Exibições gratuitas de filmes exploram temáticas de gêneros não comerciais e experiências diferenciadas na sétima arte

Por: Fred Vieira

Quando se vai a uma sessão gratuita de cinema no Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas, pode-se encontrar de tudo, menos o chamado “block buster”, o cinema comercial de grandes salas dos shoppings.

Orestes Toledo, historiador do MIS, explica que a curadoria dos filmes gratuitos é feita por meio de autogestão e de maneira espontânea. A ideia surgiu quando um frequentador do museu pediu para exibir um filme em VHS, levando a uma parceria com uma locadora de vídeo local. Toledo complementa que “não existe nenhum tipo de censura, seja técnica, estética ou ideológica”.

Herdeira de uma tradição que começou no século passado, a sessão de cinema do MIS mantém uma longa história de exibir filmes gratuitos ao público, proporcionando o atrativo de promover a cultura, a diversidade, a educação e o engajamento social, oferecendo um espaço democrático para a comunidade se reunir, aprender e debater questões importantes, e apoiar a produção cinematográfica de um modo mais amplo.

Atualmente, a iniciativa conta com a colaboração de diversos cineclubes, cada um focado em um gênero ou temática específica, como ficção científica, cinema LGBTQIA+ e filmes dirigidos por mulheres.

Carolina Idelfonço, responsável por estruturar o Cineclube Voyager, conta que seu objetivo era popularizar a ciência por meio do cinema. Inicialmente, o projeto focava em episódios da série Star Trek, mas expandiu-se para incluir filmes comerciais e de interesse geral. “Eu já realizava algumas atividades com foco na popularização científica e sempre busquei expandir para além do virtual e de seminários, onde eu costumava ser a agente ativa na comunicação, buscando formar um espaço de construção do conhecimento onde todos podem ser agentes ativos”, disse.

As sessões gratuitas do MIS atraem um público diversificado e proporcionam uma oportunidade única de compartilhar experiências, opiniões e conhecimentos em um ambiente inclusivo e educacional.

O museu oferece uma programação variada, incluindo debates, palestras e um arquivo de equipamentos para preservar a memória audiovisual de Campinas. O público pode acompanhar a programação do MIS na rede social. O espaço está aberto de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados, das 9h às 15h.

A importância dos cineclubes e das sessões gratuitas de cinema vai além do entretenimento. Eles contribuem para a democratização da cultura cinematográfica e audiovisual, a formação de público crítico e consciente, além do fortalecimento da identidade e da diversidade cultural.

Edição e orientação: Prof. Artur Araujo