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A hora e a vez dos quarenta mais

Após 3 anos de piora, pesquisa dá fortes sinais de que esse cenário está mudando

Por: Eloísa Bressan, Marcela Peixoto e Monike Vitorio

De acordo com o Instituto de Longevidade MAG, a contratação de pessoas acima de 40 anos aumentou em 217% em 2022. Cenário bem diferente do visto durante o período mais crítico da pandemia, no qual o desemprego foi proporcionalmente maior para o grupo de 50 anos ou mais, segundo dados da BBC News Brasil. Esse crescimento mostra que marcas e empresas se inclinaram para começar a contratar pessoas mais experientes e que possuem mais tempo de carreira no mercado.

Para profissional de Recursos Humanos Andrea Henrique, esse aumento na contratação pode ser derivado de duas tendências. “A expectativa de vida da população vem aumentando, e junto a qualidade de produtividade. As pessoas estão ficando mais velhas e tendo 2 ou 3 empregos ao longo da vida”, aponta a diretora como a primeira motivação. “Outra tendência é o grande desemprego. Então procura-se um profissional qualificado, mas que pela falta de oportunidade aceitará uma remuneração mais baixa”, afirma.

Andrea já trabalhou como diretora de RH nas empresas Unilever, International Paper e Natura (Foto: Arquivo Pessoal)

Contratar pessoas nessa faixa etária pode trazer grandes benefícios para a empresa, além da experiência no ramo. “Uma pessoa mais velha possui o equilíbrio emocional que os jovens ainda não possuem. A pessoa com mais maturidade consegue entender que problemas e desafios são solucionáveis”, comenta Andrea.

Mas as circunstâncias nem sempre são favoráveis para os trabalhadores com 40 anos ou mais. Carlos Pereira trabalha atualmente realizando serviços de jardinagem e conta sobre as dificuldades que encontrou para conseguir um emprego. “Após perguntarem minha idade, insinuaram que já estava na hora de me aposentar. Acredito que eles tornam o processo de contratar pessoas com mais idade dificultoso”, relata.

Carlos Pereira tem 56 anos e comentou sobre a dificuldade na busca por recolocação na sua área de atuação (Foto: Monike Vitorio)

Anteriormente, Carlos trabalhava como vigilante patrimonial, mas após ser demitido e ficar desempregado por quase um ano, aceitou o emprego em outra área. “Eu pretendo ficar mais tempo trabalhando. Mesmo que não seja na minha área, eu abraço a oportunidade e sigo em frente”, diz ele.

Embora existam algumas dificuldades para o público de 40 anos ou mais, as estatísticas do mercado aquecido podem preocupar os jovens que estão ingressando no mercado de trabalho após a graduação. A diretora de RH indica como os jovens, e qualquer outra pessoa que esteja buscando emprego, podem garantir uma vaga. “É preciso ter curiosidade intelectual. A pessoa precisa ser curiosa, estar interessada. Além de estar disposto a realizar o seu trabalho com qualidade”, finaliza.

Orientação e edição: Prof. Artur Araujo


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