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Doutrina voltada para ensino de crianças vem ganhando popularidade em lares e instituições de ensino
Por: Raquel Santana e Thais Helena
A disciplina ou educação positiva tem enfrentado resistência em alguns círculos, embora esteja ganhando popularidade atualmente. Alguns acreditam que o método é muito permissivo, enquanto outros argumentam que as crianças ficam sem limites. No entanto, de acordo com Isabella Costa, pedagoga formada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), a disciplina positiva envolve educar e estabelecer limites com respeito.
A pedagoga explica que a criança é vista como um indivíduo que pensa e toma decisões, embora essas decisões sejam orientadas pelo adulto. “Por exemplo: a criança não tem o poder de decidir se antes de fazer a lição de casa irá jogar videogame. Neste caso, o adulto apresenta as possibilidades da seguinte forma: A criança tem uma tarefa a ser realizada e após essa tarefa pode decidir se irá jogar um vídeo game ou outra brincadeira”.
A campineira Raquel Penteado, de 26 anos, não cresceu com a disciplina positiva, tendo sido submetida a um misto de punição em sua infância e permissividade na adolescência, o que a deixou confusa e insegura ao longo de seu desenvolvimento. Hoje, Raquel é mãe de Olívia, de 2 anos, e para garantir que a menina e os futuros filhos tenham uma compreensão clara de quem são e do que desejam, optou por usar a disciplina positiva em sua casa.
“Conheci a doutrina da educação positiva ainda durante os anos de faculdade de Pedagogia, dentro da disciplina de Psicologia Comportamental. Foi recomendada a leitura do livro Disciplina Positiva de Jane Nelsen, porém a própria professora já deu vários insights da teoria naquele momento. Acabei realizando a leitura anos depois”, explica Raquel.
Quando se tornou mãe, o estudo do livro de Jane Nelsen foi e é a base para a forma que a campineira escolheu criar Olívia. Hoje, ela afirma que ser adepta a doutrina é escolher todos os dias ser firme, porém gentil, o que nem sempre é fácil, visto que exige paciência e consistência. “Aplico a educação positiva com Olivia quando escolho o diálogo ao invés de imposição, quando entendo que ela é um ser capaz de compreender e realizar escolhas dentro de suas limitações”.
De acordo com a pedagoga Isabella Costa, crianças que crescem com uma educação positiva tendem a se tornar crianças (e futuramente adultos) confiantes e seguros, pois cresceram em um lar em que os pais estabelecem limites, porém as respeitando.
Educação positiva dentro das escolas
A doutrina já vem sendo aceita por instituições de ensino, como é o caso da Escola Canadense de Campinas (ECDC), localizada na rua Soldado Percílio Neto, bairro Taquaral.
Segundo Juliana Macedo, diretora da escola infantil, utilizando a abordagem, os alunos aprendem sobre autonomia e boas escolhas. “Mesmo que aconteça de fazerem más escolhas, assumirão as consequências disso. A autorresponsabilidade está no cerne do processo educacional e gera resultados a médio e longo prazo”, expõe Juliana.
No dia a dia dos alunos, a abordagem é aplicada através dos gestores, professores e auxiliares, que colaboram para a manutenção de um local acolhedor, onde as crianças possuem liberdade para vivenciar seus sentimentos, serem ouvidas e aconselhadas. “Educação positiva não significa fazer o que quer, significa assumir consequências por suas escolhas, dentro de uma esfera de respeito. Eu amo esta maneira de agir com os pequenos e principalmente com os mais velhos”, conclui a diretora da ECDC.
Orientação: Prof. Gilberto Roldão
Edição: Giovanna Sottero
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