Noticiário Geral

Cresce o mercado de trabalho para profissionais com 50+ 

Empresas demonstram o interesse em contratar pessoas mais experientes e que se adaptam à tecnologia

Por Murilo Sacardi e Enzo Zaros

A Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua, do segundo semestre de 2023, revelou que as faixas etárias entre 40 a 60 anos ou mais correspondem às menores taxas de desocupação no Brasil. Segundo dados do Censo 2022, o Brasil envelheceu mais rápido e os maiores de 50 anos somam 27,7% da população brasileira. Em 15 anos, as contratações na faixa etária 50+ dobraram, atingindo a marca de 110,6%, o que representa um aumento maior do que a soma das outras faixas etárias. A maioria dos contratados é do sexo masculino, 57%, frente à 42% das mulheres.  

A nova pirâmide etária feita com os dados do novo Censo mostra o envelhecimento da população brasileira (Fonte: IBGE)

A pesquisa realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial mostrou também que há maior chance de ser contratado aquele profissional que investiu em qualificação. Estima-se que até 2040, seis em cada dez trabalhadores terão mais de 45 anos de idade, e nessa faixa etária, os recrutadores buscam experiência de vida, foco no trabalho e maturidade. “Em primeiro lugar, é avaliada a experiência na função, depois a motivação, o perfil e as aptidões, além da facilidade de adaptação, raciocínio, coordenação motora e domínio de tecnologias compatíveis à função”, diz Beatriz Gil Guerreiro Scavasin, que atua há mais de 45 anos como consultora de Recursos Humanos em grandes empresas.  

Roque Amorim tem 64 anos e atua como instrutor de equipamentos de ensacagem e automação industrial numa empresa multinacional com filial em Monte Mor, interior de São Paulo. Segundo ele, é necessário se manter atualizado para continuar no mercado de trabalho. “Para me manter empregado, fui fazendo constante atualização e mostrei interesse em conhecer os produtos, além de conhecer a história da empresa e cultivar amizades”, relatou. Com 45 anos de profissão na área de automação industrial, Roque deu início a sua carreira em 1978, porém foi somente em 1992 que chegou na empresa em que trabalha atualmente, onde ficou até 2014 quando foi desligado por um ano. Retornou em 2015 e, em 2019, sua contratação foi terceirizada. 

Segundo a consultora Beatriz Gil, os profissionais mais experientes são necessários para as empresas e os de nível médio são contratados também para fazer escolinha para colaboradores mais novos. (Fonte: SENAI)

Um levantamento realizado pela companhia de recrutamento Robert Half apontou que 48% das empresas contam com um programa de diversidade geracional, mas que 70% das empresas contrataram pouco ou nenhum profissional com mais de 50 anos entre 2021 e 2022, o que representa 5% do total de contratações de funcionários no período. Porém, que 10% das empresas pesquisadas estão investindo em treinamentos para diversidade geracional. 

“As empresas mais renomadas e que atualmente se preocupam com a questão da sustentabilidade verificaram a importância desse tipo de contratação, pois a questão social está em alta”, diz a consultora Beatriz. “Esse tipo de contratação pode ser um fator positivo para o relatório de sustentabilidade, no entanto, é muito pequeno o índice de empresas que realmente se preocupam com esses critérios. O interesse é mais estratégico, do que com a preocupação social, porque a valorização dos colaboradores sem preconceitos com salários e benefícios compatíveis faz com que os colaboradores se sintam valorizados, o que diminui o índice de turn over (rotatividade de pessoal) e absenteísmo (falta de pontualidade e cumprimento de dever)”, completa.

O instrutor Roque também diz que a experiência sênior é essencial para uma organização. “Atualmente noto que na área técnica os jovens identificam 80% das tecnologias atuais, mas se esquecem da construção básica dos equipamentos”, compara. 

Orientação: Profa. Rose Bars

Edição: Murilo Sacardi


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