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2021 traz alta nas vendas de ovos de Páscoa artesanais

Confeiteiras fazem balanço pós Páscoa e falam da alta procura por ovos caseiros       

Bruna Rangel, da Madame Sucrée Confeitaria, acredita que as pessoas passaram a ver que valia mais a pena comprar ovos caseiros não só pelo preço, mas também pela qualidade (Foto: arquivo pessoal)

Por Letícia Almeida

Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) os preços dos ovos de chocolate industrializados subiram 11% nesse ano. Com isso, a procura por ovos caseiros cresceu, favorecendo as confeiteiras da região que já previam alta nas vendas dessa Páscoa. Dados do instituto Kantar mostram que nove milhões de residências deixaram de comprar ovos de chocolate industrializados em 2020, no entanto, seiscentas mil passaram a comprar ovos artesanais. Ainda segundo o Kantar, as vendas de chocolates aumentaram em 20% no primeiro bimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior.

O aumento dos preços foi ocasionado por múltiplos fatores, como o preço do dólar e a alta do cacau no mercado internacional. Todavia, após encerramento das vendas nessa Páscoa, confeiteiras da região de Campinas alegam ter tido um grande retorno de seus investimentos, mesmo em meio a uma pandemia. Foi o caso de Bruna Rangel, responsável pela Madame Sucrée Confeitaria, em Campinas. Para ela, que trabalha com a produção de ovos há três anos, o ano de 2020 e o ano de 2021 foram bem fortes. “Foram muito boas as vendas. Sempre deixo um pouco a pronta entrega e até o meu saldo a pronta entrega esgotou”, disse.

Bruna diz que chegou a acreditar que o ano passado seria bem fraco por conta da pandemia, mas que isso acabou não interferindo. Assim, resolveu investir novamente esse ano e se surpreendeu mais uma vez positivamente. “Acho que o pessoal começou a perceber que vale mais a pena do que os ovos de supermercado. Você paga o mesmo valor, ou as vezes até um pouco mais barato e come uma coisa de muito mais qualidade, fresquinha, com mais recheio. É o que agrada o paladar do brasileiro”, afirmou. Ela também acredita que o fato de muitas confeiteiras entregarem em casa e facilitarem o pagamento, são fatores que influenciam a escolha do cliente.

Segundo Andréa Capovilla, da Abraço de Vó, o mês de Páscoa teve um faturamento melhor que o Natal (Foto: arquivo pessoal)

Para Andréa Capovilla, que fundou a Abraço de Vó em junho de 2020, em Valinhos, o mês de Páscoa foi o de maior faturamento, superando até mesmo o Natal. Ela conta que seu estoque foi planejado com antecedência, para que não faltasse nenhum insumo. “Como somos somente duas pessoas (eu e meu marido) tivemos até que rejeitar pedidos. Mas até o último minuto recebemos mensagens de clientes procurando ovos a pronta entrega”, relata.

Além disso, segundo Andréa, houve também uma alta nas vendas de outros produtos, como os bolos, por exemplo. “Como foi a nossa primeira Páscoa, não temos um parâmetro de comparação, mas em relação às vendas de outros produtos, como bolos e sobremesas, não sentimos queda, pelo contrário. Principalmente, na parte de bolos, tivemos uma grande procura pelos tamanhos menores. Acredito que devido à pandemia, os clientes buscam pelo menos comemorar com a família”, acrescentou.

Mariana Bueno, da Vanilla Doces, diz que mesmo com as medidas restritivas e os horários de entrega reduzidos, as vendas foram excelentes (Foto: arquivo pessoal)

A venda de chocolates também se tornou fonte de renda para mulheres que atuavam em outras áreas antes da pandemia, como foi o caso de Mariana Bueno, que é maquiadora e tinha um salão no bairro Cambuí, mas acabou indo para o ramo da confeitaria no início de 2020. Ela então juntou-se à sua mãe Ana, que já trabalhava com brigadeiro belga desde 2019 na Vanilla Doces. Mariana conta que no ano passado foi um desafio trabalhar com ovos de chocolate pela primeira vez e que esse ano já estavam mais preparadas. “Esse ano foi bem melhor que o ano passado. Hoje a gente já está consolidada, já está estável, já tira de letra”, ela disse.

Mariana também diz que as vendas de ovos foram excelentes, mesmo com as medidas restritivas que atrapalharam um pouco as entregas devido aos horários reduzidos. Ela ainda relata que o período de distanciamento melhorou as vendas de forma geral, visto que muitas pessoas decidem presentear seus entes queridos que não podem visitar no momento. “Se não pode ir até a pessoa para dar um abraço, como que é a forma mais linda de abraçar? É entregar algo feito com carinho e esse é o nosso maior valor, nossa missão: levar carinho, aconchego, abraço, amor. Cada produto que a gente vende, seja um ovo de Páscoa, uma cesta, qualquer coisa, a gente está um passo adiante, mais perto do nosso propósito que é fazer quem manda conseguir levar carinho pra quem recebe”, finaliza.

Orientação: Prof. Gilberto Roldão

Edição: Letícia Almeida 


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