Destaque
Repórteres Tais Seibt e Paulo Veras destacam as qualidades e as deficiências da Lei de Acesso à Informação brasileira
Por: Allane Moraes, Beatriz Cezar, Julia Facca, Luiz Oliveira, Renan Fiorentini e Renata Germano
A importância da Lei de Acesso à Informação (LAI) no contexto do jornalismo de dados é considerada positiva por grande parte da imprensa nacional, mesmo assim há pontos ainda a melhorar. Para os jornalistas de dados Tais Seibt e Paulo Veras, a eficácia dessa legislação em proporcionar dados de qualidade para a produção de reportagens foi vista de modos diferentes.

Tais Seibt, especialista em transparência pública e LAI, que também fundou a Afonte Jornalismo de Dados, destacou o potencial da lei para a mídia. “No Brasil, temos um ecossistema favorável para este tipo de jornalismo. Graças à LAI, conseguimos responder a questões importantes da sociedade, além de cobrar do governo sobre o que deveria ser divulgado para a população”, disse ela.
Já Paulo Veras, jornalista de dados na Globo Pernambuco, considera que há desigualdade na qualidade dos dados obtidos. Segundo ele, mesmo com a existência da LAI, é difícil obter números relevantes, confiáveis e atualizados do poder público. “Há uma desigualdade muito grande entre a qualidade do dado que você consegue no Governo Federal e em um Estado. E piora quando falamos de um Município. Os dados simplesmente não existem ou, quando existem, são de cinco anos atrás”, lamentou.

Essas perspectivas ilustram a complexidade do cenário do jornalismo de dados no Brasil. A LAI é vista como uma ferramenta crucial para a prática, mas sua eficácia é questionada em termos de disponibilização de informações atuais e relevantes, especialmente no âmbito do jornalismo local.
Seibt e Veras concordam que, apesar dos desafios, o jornalismo de dados oferece grandes oportunidades. Veras destacou que a principal vantagem era a capacidade de descobrir novas histórias e perspectivas que, de outra forma, não seriam possíveis.
O jornalismo de dados, inspirado no Jornalismo de Precisão, cujos fundamentos tiveram início com Phillipe Pierce em 1973, utiliza a produção, processamento e monitoramento de grandes volumes de informações para simplificar a busca por dados relevantes na elaboração de reportagens. Essa abordagem, também conhecida como Data Driven Journalism (DTJ), surgiu como uma inovação significativa na forma de entender a sociedade através dos números.
A análise de dados, em conjunto com outras técnicas jornalísticas, permite a produção de um jornalismo rico e multifacetado, capaz de responder à sociedade a partir de números. Mesmo com os desafios, os benefícios dessa abordagem foram incontestáveis.
Orientação: Prof. Artur Araujo
Edição: Suelen Biason
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