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Pesquisadora quer contexto contra mesmice na arte

Sylvia Furegatti levanta a hipótese de o artista abandonar o ateliê e ganhar espaço público     

 

Por Julia Vilela

 

Nesta terça feira, 12, a artista Sylvia Furegatti, professora do Instituto de Artes da Unicamp (IA), ministrou palestra aos alunos de pós-graduação do programa interdisciplinar Linguagens, Mídia e Arte (Limiar), da PUC-Campinas, discutindo os lugares da arte contemporânea, com foco nas espacialidades e hibridações. Em sua fala, não poupou críticas ao que chamou de “monotonia da arte”, fruto de molduras e paredes dentro das quais as manifestações artísticas estão encerradas nos contextos convencionais de percepção.

Sylvia: “É preciso parar de pensar em lugares para a arte e começar a pensar em lugares da arte” (foto: Julia Vilela)

Membro do conselho de orientação do Sistema Estadual de Museus de São Paulo, Sylvia disse que defende a ideia de que os artistas devem extinguir as distâncias entre a produção e a percepção da obra de arte. Para tanto, os produtores precisam focar no contexto de seus trabalhos, inspirando-se nos pressupostos do crítico de arte francês Paul Ardenne.

Na aula que ministrou no campus 1, a estudiosa campineira ressaltou que a arte contextual –campo de estudo de Ardenne–“busca causar uma provocação no cotidiano do público e dos artistas”. Com isso, público e produtores conseguem driblar a armadilha da mesmice em que a arte se encontraria.

“É preciso parar de pensar em lugares para a arte e começar a pensar em lugares da arte”, desafiou a palestrante ao criticar a ideia de arte contemporânea em lugares fechados, como museus, galerias e exposições. Segundo a docente, o objetivo dos artistas deve ser motivar o público a buscar a arte como forma de adquirir conhecimento, e não apenas para admirá-la.

“Tudo o que um artista visual quer é que o sujeito se aproxime e tenha uma espécie de epifania, tornando-se um espectador de arte”, avaliou ao fazer critica aos chamados “visitantes profissionais”, os quais vão a exposições apenas para marcar presença. “É aquele visitante com ar de descolado, que passa rapidinho pelas obras, bebe whisky e faz cara de que não está nem aí”, brincou.

A pesquisadora ponderou ainda que uma obra de arte não faz sentido durante muito tempo, referindo-se à duração e local em que as intervenções poderiam ser realizadas no espaço público. “Após entender a discussão espacial, deve-se compreender o tempo”, afirmou ao ponderar sobre instalações para as quais as cidades não oferecem locais de percepção.

 

Edição: Livia Lisboa

Orientação: Prof. Carlos A. Zanotti

 


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