Destaque

Cineclubes no MIS Campinas retornam ao presencial 

Espaço esteve fechado por dois anos devido as medidas de prevenção contra vírus da Covid-19

Por: André Romero 

Em função da pandemia, diversos setores e atrações culturais foram suspensos, e com o cineclube do Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas não foi diferente. Porém, graças ao processo de flexibilização do isolamento social, o espaço enfim voltou a realizar sessões no dia 7 de maio, com filmes de diversas décadas e nacionalidades. O primeiro longa exibido foi “Ucrânia em Chamas”, de Igor Lopatonok e Oliver Stone.  

Orestes Augusto Toledo: “Exibir filmes para discuti-los também é fazer cinema” (Foto: Arquivo pessoal)

Após um tempo de estagnação, os responsáveis pelo Museu estavam receosos que uma possível dispersão no movimento cineclubista pudesse ocorrer; entretanto, o efeito sentido foi o oposto. Segundo Orestes Augusto Toledo, historiador e coordenador dos cineclubes no local, a retomada representou um salto de qualidade para o cineclube no MIS, pois fortaleceu a unidade entre os vários curadores, coletivos e distintos cineclubes através de reuniões preparatórias, além do envolvimento da própria coordenação e funcionários do Museu.  

Toledo afirma que a reabertura trouxe inclusive novos curadores, compostos por professores, estudantes, pesquisadores, cinéfilos, entidades, coletivos e associações. Ele ressalta não haver qualquer critério estético ou temático no processo de escolha para as exibições. 

As sessões, antes realizadas de segunda a sábado nos períodos da tarde e noite, agora estão passando por um retorno gradual, com quatro filmes por semana. 

Renato Zini se inteirou no MIS graças à figura de Orestes (Foto: Arquivo Pessoal)

Paralelamente, os debates presenciais realizados após as sessões foram um aspecto que Renato Zini, frequentador assíduo de cineclubes, alega ter sentido falta durante o período de isolamento. “A principal diferença entre um cineclube virtual e presencial é o clima interativo gerado por esse ambiente exclusivo para filmes. No virtual as participações são mais tímidas e o tempo de debate é menor”. 

Nesse sentido, o historiador alega não ter pudor de uma posição radical. “Cineclube é presencial”, afirma. “A presença física do calor humano na troca de olhares e no corpo a corpo é – e sempre foi – a alma do cineclubismo. Compreendo o valor do virtual, mas são experiências diferentes”. 

Além disso, Zini destaca a diversidade intrínseca aos debates. “Há um respeito muito grande por distintas perspectivas, seja de uma pessoa com bagagem audiovisual ou não”. 

Acervo do MIS 

Pelo fato do MIS ser uma sede para atividades cineclubistas, o trabalho de curadoria é essencial para alimentar a construção de um hábito cinematográfico na população; auxiliando, consequentemente, na divulgação dos atrativos oferecidos pelo próprio Museu. 

Alexandre Sônego destaca o Museu como parte da memória de Campinas (Foto: Arquivo Pessoal)

O Museu da Imagem e do Som de Campinas foi criado em 1975 com o intuito de preservar a história do cinema campineiro, com cópia digitalizada de um dos primeiros filmes produzidos na cidade, “João da Matta” (1923). Além disso, Alexandre Sônego, gestor do MIS, conta da conservação feita em obras fonográficas, com inúmeros discos e CD ‘s que preservam a memória do rádio e da produção musical de Campinas. 

“Contamos também de um acervo fotográfico com milhares de imagens que remonta a história de Campinas em diversos períodos, demonstrando tanto os avanços quanto a falta de conservação gerada pelas transformações do espaço urbano ao longo dos anos”, comenta o gestor. 

Sônego adianta que está em projeto uma nova expografia de longa duração para o MIS, com caráter multimídia e interativo. 

Orientação: Prof. Gilberto Roldão 

Edição: André Romero


Veja mais matéria sobre Destaque

Conheça o trabalho dos cães pastores do Baep 


O canil policial existe há 39 anos em Campinas e atua em 38 cidades na região


Cultura popular resiste em telas e projetores


Criado há mais de 30 anos, o Cine Clube José Cesarini oferece sessões gratuitas de cinema, permitindo que jovens tenham acesso a filmes clássicos em rolo


Rir para Resistir: como a comédia drag quebra barreiras e inspira mudanças


No palco ou fora dele, a arte drag usa o humor para desconstruir preconceitos e transformar a luta por igualdade em um espetáculo inclusivo e vibrante


Batalhas de dança da cultura hip hop são facilitadoras de diálogos sociais e políticos


Movimento de resistência busca ocupar lugares e discussões sobre uma minoria que se expressa através da dança


Upcycling impulsiona sustentabilidade na moda


Prática é tendência em marcas autorais e ganha força no cenário fashion


Indústria da moda em meio a pautas de ESG


O impacto do fast fashion para o planeta e as exigências do ESG provocam iniciativas e movimentos independentes



Pesquise no digitais

Siga – nos

Leia nossas últimas notícias em qualquer uma dessas redes sociais!

Campinas e Região


Facebook

Expediente

Digitais é um produto laboratorial da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas, com publicações desenvolvidas pelos alunos nas disciplinas práticas e nos projetos experimentais para a conclusão do curso. Alunos monitores/editores de agosto a setembro de 2023: Bianca Campos Bernardes / Daniel Ribeiro dos Santos / Gabriela Fernandes Cardoso Lamas / Gabriela Moda Battaglini / Giovana Sottero / Isabela Ribeiro de Meletti / Marina de Andrade Favaro / Melyssa Kell Sousa Barbosa / Murilo Araujo Sacardi / Théo Miranda de Lima Professores responsáveis: Carlos Gilberto Roldão, Carlos A. Zanotti e Rosemary Bars.