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Projeto de Estágio de Correspondentes permite uma imersão no cotidiano do Exército, com práticas de comunicação
Por: Gabriel Domingos
Durante cinco dias, 11 estudantes de Jornalismo da PUC-Campinas participaram do programa do Exército Brasileiro, Estágio de Correspondente de Assuntos Militares (ECAM), uma prática anual que permite aos alunos conhecerem o cotidiano dos militares, com práticas de comunicação em áreas consideradas de conflito. O exercício foi coordenado pelo capitão Renato Carrião de Freitas, adjunto do oficial de Comunicações Sociais da Brigada, e tinha como objetivo orientar alunos de jornalismo em assuntos militares.

O estágio foi dividido em duas etapas. Na primeira etapa, os estudantes tiveram contato com diversos temas militares com objetivo de adquirir conhecimento sobre a formação de oficiais do Exército Brasileiro e da Aeronáutica. A segunda fase, foi a união entre os temas envolvendo assuntos militares com os conhecimentos acadêmicos de jornalismo, como a realização de entrevistas coletivas com os comandantes.
Os estudantes também realizaram uma visita ao 28º Batalhão de Infantaria Mecanizado, onde receberam instruções teóricas e práticas, como primeiros socorros em área de conflito, a apresentação da viatura blindada de transporte pessoal Guarani, o contato com os tipos de armamento, o uso e manuseio de colete e capacete, e aprender a preparar a ração para se alimentar. O objetivo foi permitir entender dificuldades do cotidiano militar. “Confesso que a ração alimentar não agradou muito ao meu paladar, mas reconheço completamente a importância que tem. A quantidade de energia e calorias necessárias para o soldado durante todo o dia, seja no campo de batalha ou passando horas sem se alimentar. Realmente sustenta”, relatou Amanda Poiati.
A formação dos estudantes começou no dia 16 de agosto, na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (ESPCEX), com uma palestra da jornalista Paula Mariane, ex-aluna da PUC-Campinas e atual correspondente do MLex. Ela participou do ECAM em 2015, onde desenvolveu interesse pela área militar e se tornou a primeira jornalista a realizar um trabalho fotográfico de longa duração para o Exército.

Paula Mariane ressaltou a importância de evitar preconceitos entre as instituições de defesa e o jornalismo. “Eu acredito que o começo de uma grande história, uma reportagem, se dá quando alguém transforma julgamentos em curiosidade, e assim se inicia a busca pela verdade. Isso é o que guia o trabalho de um jornalista”, disse. Ela escreveu o livro “Laços de Honra – O outro lado do Exército”, e uma de suas principais motivações foi a falta de conhecimento sobre o tema. “Eu estava diante de um cenário desconhecido para mim, algo com o qual eu não estava familiarizada, mas estava aberta a entender como as coisas funcionavam. Nesse momento, como jornalista, é necessário deixar de lado suas convicções e preconceitos para dar espaço a novos conceitos e a um novo repertório.”
Durante os exercícios, os alunos tiveram o acompanhamento de dois voluntários da Brigada de Infantaria Paraquedista do Rio de Janeiro. Na Academia da Força Aérea (AFA), localizada em Pirassununga, tiveram aulas sobre as áreas da aviação e a atuação do jornalista militar. Shirley Pereira, formada em jornalismo, integra o quadro de oficiais técnicos temporários como primeiro tenente na área de comunicação social. Segundo ela, com as tecnologias de comunicação, a sociedade está imersa em uma guerra de informações e na construção de imagens. “A comunicação social é como um precursor, mostra para a sociedade o que o exército vem desenvolvendo, como atua. É um espelho, uma das primeiras portas de entrada para estabelecermos a comunicação com a população”, avalia.
Os alunos usaram capacetes e coletes na Operação Saci, cujo objetivo foi o treinamento das tropas, a fim de entender o papel do comunicador em um cenário de guerra. O resultado da experiência foi a produção de materiais de cunho jornalístico sobre o que ocorria em meio ao conflito, apresentados para o setor de comunicação do Exército. Na mesma manhã, participaram de uma coletiva de imprensa com o chefe de Estado-Maior da Brigada de Infantaria Paraquedista, Igor Lessa Pasinato, e conversar com o comandante Militar do Leste, o General André Luis Novaes Miranda. “Eu não esperava adquirir tanto conhecimento sobre o assunto. Mesmo que eu já tivesse algum conhecimento sobre o Exército, não estava bem-informada sobre o papel do jornalista dentro da instituição. Este estágio foi muito esclarecedor”, relatou Anna Vieira, estudante do segundo período.

Segundo o Capitão Renato Carrião de Freitas, o resultado superou a expectativa. Ele reconhece que “havia uma expectativa de produtividade, mas ao longo da semana, devido ao interesse dos alunos, as atividades foram melhores, tanto como profissionais quanto como indivíduos”.
Orientação: Profa. Rose Bars
Edição: Isabela Meletti
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