárbara, enxerga a participação em times esportivos da Atlética como algo positivo para o mercado de trabalho. “Permite que nós alunos desenvolvamos uma série de habilidades como o trabalho em equipe, liderança, e gestão de tempo. Quando falo desse assunto, gosto muito de citar empatia e resiliência, uma vez que a gente lida diretamente com derrotas, vitórias, pessoas de diferentes personalidades e perspectivas”, relata.
Atlética na entrevista de emprego
Para Caroline, citar o envolvimento com as Associações Atléticas durante um recrutamento é relevante. “O primeiro conselho que eu daria é para o candidato/aluno falar muito sobre a experiência que teve com o esporte e a atlética, sempre conectando com as habilidades exigidas pela vaga. Um exemplo é citar o trabalho em equipe, e como ele prepara para trabalhar bem com diferentes departamentos”, explica.
A estudante ressalta a importância de enfatizar a disciplina, proatividade e organização adquiridas sendo uma atleta. “Demonstrar que sempre está buscando mais, ter vontade, porque no esporte os atletas estão sempre buscando melhorar. Acho que essa mentalidade de buscar crescimento e de aprender é um ótimo ponto também”, analisa Caroline.
Orientação: Profa Karla Ehrenberg
Edição: Melyssa Kell
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